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Economia

Governo Central registra superávit recorde para meses de abril

Resultado primário ficou positivo em R$ 28,553 bilhões

José Cruz/Agência Brasil

A arrecadação recorde registrada em abril ajudou as contas públicas, apesar das desonerações para combustíveis, produtos industrializados e dos gastos com o Auxílio Brasil. Em abril, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou superávit primário de R$ 28,553 bilhões, valor recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1997.

O resultado veio melhor do que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Economia, os analistas de mercado esperavam resultado positivo de R$ 17,3 bilhões em abril.

Em relação a abril do ano passado, o superávit primário cresceu 52,9%, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos quatro primeiros meses de 2022, o Governo Central acumula resultado positivo de R$ 79,263 bilhões, valor também recorde para o primeiro quadrimestre, desde o início da série histórica.

O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Apesar do superávit recorde no início do ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estipula meta de déficit primário de R$ 170,5 bilhões para este ano.

No fim de maio, o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas reduziu a estimativa de déficit para R$ 65,5 bilhões, mas o valor levado em conta para o cumprimento das metas fiscais é o da LDO.

Atraso

Previsto para a última semana de maio, o resultado do Governo Central de abril foi publicado com duas semanas de atraso, por causa da greve dos analistas do Tesouro Nacional. Assim como diversas categorias do funcionalismo público federal, eles reivindicam a reposição da inflação nos últimos quatro anos.

O Ministério da Economia informou que não será concedida entrevista coletiva sobre os resultados de abril. O secretário do Tesouro, Paulo Valle, falará com a imprensa somente na apresentação dos dados fiscais de maio, prevista para ocorrer no fim de junho.

Arrecadação atípica

O superávit de abril ocorreu porque as receitas cresceram em ritmo maior que as despesas. No mês passado, as receitas líquidas cresceram 18,7% em relação a março do ano passado em valores nominais. Descontada a inflação, o crescimento ficou em 5,9% acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As despesas totais cresceram 11,6% em valores nominais, mas caíram 0,5% na mesma comparação, após descontar a inflação.

No mês passado, dois fatores impulsionaram o crescimento das receitas. O primeiro foi a alta arrecadação registrada em abril. Apesar das desonerações para combustíveis e para produtos industrializados, as receitas do governo sentiram pouco o impacto das medidas. A elevação do lucro de empresas de energia e de combustíveis contribuiu para a arrecadação recorde em abril.

O outro fator não está relacionado com a arrecadação de tributos, mas com a alta do petróleo no mercado internacional. As receitas com royalties cresceram R$ 7,02 bilhões (+43,6%) acima do IPCA em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. Atualmente, a cotação do barril internacional está em torno de US$ 120 por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Despesas

Do lado das despesas, aumentaram os gastos obrigatórios com controle de fluxo, que subiram R$ 5,43 bilhões (+43,1%) acima da inflação em abril na comparação com o mesmo mês de 2021. No acumulado do ano, o aumento chega a R$ 19,93 bilhões (+38,5%) acima do IPCA. A alta foi impulsionada pelo pagamento do benefício mínimo de R$ 400 do Auxílio Brasil.

Em contrapartida, os gastos com o funcionalismo federal caíram 8,2% no acumulado do ano descontada a inflação, refletindo o congelamento de salários dos servidores públicos que vigorou entre junho de 2020 e dezembro de 2021. As despesas com a Previdência Social subiram 2,7% acima da inflação.

Em relação aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o governo federal aplicou R$ 10,506 bilhões nos quatro primeiros meses do ano, alta de 58% em relação ao mesmo período de 2021, descontada a inflação pelo IPCA.

A alta ocorre perante uma base fraca de comparação. No ano passado, o Orçamento foi sancionado apenas no fim de abril, e os investimentos no primeiro quadrimestre foram executados apenas com restos a pagar (verbas autorizadas em anos anteriores).

Por Agência Brasil

Economia

Brasileiros tiraram R$ 87,8 bilhões da poupança em 2023

Dado foi divulgado nesta segunda-feira (8). Saída de recursos foi menor do que a registrada em 2022, quando mais de R$ 100 bilhões deixaram a tradicional modalidade de investimentos.

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O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (8) que a poupança registrou uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões em 2023, o que significa que os brasileiros retiraram mais dinheiro do que depositaram na modalidade de investimento mais popular do país. Apesar do resultado negativo, houve uma redução de 12,2% na fuga de recursos em relação a 2022, quando a poupança teve uma saída recorde de R$ 100 bilhões.

A evasão de recursos da poupança ocorreu em um contexto de juros e endividamento ainda elevados no país, que afetaram a rentabilidade e a capacidade de poupar dos brasileiros. Segundo o BC, a taxa básica de juros, a Selic, encerrou o ano em 11,75% ao ano, após quatro cortes consecutivos. No entanto, esse patamar ainda é superior ao limite de 8,5% ao ano que determina o rendimento da poupança, que é de 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR).

Além disso, o endividamento das famílias brasileiras permaneceu alto em 2023, atingindo 47,6% da renda anual em outubro, de acordo com o BC. A inadimplência também se manteve em um nível histórico, com uma média de 3,4% nas operações de crédito em novembro.

Diante desse cenário, os brasileiros buscaram outras alternativas de investimento, que oferecem maior rentabilidade e liquidez. De acordo com analistas consultados, as aplicações em renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs e CDIs, se destacaram em 2023, superando o retorno da poupança. As aplicações em renda variável, como ações, também ganharam atratividade com a queda da Selic. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, a B3, fechou o ano com uma valorização de mais de 22%, o melhor desempenho desde 2019.

O resultado da bolsa foi influenciado pelo cenário internacional, que apresentou turbulências em 2023. A crise bancária nos Estados Unidos no início do ano aumentou a aversão ao risco dos investidores, que se voltaram para os mercados emergentes, como o Brasil. No entanto, na segunda metade do ano, as incertezas sobre a inflação e os juros norte-americanos voltaram a pesar sobre os mercados. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sinalizou que deve começar a elevar os juros a partir de março de 2024, o que pode afetar o fluxo de capitais para o Brasil.

“Imaginamos que a partir de março de 2024 o Fed deve começar a reduzir os juros, o que deve ser bom para os mercados acionários, incluindo o brasileiro. Nossa bolsa ainda está barata e tende a continuar atraindo investidores estrangeiros”, avaliou o analista de investimentos da Mirae Asset Pedro Galdi, no fim de 2023.

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Economia

Etanol fica mais barato em 19 estados e no DF na última semana de dezembro

No período, o preço médio do litro do combustível nos postos recuou 1,16%, de R$ 3,46 para R$ 3,42, mostram dados da ANP

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Foto: Rayra Paiva Faria/O panorama

O preço do etanol nos postos brasileiros encerrou o ano de 2023 com queda em quase todo o país, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Na semana de 24 a 30 de dezembro, o valor médio do litro do biocombustível caiu 1,16%, passando de R$ 3,46 para R$ 3,42.

A redução foi mais expressiva no Amazonas, onde o etanol ficou 4% mais barato, saindo de R$ 4,50 para R$ 4,32 o litro. Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o preço médio recuou 0,9%, de R$ 3,33 para R$ 3,30 o litro.

Apenas sete estados mantiveram o preço do etanol estável na semana. O menor valor encontrado em um posto foi de R$ 2,74 o litro, em São Paulo. O maior foi de R$ 6,60 o litro, no Pará. O preço médio mais baixo foi registrado em Mato Grosso, de R$ 3,07 o litro. O mais alto foi no Amapá, de R$ 5,34 o litro.

No acumulado do mês de dezembro, o preço do etanol no Brasil teve queda de 3,93%. O Rio Grande do Norte foi o único estado a registrar alta no período, de 4,29%. Sergipe teve a maior queda mensal, de 11,28%.

O etanol é um combustível renovável, derivado da cana-de-açúcar, que pode substituir a gasolina nos veículos flex. A vantagem econômica do etanol depende da relação entre os preços dos dois combustíveis. Segundo especialistas, o etanol é mais vantajoso quando custa até 70% do valor da gasolina.

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Economia

Poupança tem melhor desempenho desde 2016

Ainda assim, resultado ficou abaixo de outros investimentos de renda variável como os bitcoins. Dólar e ouro fecharam o ano no vermelho

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Foto: Reprodução

O ano de 2023 foi marcado por uma forte valorização dos ativos de renda variável, que superaram as expectativas dos investidores. Segundo o consultor de dados do mercado de capitais Einar Rivero, a tradicional caderneta de poupança teve o seu melhor desempenho em sete anos, com uma rentabilidade de 8,21%. No entanto, ela ficou longe de ser o melhor ativo do ano.

O destaque ficou por conta do bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo, que disparou 134,70% até 28 de dezembro. “O bitcoin se consolidou como um ativo de destaque no cenário financeiro, com uma performance robusta e uma crescente aceitação”, diz Rivero.

Outros ativos que se destacaram em 2023 foram o Índice de Dividendos (IDIV), que mede o desempenho médio das ações que mais pagam dividendos aos acionistas, e o BDRX, que reflete o comportamento das cotações dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs), que são certificados de ações de empresas estrangeiras negociados na Bolsa brasileira (B3).

O IDIV teve uma valorização de 26,84%, o melhor resultado desde 2019. “Os investidores buscaram ativos que proporcionam dividendos, como uma forma de obter renda extra e proteção contra a inflação”, afirma Rivero.

O BDRX, por sua vez, teve uma valorização de 26,33%, revertendo a queda de 2022 (-28,0%). “Os BDRs se beneficiaram da recuperação da economia global e da diversificação de carteira”, explica o consultor.

O Ibovespa, o principal índice da B3, também teve um bom desempenho em 2023, com uma valorização de 22,28%, o melhor resultado desde 2019. O índice bateu o recorde nominal de 134.194 pontos em 27 de dezembro. “O Ibovespa refletiu o otimismo dos investidores com a retomada do crescimento econômico, as reformas estruturais e a melhora do ambiente político”, diz Rivero. “Para 2024, há espaço para mais alta, pois o interesse na renda variável permanece forte, sugerindo um cenário dinâmico para os investidores.”

O índice de Small Caps, que reúne as ações de empresas de menor capitalização de mercado, fechou o ano com uma valorização de 17,12%, marcando uma reviravolta positiva após três anos de rentabilidade negativa (de 2020 a 2022). “As Small Caps se valorizaram com a maior disposição dos investidores ao risco, a maior liquidez do mercado e o aumento das ofertas públicas de ações”, diz Rivero.

Por outro lado, o dólar, o euro e o ouro fecharam o ano no vermelho. O euro teve queda de 3,43%, o ouro de 5,96% e o dólar de quase 8%. “O dólar e o euro perderam força com a melhora da confiança na economia brasileira, a alta da taxa de juros e a entrada de fluxos externos. O ouro perdeu atratividade com a menor demanda por ativos de proteção e a valorização do dólar no mercado internacional”, diz o consultor.

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