O dólar começou a semana em alta, chegando a R$ 5,81, enquanto investidores aguardam uma definição do governo federal sobre um pacote de cortes de gastos públicos. Na semana passada, o governo realizou várias reuniões, mas ainda não houve consenso sobre as medidas a serem adotadas. Novas discussões estão previstas para os próximos dias, com grande expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anuncie uma decisão definitiva.
Até as 11h, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 5,796, refletindo a tensão no mercado. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, também registrava queda de 0,22%, situando-se aos 127.552 pontos, devido às incertezas fiscais.
Nesta segunda-feira, o Banco Central divulgou dados preocupantes sobre as contas públicas. O setor público consolidado — que inclui União, estados, municípios e estatais — apresentou um déficit primário de R$ 7,3 bilhões em setembro. Em um ano, o déficit acumulado chegou a R$ 245,6 bilhões, representando 2,15% do Produto Interno Bruto (PIB), uma ligeira melhora em relação ao período anterior.
Inflação impacta no cenário financeiro
Na última sexta-feira (8/11), o dólar fechou em R$ 5,73, com uma valorização de 1,09%, impulsionada pela preocupação com o risco fiscal e o aumento da inflação, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O IBGE apontou que a inflação oficial em outubro foi de 0,56%, um aumento em relação aos 0,44% registrados em setembro. Com isso, o índice acumulado nos últimos 12 meses chegou a 4,76%, ultrapassando o teto da meta de inflação para 2024.
O Ibovespa também teve desempenho negativo, fechando a semana com uma queda de 1,36%, aos 127.911 pontos. No entanto, ações da Petrobras ajudaram a limitar a queda do índice, com seus papéis preferenciais subindo 2,17%, a R$ 36,29, enquanto as ações ordinárias avançaram 1,90%, a R$ 39,13.
Cenário instável e expectativa sobre o governo
O mercado continua atento às movimentações do governo, que enfrenta desafios para encontrar uma fórmula viável para os cortes de gastos. O cenário de risco fiscal e inflação elevada cria incertezas que impactam diretamente as expectativas para o futuro econômico do Brasil.