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Economia

Grupo chinês promete investir um PIB do Brasil na Paraíba, levanta suspeita e é investigado

Foto: Reprodução

Uma pequena cidade no norte da Paraíba foi escolhida por um grupo chinês para receber um dos maiores investimentos já anunciados no Brasil: a construção de um porto de águas profundas e de uma cidade futurista, que abrigaria 3 milhões de pessoas e custaria R$ 9 trilhões.

O projeto, apresentado em uma cerimônia no dia 11 de dezembro, promete transformar Mataraca, que tem menos de 10 mil habitantes, na “cidade mais moderna do Brasil e do continente americano”, segundo o mestre de cerimônias.

No entanto, o que parecia ser uma oportunidade única de desenvolvimento para a região se revelou uma história cheia de inconsistências, contradições e suspeitas de fraude.

A empresa responsável pelo empreendimento, a Brasil CRT Construção de Nova Cidade Ltda., não tem site, telefone ou experiência prévia comprovada. Seu capital social declarado no CNPJ é de R$ 800 bilhões, quatro vezes o da Petrobras, a maior empresa do país.

Os donos da empresa, os chineses Jianing Chen e seu filho Ruotian Chen, afirmam que têm recursos suficientes para realizar o projeto em um prazo de cinco anos, mas não apresentam nenhuma garantia ou detalhe sobre a origem do dinheiro.

Além disso, o vídeo que mostrava a maquete da cidade futurista, exibido na cerimônia, era na verdade uma cópia de um projeto de um escritório dinamarquês para um distrito em Shenzhen, na China. Jianing Chen disse que foi um engano e que planeja incorporar algumas ideias do vídeo em seu design real.

O projeto também não tem o apoio do governo chinês, que desconhece a empresa e a iniciativa. O vice-cônsul da China no Recife, He Yongwei, disse que não tem nenhuma informação sobre a empresa ou o projeto, e que não tem nenhum contato com ela.

Ruotian Chen, por sua vez, disse que o projeto segue o plano de desenvolvimento da iniciativa Belt e Estrada da China, uma estratégia de Pequim para financiar projetos de infraestrutura pelo mundo. O Brasil, no entanto, não aderiu oficialmente a essa iniciativa.

Diante das dúvidas e suspeitas, o Ministério Público da Paraíba abriu uma investigação para apurar o caso. O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), cancelou uma reunião que teria com o grupo no dia seguinte à cerimônia. O secretário de Comunicação do estado, Nonato Bandeira, afirmou que o governo não teve nenhum contato com os empresários.

O que era para ser o lançamento de um projeto bilionário se tornou um mistério que intriga a população e as autoridades da Paraíba.

Economia

Brasileiros tiraram R$ 87,8 bilhões da poupança em 2023

Dado foi divulgado nesta segunda-feira (8). Saída de recursos foi menor do que a registrada em 2022, quando mais de R$ 100 bilhões deixaram a tradicional modalidade de investimentos.

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O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (8) que a poupança registrou uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões em 2023, o que significa que os brasileiros retiraram mais dinheiro do que depositaram na modalidade de investimento mais popular do país. Apesar do resultado negativo, houve uma redução de 12,2% na fuga de recursos em relação a 2022, quando a poupança teve uma saída recorde de R$ 100 bilhões.

A evasão de recursos da poupança ocorreu em um contexto de juros e endividamento ainda elevados no país, que afetaram a rentabilidade e a capacidade de poupar dos brasileiros. Segundo o BC, a taxa básica de juros, a Selic, encerrou o ano em 11,75% ao ano, após quatro cortes consecutivos. No entanto, esse patamar ainda é superior ao limite de 8,5% ao ano que determina o rendimento da poupança, que é de 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR).

Além disso, o endividamento das famílias brasileiras permaneceu alto em 2023, atingindo 47,6% da renda anual em outubro, de acordo com o BC. A inadimplência também se manteve em um nível histórico, com uma média de 3,4% nas operações de crédito em novembro.

Diante desse cenário, os brasileiros buscaram outras alternativas de investimento, que oferecem maior rentabilidade e liquidez. De acordo com analistas consultados, as aplicações em renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs e CDIs, se destacaram em 2023, superando o retorno da poupança. As aplicações em renda variável, como ações, também ganharam atratividade com a queda da Selic. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, a B3, fechou o ano com uma valorização de mais de 22%, o melhor desempenho desde 2019.

O resultado da bolsa foi influenciado pelo cenário internacional, que apresentou turbulências em 2023. A crise bancária nos Estados Unidos no início do ano aumentou a aversão ao risco dos investidores, que se voltaram para os mercados emergentes, como o Brasil. No entanto, na segunda metade do ano, as incertezas sobre a inflação e os juros norte-americanos voltaram a pesar sobre os mercados. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sinalizou que deve começar a elevar os juros a partir de março de 2024, o que pode afetar o fluxo de capitais para o Brasil.

“Imaginamos que a partir de março de 2024 o Fed deve começar a reduzir os juros, o que deve ser bom para os mercados acionários, incluindo o brasileiro. Nossa bolsa ainda está barata e tende a continuar atraindo investidores estrangeiros”, avaliou o analista de investimentos da Mirae Asset Pedro Galdi, no fim de 2023.

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Economia

Etanol fica mais barato em 19 estados e no DF na última semana de dezembro

No período, o preço médio do litro do combustível nos postos recuou 1,16%, de R$ 3,46 para R$ 3,42, mostram dados da ANP

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Foto: Rayra Paiva Faria/O panorama

O preço do etanol nos postos brasileiros encerrou o ano de 2023 com queda em quase todo o país, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Na semana de 24 a 30 de dezembro, o valor médio do litro do biocombustível caiu 1,16%, passando de R$ 3,46 para R$ 3,42.

A redução foi mais expressiva no Amazonas, onde o etanol ficou 4% mais barato, saindo de R$ 4,50 para R$ 4,32 o litro. Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o preço médio recuou 0,9%, de R$ 3,33 para R$ 3,30 o litro.

Apenas sete estados mantiveram o preço do etanol estável na semana. O menor valor encontrado em um posto foi de R$ 2,74 o litro, em São Paulo. O maior foi de R$ 6,60 o litro, no Pará. O preço médio mais baixo foi registrado em Mato Grosso, de R$ 3,07 o litro. O mais alto foi no Amapá, de R$ 5,34 o litro.

No acumulado do mês de dezembro, o preço do etanol no Brasil teve queda de 3,93%. O Rio Grande do Norte foi o único estado a registrar alta no período, de 4,29%. Sergipe teve a maior queda mensal, de 11,28%.

O etanol é um combustível renovável, derivado da cana-de-açúcar, que pode substituir a gasolina nos veículos flex. A vantagem econômica do etanol depende da relação entre os preços dos dois combustíveis. Segundo especialistas, o etanol é mais vantajoso quando custa até 70% do valor da gasolina.

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Economia

Poupança tem melhor desempenho desde 2016

Ainda assim, resultado ficou abaixo de outros investimentos de renda variável como os bitcoins. Dólar e ouro fecharam o ano no vermelho

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O ano de 2023 foi marcado por uma forte valorização dos ativos de renda variável, que superaram as expectativas dos investidores. Segundo o consultor de dados do mercado de capitais Einar Rivero, a tradicional caderneta de poupança teve o seu melhor desempenho em sete anos, com uma rentabilidade de 8,21%. No entanto, ela ficou longe de ser o melhor ativo do ano.

O destaque ficou por conta do bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo, que disparou 134,70% até 28 de dezembro. “O bitcoin se consolidou como um ativo de destaque no cenário financeiro, com uma performance robusta e uma crescente aceitação”, diz Rivero.

Outros ativos que se destacaram em 2023 foram o Índice de Dividendos (IDIV), que mede o desempenho médio das ações que mais pagam dividendos aos acionistas, e o BDRX, que reflete o comportamento das cotações dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs), que são certificados de ações de empresas estrangeiras negociados na Bolsa brasileira (B3).

O IDIV teve uma valorização de 26,84%, o melhor resultado desde 2019. “Os investidores buscaram ativos que proporcionam dividendos, como uma forma de obter renda extra e proteção contra a inflação”, afirma Rivero.

O BDRX, por sua vez, teve uma valorização de 26,33%, revertendo a queda de 2022 (-28,0%). “Os BDRs se beneficiaram da recuperação da economia global e da diversificação de carteira”, explica o consultor.

O Ibovespa, o principal índice da B3, também teve um bom desempenho em 2023, com uma valorização de 22,28%, o melhor resultado desde 2019. O índice bateu o recorde nominal de 134.194 pontos em 27 de dezembro. “O Ibovespa refletiu o otimismo dos investidores com a retomada do crescimento econômico, as reformas estruturais e a melhora do ambiente político”, diz Rivero. “Para 2024, há espaço para mais alta, pois o interesse na renda variável permanece forte, sugerindo um cenário dinâmico para os investidores.”

O índice de Small Caps, que reúne as ações de empresas de menor capitalização de mercado, fechou o ano com uma valorização de 17,12%, marcando uma reviravolta positiva após três anos de rentabilidade negativa (de 2020 a 2022). “As Small Caps se valorizaram com a maior disposição dos investidores ao risco, a maior liquidez do mercado e o aumento das ofertas públicas de ações”, diz Rivero.

Por outro lado, o dólar, o euro e o ouro fecharam o ano no vermelho. O euro teve queda de 3,43%, o ouro de 5,96% e o dólar de quase 8%. “O dólar e o euro perderam força com a melhora da confiança na economia brasileira, a alta da taxa de juros e a entrada de fluxos externos. O ouro perdeu atratividade com a menor demanda por ativos de proteção e a valorização do dólar no mercado internacional”, diz o consultor.

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