O ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro, recebe nesta sexta (19) e sábado (20) o Fim de Semana das Estrelas do NBB, evento que reúne os principais nomes da liga. Um deles é Marquinhos, ala do Flamengo, três vezes vencedor do prêmio de jogador mais valioso (MVP) do campeonato mais importante do basquete nacional, que ele venceu em cinco oportunidades. Nesta semana, Marquinhos conversou com o programa Stadium, da TV Brasil. Na entrevista, o jogador falou sobre diversos temas, inclusive o futuro da seleção brasileira. Para ele, a necessidade de renovação bate à porta.
Marquinhos teve o novo coronavírus (covid-19) no fim de 2020, mas defendeu os protocolos adotados pela LNB, liga que administra o NBB, que tem concentrado as partidas em um número restrito de sedes. Também falou sobre as expectativas com o Flamengo, atual líder da competição, além de estar invicto na Champions League Américas, o torneio continental da América do Sul. O jogador ainda tem planos de defender a seleção brasileira, pelo menos até a possível disputa dos Jogos de Tóquio. Para isso, o Brasil precisa vencer o Pré-Olímpico que acontece entre o fim de junho e o começo de julho em Split (Croácia).
No presente, ele pretende sair vencedor no Jogo das Estrelas, no próximo sábado (20). O evento terá um formato diferente: serão quatro equipes, cada uma com um capitão. Marquinhos é o líder de uma delas, formada apenas por atletas brasileiros. Alex, do Bauru, é o capitão de outro time, também apenas com jogadores conterrâneos. O americano Shamell, do São Paulo, é o capitão do Time Mundo, enquanto seu companheiro de equipe Georginho lidera a equipe Novas Estrelas, apenas com jovens de menos de 25 anos de idade. Os dois primeiros combinados se enfrentam no primeiro quarto da partida. No segundo quarto, se enfrentam os dois seguintes. Os perdedores disputam o terceiro lugar no terceiro quarto e os vencedores entram em quadra para o quarto final, valendo a vitória e a chance de destinar 70% dos valores arrecadados para uma instituição escolhida pelo capitão do time campeão. As instituições são: Creche Maria Ribeiro, em Bauru (SP), do Time Brabo (Alex), Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, no Rio de Janeiro (RJ), do Time Marquinhos, Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo (SP), do Time Shamell, e Hospital Santa Marcelina, em São Paulo (SP), do Time Georginho.
Marquinhos participará do Fim de Semana das Estrelas do NBB – João Pires/LNB/Direitos Reservados.
Stadium: Qual a importância de haver essa contribuição humanitária no Jogo das Estrelas? Marquinhos: Estou feliz de participar do evento e, através dele, poder ajudar outras pessoas necessitadas, que é o nosso objetivo. É um jogo com caráter bem legal de poder contribuir para ajudar essas pessoas que estão hospitalizadas e não têm recursos. Durante o jogo, vamos tentar fazer uma grande partida para quem estiver assistindo e assim poder levar um pouco de felicidade nesse momento tão difícil.
Stadium: Você acredita que o novo formato dará mais emoção à partida principal? Marquinhos: Assim ficou mais competitivo do que nos anos anteriores. Claro que, antes, podíamos dar mais show, com muitas bolas de três. Por outro lado, agora teremos a possibilidade de, mesmo jogando no máximo dois quartos, termos um objetivo. Pensamos em vencer a partida para poder ter a chance de disputar o último quarto e, assim, levar a vitória para a instituição que estamos representando. Assim, dá para manter a competitividade que estamos acostumados a ver no basquete.
Stadium: Como tem visto a temporada 2020/2021, tanto do clube quanto na sua performance individual? Marquinhos: Acredito que estamos conseguindo administrar bem no NBB. Faltaram alguns jogadores em algumas partidas, ou por lesão, ou por covid, como foi meu caso. Tive uma primeira parte do campeonato muito abaixo do que podia render, mas, a partir do momento que começou o segundo turno e ganhamos o Super 8, cresci de produção. Desde então, venho fazendo uma segunda parte muito boa, liderando o time, colocando os companheiros em condições de converter arremessos. Defensivamente, melhorei bastante também. Vejo o Flamengo num momento muito bom.
Stadium: Aos 36 anos, vencedor de vários títulos e também premiações individuais na carreira, como você trabalha para se motivar? Marquinhos: Quando isso não estiver mais motivando e não houver mais aquela vontade de levantar todo dia querendo treinar e melhorar, o atleta tem que buscar outro caminho. Parar, fazer outra coisa na vida. No meu caso, a motivação é diária. Temos um time competitivo e isso me motiva. Ainda não tenho um dos troféus que estamos disputando, o da Champions League, então venho treinando forte para levantar esse caneco. Sei a sensação que dá quando conseguimos ganhar um campeonato como esse e assim disputar o Mundial Interclubes.
Stadium: Essa motivação também inclui planos com a seleção? Marquinhos: Sim, inclusive essa semana tive um bate-papo legal com o [Aleksandar] Petrovic [técnico croata da seleção brasileira masculina de basquete]. Ele perguntou qual seria meu interesse. Disse que sempre vou deixar as portas da seleção abertas. É claro que, como já estou numa idade um pouco avançada para a seleção brasileira, acho que tem que ter uma renovação. Petrovic me disse que conta comigo ainda, e que posso ajudar bastante. Não sei qual seria a minha função. Titular, vindo do banco, capitão, mas minha ideia é ajudar o time. O Brasil precisa vencer esse Pré-Olímpico para poder se classificar para a Olimpíada de Tóquio. Se conseguirmos, terei a oportunidade de jogar, talvez, a minha última Olimpíada.
Stadium: Você falou em idade avançada. Consegue se ver fazendo isso por quanto tempo ainda? Marquinhos: Acho que o nível mundial é muito forte. Há grandes jogadores. Nesse sentido, precisa haver uma renovação. Por isso que falo que pode ser minha última Olimpíada, porque o Brasil precisa de novos jogadores. Georginho, Lucas Mariano, Lucas Dias. Precisa disso para estar sempre crescendo. Não me sinto muito velho, mas acho que, quando o assunto é essa lacuna seleção, cada um tem seu limite. Desejo passar mais tempo com minha família. Muita gente não sabe, mas o período de servir à seleção costuma bater com as férias do clube. Então, se você vai defender o Brasil você não tem férias do clube. Venho de inúmeras temporadas deixando de viajar com as minhas filhas, ter um tempo com a minha esposa, sabe? Está na hora de chegar e pensar um pouco menos nesse lado seleção e mais no lado Marquinhos, e essa renovação vai ser natural. Se falarem, ah, ele está velho. Não, não estou velho. Só me sinto na posição de deixar esse espaço aberto para outros jogadores.
Stadium: Após contrair covid-19, como você avalia as medidas tomadas para a realização da temporada do NBB, com jogos nas chamadas bolhas? Marquinhos: Essa é uma questão muito particular e que envolve muito debate. Debato aqui em casa com minha esposa, no clube com meus amigos. No basquete nacional, muitos jogadores sustentam famílias inteiras. Acho que, dentro dessa realidade, o NBB fez um sistema o mais seguro possível. Alguns contraíram o vírus, como foi meu caso e de outros. Mas me sinto seguro sim. Na maioria das vezes, vamos para um hotel, ficamos lá e não saímos para nada. É do hotel para o jogo e do jogo para o hotel. No máximo, tem o retorno para casa. Voltamos muitas vezes em viagens de ônibus, e poucas vezes de avião. Então, considerando tudo que pode ser feito, podemos nos sentir seguros para continuar na nossa profissão.
O brasiliense Gui Santos, de 20 anos, é o mais novo selecionado do Golden State Warriors, atual campeão da NBA, a principal liga de basquete dos Estados Unidos. Ex-ala do Minas Tênis Clube foi escolhido pela franquia de San Francisco em draft (seleção) realizado na noite desta quinta-feira (23) no Barclays Center, em Nova York. Gui será o quarto brasileiro a integrar a equipe do Warriors, após Anderson Varejão, Leandrinho Barbosa e Scott Machado.
“Eu estava no quarto já, achei que não ia dar mais, estava indo dormir, esfriar a cabeça. Aí meu agente, Aylton, me ligou e disse ‘vai pra sala agora e liga a TV! Conseguimos!’. E eu falei ‘não brinca comigo assim, não’. E aconteceu! Eu nem esperava mais… E de repente os Warriors me escolhem! Nem sei o que dizer. É muito mais do que um presente, é um sonho que está se realizando. É o melhor presente de aniversário que eu já ganhei. Um sonho meu, da minha família, dos meus amigos…”, disse o jogador, que completou 20 anos na última quarta (22).
O jovem atleta despontou na temporada do ano passado no Novo Basquete Brasil (NBB) tendo sido eleito o “Destaque Jovem” e “Jogador de Maior Evolução”. Em maio o atleta viajou para a Flórida (EUA) a fim de se preparar para o draft. Gui chegou a treinar em grandes franquias como o Orlando Magic, Boston Celtics e Cleveland Cavaliers.
“Fiz bons treinos e treinei bem lá. Me senti muito bem. E encontrei com o Leandrinho também, com quem joguei em Minas. Foi especial. Deixei tudo o que eu tinha nos treinamentos, foi muito intenso, um período de exaustão, de entrega, mas valeu muito a pena”, completou o brasiliense, selecionado na 55ª posição do segundo round do draft.
O ala é o 16º brasileiro a ser selecionado para franquias da NBA, sendo que dois deles jogaram na última temporada (2021/22): Raul Neto (Washington Wizards) e Didi Louzada (New Orleans Pelicans/Portland Trail Blazers).
Brasileiros já selecionados em draft da NBA
2022 – Gui Santos (Golden State Warriors – 55ª posição) 2019 – Didi Louzada (Atlanta Hawks – 35ª posição) 2014 – Bruno Caboclo (Toronto Raptors – 20ª posição) 2013 – Raul Neto (Atlanta Hawks – 47ª posição) 2013 – Lucas Nogueira (Boston Celtics – 16ª posição) 2012 – Fab Melo (Boston Celtics – 22ª posição) 2010 – Paulão Prestes (Minnesota Timberwolves – 45ª posição) 2007 – Tiago Splitter (San Antonio Spurs – 28ª posição) 2006 – Marcus Vinícius (New Orleans/Oklahoma City Hornets – 43ª posição) 2004 – Anderson Varejão (Orlando Magic – 30ª posição) 2004 – Rafael Araújo (Toronto Raptors – 8ª posição) 2003 – Leandro Barbosa (San Antonio Spurs – 28ª posição) 2002 – Nenê Hilário (New York Knicks – 7ª posição) 1988 – Rolando Ferreira (Portland Trail Blazers – 26ª posição) 1984 – Oscar Schmidt (New Jersey Nets – 131ª posição) 1976 – Marquinhos Abdala (Portland Trail Blazers – 162ª posição)
Após um primeiro turno discreto no Campeonato Brasileiro Masculino de Basquete, Blackstar/Unisociesc e Vila Nova/AEGB se enfrentam nesta segunda-feira (8), às 16h30 (horário de Brasília), na primeira rodada do segundo turno. A partida será no ginásio Oscar Zelaya, do Botafogo, na sede General Severiano, zona sul do Rio de Janeiro, e terá transmissão ao vivo da TV Brasil.
As duas equipes fazem parte da Conferência Gerson Victalino, que também reúne Botafogo, Osasco, Flamengo/Blumenau e Anápolis/Vultures. O Blackstar, de Joinville (SC), terminou a primeira metade do Brasileiro em quinto lugar, com uma vitória (sobre o próprio Vila Nova, por 101 a 52) e quatro derrotas. O Tigre de Goiânia perdeu os cinco duelos que disputou.
Na primeira fase, são duas conferências (Gerson Victalino e Hélio Rubens), com cinco times em cada. Os dois primeiros dos grupos seguem direto às quartas de final do Brasileiro. Os demais disputam um playoff para definir mais quatro classificados. Para conseguirem encerrar a chave nas duas primeiras colocações, Blackstar e Vila Nova precisam de um aproveitamento perfeito nos cinco jogos do returno e contarem com tropeços dos líderes Botafogo e Osasco.
No Blackstar, o destaque é Mauro Júnior, um dos dez jogadores com maior média de rebotes por jogo (9,2). O ala/pivô, inclusive, foi o destaque na vitória sobre o próprio Vila no primeiro turno, com 17 pontos, nove rebotes e duas assistências. Além dele, o ala-armador Eduardo Crespo aparece no top-10 de média de assistências (quatro por partida) e o ala Michel Lourencini encabeça a estatística de roubos de bola (3,4 por duelo, em média).
No lado goiano, o ala Guilherme Bento (ex-Bauru, Corinthians, Pinheiros e Brasília) é o protagonista, aparecendo entre os dez principais assistentes (média de 3,8 por partida) e ladrões de bola (2,6 por jogo) do campeonato. O armador Guilherme Santos, por sua vez, é top-10 entre os maiores cestinhas do Brasileiro, com 63 pontos anotados ao longo do primeiro turno.
Os jogos do segundo turno da Conferência Gerson Victalino serão disputados até sábado (13) no ginásio Oscar Zelaya. Para evitar a disseminação do novo coronavírus (covid-19), a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) realiza a competição com sedes fixas, sem público nas arquibancadas e exigi que os atletas e as comissões técnicas façam o teste PCR e apresentem resultado negativo para a covid-19.
Antes de Blackstar e Vila Nova irem para quadra, Flamengo/Blumenau e Osasco abrem o segundo turno do grupo às 13h30. Às 19h30, por sua vez, o Botafogo pega o Anápolis Vultures.
Na Conferência Hélio Rubens, estão os paranaenses ADRM/Maringá, APVE/Londrina e Ponta Grossa; os catarinenses Brusque e Joinville e o gaúcho União Corinthians.
A Federação Internacional de Basquete (Fiba) confirmou nesta terça-feira (10) a realização da Americup (Copa América de Basquete Masculino) no Brasil em setembro de 2022.
A Copa América será realizada em quatro cidades brasileiras e, neste momento, a organização está na etapa de validação e vistoria das candidatas.
“É uma honra e um privilégio voltar ao Brasil para a AmeriCup 2022. Fiba e CBB [Confederação Brasileira de Basquete] trabalharam juntos por um longo período e agora temos um projeto estruturado e inspirador para levar o evento ao Brasil em setembro do ano que vem”, disse Carlos Alves, diretor-executivo da Fiba Américas.
O torneio terá a participação de Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, México, República Dominicana, Porto Rico, Venezuela, Uruguai, Panamá, Ilhas Virgens e Colômbia. As seleções se classificaram através de eliminatórias encerradas em fevereiro deste ano.
Por: Agência Brasil
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