Economia

Heineken vende toda operação na Rússia por 1 euro e estima perda bilionária

A cervejaria espera ter uma perda total de € 300 milhões (R$ 1,58 bilhão) com o negócio

Publicado

on

Foto: Reprodução

O grupo holandês de cerveja Heineken finalizou nesta sexta-feira (25) a venda de suas operações na Rússia ao Grupo Arnest, um conglomerado local que atua nos setores de cosméticos, embalagens e utensílios domésticos. A empresa se desfez de toda sua operação por apenas 1 euro (R$ 5,26), após anunciar sua saída do país em março de 2022, em meio à guerra na Ucrânia.

A Heineken era a terceira maior cervejaria da Rússia, com uma participação de mercado de cerca de 10%, mas enfrentava dificuldades para competir com as líderes Baltika e Efes. Além disso, a empresa sofria com as sanções econômicas impostas pelos países ocidentais à Rússia, em resposta à sua intervenção militar na Ucrânia.

A guerra na Ucrânia começou em novembro de 2021, quando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky foi deposto por um golpe apoiado pela Rússia, que anexou a região da Crimeia e apoiou os separatistas pró-russos no leste do país. Desde então, o conflito já deixou mais de 10 mil mortos e milhões de deslocados.

A Heineken disse que estava “muito chocada e triste” com a situação na Ucrânia e que decidiu interromper a produção, a promoção e a venda de sua marca na Rússia, como um gesto de solidariedade ao povo ucraniano. A empresa também afirmou que esperava ter uma perda total de € 300 milhões (R$ 1,58 bilhão) com o negócio.

O Grupo Arnest assumiu a responsabilidade pelos 1.800 funcionários da Heineken na Rússia, e garantiu que manterá os empregados nos próximos três anos. Além disso, a produção da Amstel, uma das marcas da Heineken, será descontinuada dentro de 6 meses na Rússia.

Centenas de empresas ocidentais fecharam suas lojas e escritórios na Rússia desde o início da guerra, como forma de protesto ou por dificuldades operacionais. Entre elas estão McDonald’s, Coca-Cola, Nike, Apple e Microsoft.

O CEO do grupo Heineken, Dolf van den Brink, disse em nota que a saída da Rússia foi uma decisão difícil, mas necessária. “Os desenvolvimentos recentes demonstram os desafios significativos enfrentados pelas grandes empresas industriais ao saírem da Rússia. Embora tenha demorado muito mais tempo do que esperávamos”, afirmou.

Clique para comentar

Popular

Sair da versão mobile