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Mundo

Governo italiano revoga pacote antimigração de Salvini

Coalizão flexibiliza medidas impostas por líder da extrema direita que previam multa de 1 milhão de euros e prisão para capitães que se dirigissem para portos italianos com migrantes resgatados no mar

Voluntários de ONG resgatam migrantes no Mediterrâneo. Movimento tem aumentado em 2020, mas ainda está longe dos números da crise de 2016 | Foto: F. Gasperini

O governo italiano aprovou na noite de segunda-feira (05/10) uma ampla flexibilização de várias rígidas leis migratórias promovidas pelo ex-ministro e líder da extrema direita italiana, Matteo Salvini.

Entre as medidas que foram modificadas, está a penalização de organizações humanitárias que resgatam migrantes no Mediterrâneo, de longe o item mais controverso do pacote promovido por Salvini entre 2018 e 2019, quando ele ocupava o cargo de ministro do Interior e vice-primeiro-ministro.

A legislação de Salvini previa que as embarcações de ONGs com migrantes resgatados podiam ser multadas em até 1 milhão de euros, e seus capitães, presos, caso elas se dirigissem para portos italianos. A guerra de Salvini contra as embarcações teve seu ápice em junho de 2019, quando a capitã alemã Carola Rackete foi presa.

O governo italiano ainda decidiu estender a proteção para refugiados que enfrentam perseguição em seus países de origem, abolindo a proibição de permissão de estadia imposta por Salvini.

A anulação foi anunciada pelo Conselho de Ministros italiano, por meio de um decreto-lei que substitui a lei de imigração e de segurança de Salvini.

“Os decretos de propaganda de Salvini não existem mais. Queremos uma Itália mais humana e segura. Uma Europa mais protagonista”, escreveu no domingo à noite na rede social Twitter o líder do Partido Democrata (PD, de centro-esquerda, que faz parte da atual coalizão governamental), Nicola Zingaretti, um defensor do fim da “política de portos fechados” promovida por Salvini.

“Um muro foi derrubado em Itália. Levou muito tempo (…), mas agora os chamados decretos ‘de segurança’ de Salvini já não existem”, realçou, por sua vez e também através do Twitter, o ministro para o Sul e para a Coesão, Giuseppe Provenzano (PD).

“Os decretos da insegurança de Salvini desaparecem. O PD devolve o civismo e o Estado de Direito. É cancelada uma vergonha e é reorganizado o acolhimento para promover a integração e garantir o acolhimento de todos”, declarou o vice-secretário do PD, Andrea Orlando.

Além do PD, o atual governo de Itália, um dos Estados-membros da União Europeia (UE) que mais sofrem com a pressão migratória, é composto ainda pela formação antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), pela Itália Viva (centro-esquerda) e pela aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU).

O novo decreto-lei introduz “disposições urgentes em matérias de migração, de proteção internacional” e “complementa e modifica artigos do código penal”, bem como estabelece novos mecanismos de acolhimento e integração de migrantes.

Salvamento no mar

De acordo com o comunicado emitido após a reunião do Conselho de Ministros, o novo decreto-lei prevê, entre outras disposições, que não seja aplicado qualquer tipo de sanção às organizações não governamentais que resgatam migrantes no mar Mediterrâneo “em casos em que exista uma comunicação com o centro de coordenação e o Estado da bandeira [da embarcação envolvida no resgate] e sejam respeitadas as indicações da autoridade competente para a busca e o salvamento no mar”.

O texto prevê, no entanto, sanções “em casos em que existam razões de ordem pública e de segurança ou violação das normas sobre o tráfico ilícito de migrantes por via marítima”.

Nestes casos específicos, e de acordo com o documento, “será aplicado o atual regulamento do Código de Navegação, que prevê uma pena de prisão até dois anos e uma multa entre 10 mil e 50 mil euros”, “eliminando-se assim as anteriores sanções administrativas”.

Dessa forma, o valor de uma possível sanção caiu substancialmente e os navios de ONGs só serão impedidos de transitar em águas italianas se não comunicarem Roma e seu país de origem sobre suas operações.  

A lei promovida por Salvini proibia de maneira rígida a entrada em águas territoriais italianas de embarcações que transportassem migrantes resgatados.

Em relação à proteção internacional de estrangeiros, o novo decreto-lei indica que “a legislação vigente prescreve a proibição de expulsão e de regresso em casos em que a repatriação implique um risco de tortura para o interessado”.

O decreto também aborda a proteção de pessoas em risco de tratamento desumano ou degradante ou em risco de violação do direito ao respeito pela respectiva vida privada e familiar. 

“Nestes casos, está prevista a emissão de uma autorização de residência para proteção especial”, acrescenta o novo texto.

A reforma da lei de imigração e de segurança imposta por Salvini foi uma das condições do PD para fazer parte da atual coalizão governamental italiana.

Salvini reage

Depois do anúncio do novo decreto, Salvini reagiu. “O Governo está abrindo portas e portos aos migrantes clandestinos”, disse o líder do partido de extrema direita Liga, acrescentando: “A Itália merece melhor.”

Salvini compareceu no fim de semana passado a um tribunal na Sicília que decidirá se o político será julgado pelos crimes de sequestro e abuso de poder. Enquanto era ministro do Interior, Salvini ordenou às autoridades que bloqueassem a entrada de uma embarcação com mais de uma centena de migrantes a bordo. Os migrantes tinham sido resgatados por uma ONG no Mediterrâneo e foram mantidos vários dias em alto mar em condições difíceis.

Desde o início do ano, a Itália já recebeu 24.435 migrantes via Mediterrâneo, um crescimento de 210% em relação ao mesmo período de 2019.  Mais da metade vem de dois países: Tunísia (9.975), no norte da África, e Bangladesh (3.261), na Ásia. Ainda assim, os números estão longe do auge da crise no Mediterrâneo. Em 2016, a Itália acolheu 181,4 mil deslocados internacionais resgatados do mar.

Por: DW

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Putin desafia Tribunal de Haia e visita país que deveria prendê-lo

Apesar das críticas internacionais, a Mongólia o recebeu com honras de chefe de Estado

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou à Mongólia nesta segunda-feira (2/9) para uma visita oficial, desafiando o mandado de prisão emitido pelo Tribunal de Haia em março de 2023. Esta é a primeira vez que Putin viaja para um país que, teoricamente, deveria cumprir a ordem da Corte Internacional.

Apesar do mandado de prisão em vigor, a Mongólia acolheu Putin com honras de chefe de Estado. Durante sua estadia de dois dias, o presidente russo participará de reuniões bilaterais e assinará documentos com o governo mongol.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia pediu publicamente que as autoridades mongóis cumpram o mandado de prisão e entreguem Putin ao Tribunal Penal Internacional. A União Europeia também expressou seu desejo de ver a decisão respeitada.

No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou as preocupações, afirmando que o governo russo não está preocupado com a execução do mandado e que mantém um “diálogo maravilhoso” com a Mongólia.

Putin já havia demonstrado cautela em participar de eventos internacionais, como a cúpula dos Brics em agosto de 2023 na África do Sul. O Kremlin ainda não descartou a possibilidade de sua presença na próxima cúpula do G20, marcada para novembro no Brasil.

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Identificação do homem congelado em caverna dos EUA resolve mistério de quase 50 anos

A descoberta foi feita graças à investigação detalhada de um detetive que revisitou arquivos antigos, e não por tecnologia moderna

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O enigma que envolvia o corpo congelado encontrado em uma caverna na Pensilvânia em 1977 foi finalmente solucionado, após quase cinco décadas. O Gabinete do Médico Legista do Condado de Berks identificou os restos mortais como pertencentes a Nicholas Paul Grubb, um jovem de 27 anos de Fort Washington, Pensilvânia.

Curiosamente, a tecnologia moderna não foi responsável por resolver o caso do “Pinnacle Man”, nome inspirado no pico das Montanhas Apalaches próximo ao local onde Grubb foi encontrado. De acordo com o médico legista do condado, John Fielding, o avanço na identificação foi resultado do trabalho de um detetive da Polícia Estadual da Pensilvânia, que fez uma descoberta crucial ao revisar arquivos antigos.

Em 16 de janeiro de 1977, caminhantes encontraram o corpo congelado de um homem em uma caverna situada abaixo do Pinnacle, em Albany Township. Durante a autópsia, não foi possível identificar o homem por sua aparência, vestuário ou pertences, conforme relatado por George Holmes, vice-legista chefe do Condado de Berks.

Holmes também revelou que a causa da morte foi uma overdose de drogas, e não havia indícios de trauma no corpo de Grubb que sugerissem crime. Embora registros dentários e impressões digitais tenham sido coletados durante a autópsia, as impressões digitais foram perdidas com o tempo.

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Ministro Alexandre de Moraes convoca 1ª Turma do STF para analisar suspensão da rede social X

O STF, liderado por Alexandre de Moraes, inicia julgamento para decidir sobre a suspensão da rede social X no Brasil

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou a 1ª Turma da Corte para um julgamento virtual que decidirá sobre a suspensão da rede social X (anteriormente Twitter) no Brasil. A sessão começará à meia-noite desta segunda-feira (2) e terá duração de 24 horas, com a participação dos ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Carmen Lúcia, além de Moraes.

A suspensão da plataforma foi implementada pelas operadoras de internet no país na madrugada de sábado (31), após Moraes determinar o bloqueio da rede social. A decisão foi tomada devido à falta de resposta do proprietário da plataforma, Elon Musk, ao prazo de 24 horas estipulado pelo ministro para que fosse indicado um representante legal do X no Brasil.

O contexto da decisão remonta ao fechamento do escritório da empresa no Brasil, anunciado por Musk em 17 de agosto, em meio a acusações de ameaças por parte de Moraes. A suspensão também está relacionada ao não cumprimento de ordens anteriores do STF, incluindo a determinação para bloquear perfis de investigados em um inquérito da Polícia Federal sobre obstrução de investigações de organização criminosa e incitação ao crime.

Este julgamento ocorre em um ambiente de crescente tensão entre as ordens judiciais brasileiras e as práticas de moderação de conteúdo do X, com implicações significativas para o funcionamento da rede social no país.

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