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Leonardo, cantor sertanejo, entra para a ‘lista suja’ do trabalho escravo

A atualização do Ministério do Trabalho e Emprego inclui 176 empregadores e destaca as condições alarmantes enfrentadas pelos trabalhadores

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Foto:Divulgação

O cantor sertanejo Leonardo foi incluído na nova atualização da chamada ‘lista suja’ do trabalho escravo, divulgada nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O cadastro torna público os nomes de pessoas físicas e jurídicas responsabilizadas pelo crime, após operações de resgate de trabalhadores realizadas pelo governo federal.

A inclusão de Leonardo na lista ocorreu após uma fiscalização na Fazenda Talismã, em Jussara, Goiás, onde foram encontrados seis trabalhadores, incluindo um adolescente de 17 anos, em condições degradantes. Os trabalhadores dormiam em uma casa abandonada sem água potável, banheiro ou camas, utilizando tábuas de madeira e galões de agrotóxicos como improvisação para dormir. O local estava infestado de insetos e morcegos, com um forte odor.

Os trabalhadores dormiam em uma casa abandonada, onde não havia água potável, banheiro e colchões – o espaço para deitar era improvisado com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. Reprodução/MTE


No final de julho, o cantor comemorou seu aniversário em uma festa luxuosa na mesma propriedade, avaliada em R$ 60 milhões. O advogado de Leonardo, Paulo Vaz, afirmou que o caso ocorreu em uma área arrendada e que a responsabilidade pela contratação dos trabalhadores era de um terceiro arrendatário, alegando que as indenizações foram pagas e os processos arquivados.

A “lista suja” foi criada em 2003 e é atualizada semestralmente, incluindo empregadores após o exercício do direito de defesa em duas instâncias administrativas. Com a nova atualização, a lista agora possui 727 patrões responsabilizados. O nome da Fazenda Talismã homenageia um dos sucessos da dupla Leandro & Leonardo, e a propriedade vizinha, Fazenda Lakanka, também pertence ao cantor.

Durante a fiscalização, trabalhadores relataram a falta de chuveiros, pias e a extrema sujeira do local, com fezes de morcego. A operação, que resgatou os seis trabalhadores, contou com a participação de diversas autoridades, incluindo auditores do MTE, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Além dos resgatados, mais 12 trabalhadores foram encontrados em condições informais, sem carteira assinada.

Os trabalhadores relatavam jornadas exaustivas, começando antes das 6h da manhã, e se alimentando em condições precárias, armazenando água em garrafas térmicas.

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