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Mundo

Conheça os projetos ambiciosos para uma “estação espacial” debaixo d’água

Estação vai abrigar cientistas e pesquisadores de todo o mundo

Reprodução: Fuseprojec

A 15 metros abaixo da superfície do Mar do Caribe, o explorador Fabien Cousteau (neto do lendário Jacques Cousteau) e o designer industrial Yves Béhar estão planejando a maior estação e habitat de pesquisa subaquática do mundo.

A dupla apresentou o Proteus de Fabien Cousteau, um laboratório modular de 370 metros quadrados que ficará embaixo da água na costa de Curaçao. Ele será um lar para cientistas e pesquisadores de todo o mundo que estudam o oceano, incluindo pesquisas sobre os efeitos das mudanças climáticas, a vida marinha e os avanços na medicina.

Projetados como uma estrutura circular de dois andares, ancorada em um palanque sobre palafitas, os casulos da Proteus contêm laboratórios, aposentos pessoais, baias médicas e uma moon pool, a abertura no piso para os mergulhadores acessarem o fundo do oceano. Alimentada por energia eólica e solar e pela conversão de energia térmica do oceano, a estrutura também apresentará a primeira estufa subaquática para o cultivo de alimentos, além de um estúdio para produção de vídeo.

O Proteus pretende ser a versão subaquática da Estação Espacial Internacional (ISS), onde agências governamentais, cientistas e o setor privado podem colaborar no espírito do conhecimento coletivo, independentemente das fronteiras.

“A exploração oceânica é mil vezes mais importante do que a exploração espacial para a nossa sobrevivência, nossa trajetória no futuro, falando de forma egoísta”, disse Cousteau em uma videochamada, ao lado de Béhar. “É o nosso sistema de suporte à vida. É a própria razão pela qual existimos em primeiro lugar.”

O design recém-revelado é a última etapa deste ambicioso projeto. Segundo Cousteau, levará três anos para a instalação do Proteus, embora a pandemia de coronavírus já tenha atrasado o projeto.

Gigante não descoberto

Embora os oceanos cubram 71% da superfície do mundo, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA estima que os humanos tenham explorado apenas cerca de 5% e mapeado menos de 20% dos mares do mundo.

A exploração espacial recebe mais atenção e financiamento do que sua contraparte aquática, algo que Cousteau espera remediar com Proteus – e, eventualmente, uma rede mundial de habitats de pesquisa subaquática. De acordo com Cousteau, as instalações estacionadas em diferentes oceanos podem alertar sobre tsunamis e furacões. Elas também poderiam ser pioneiras em novas e ambiciosas pesquisas sobre sustentabilidade, energia e robótica.

Os habitats subaquáticos permitem que os cientistas realizem mergulho contínuo diurno e diurno sem exigir horas de descompressão entre mergulhos. Como os astronautas no espaço, eles podem ficar debaixo d’água por dias ou semanas seguidas.

Atualmente, o único habitat subaquático que existe é o Aquarius, de 37 metros quadrados, em Florida Keys, no qual Cousteau ficou com uma equipe de aquanautas por 31 dias em 2014. Projetado em 1986 e originalmente de propriedade da NOAA, ele foi salvo em 2013 pela Universidade Internacional da Flórida. O local estava abandonado desde que a NOAA perdeu o financiamento do governo.

Tradição familiar

Cousteau vem de uma família de famosos exploradores oceanográficos. Ele é filho do cineasta Jean-Michel Cousteau e neto do cocriador de Aqua-Lung, Jacques-Yves Cousteau. O projeto é um esforço conjunto entre o Fabien Cousteau Ocean Learning Center (FCOLC) e a empresa de design da Béhar, Fuseproject, além de seus parceiros, que incluem a Universidade Northeastern, a Universidade Rutgers e a Caribbean Research and Management of Biodiversity Foundation.

Apesar de sua ênfase na pesquisa oceânica, Cousteau afirma ser “um grande defensor da exploração espacial”, observando que as duas missões são de natureza semelhante, por exigirem que os humanos estejam isolados em condições extremas e insustentáveis. Por esse motivo, o projeto de Béhar, que pode acomodar até 12 pessoas, concentra-se no bem-estar e nas capacidades científicas e tecnológicas, incluindo áreas de recreação e janelas projetadas para deixar o máximo de luz possível.

“Recentemente, desenvolvemos trabalhos para muitos ambientes pequenos. Trabalhamos em móveis robóticos para apartamentos minúsculos”, contou Béhar sobre o Fuseproject.

“Então, acho que tivemos uma boa noção de como projetar para o conforto em ambientes restritos. Dito isto, o ambiente subaquático é completamente diferente”.

“Queríamos que fosse novo, diferente, inspirador e futurista”, continuou ele. “Então, analisamos tudo, desde ficção científica a casas modulares e hotéis em casulos japoneses.” O design também tem o objetivo de ecoar a vida do oceano, com sua estrutura inspirada na forma de pólipos de coral.

Béhar e sua equipe estudaram os habitats de pesquisa subaquática que vieram antes de Proteus, incluindo o Aquário. Todos os outros precursores eram estruturas temporárias construídas para missões únicas, como os SEALAB I, II e III experimentais da NASA, da década de 1960.

“Esses habitats foram construídos de propósito, eram pequenos e tinham grandes limitações”, disse Cousteau. “Então, estamos construindo a partir da base de todos aqueles pioneiros surpreendentes que vieram antes de nós.”

Mergulhando à frente

Embora o projeto tenha algum apoio do setor privado, os criadores buscam mais financiamento. Além dos patrocinadores, os laboratórios úmidos e secos da estação podem ser alugados para agências governamentais, corporações e instituições acadêmicas.

Parte do plano é oferecer visibilidade regular sobre o que está acontecendo no Proteus, incluindo transmissões ao vivo e conteúdo de VR/AR. Dessa forma, Cousteau espera envolver um público mais amplo.

“Imagine se você encontrasse algo incrível – algo microcósmico como um medicamento ou macrocósmico como um animal gigante – e pudesse mostrá-lo a salas de aula e universidades”, disse ele.

“Nossa missão é ser capaz de traduzir ciência complexa em algo que a pessoa comum não apenas entenda, mas se apaixone por ela”. 

Por Jacqui Palumbo  – CNN

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Rei da Espanha repreende sogra após flagrante de furto no palácio

Paloma Rocasolano, mãe da rainha Letizia, foi advertida por Felipe VI após ser vista levando alimentos do Palácio de Zarzuela para casa, hábito iniciado durante a pandemia

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Paloma Rocasolano, mãe da rainha Letizia

Paloma Rocasolano, mãe da rainha Letizia, costumava desfrutar de privilégios no Palácio de Zarzuela, residência oficial da monarquia espanhola, por conta de seu vínculo familiar. No entanto, segundo o portal português Flash!, o que inicialmente parecia ser um gesto de hospitalidade acabou se transformando em uma situação que gerou incômodo no rei Felipe VI.

Funcionários do palácio relataram que Paloma se sentia à vontade para utilizar diversos serviços da Casa Real, incluindo lavanderia e refeições, como se fosse moradora permanente. Embora a presença da enfermeira fosse inicialmente justificada pela proximidade com as netas, a princesa Leonor e a infanta Sofia, o comportamento teria extrapolado os limites aceitáveis.

De acordo com os relatos, o ponto de maior polêmica foi quando Paloma foi flagrada levando comida do palácio para casa, hábito que teria começado durante o período de confinamento imposto pela pandemia. “Ela chegou a pedir que alimentos fossem enviados diretamente para sua residência”, informou o portal.

O rei Felipe VI tolerou a situação durante a pandemia, compreendendo as dificuldades do momento. No entanto, o prolongamento desse comportamento levou o monarca a demonstrar sua insatisfação. Ele teria conversado com pessoas próximas e, eventualmente, dado um ultimato à sogra para encerrar a prática.

O episódio veio à tona em meio a outras polêmicas envolvendo a família real, incluindo rumores sobre um caso extraconjugal da rainha Letizia. Essas questões têm alimentado debates sobre a vida privada dos membros da monarquia espanhola e suas relações familiares.

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Dominique Pelicot é condenado a 20 anos de prisão por drogar ex-mulher para estupros em série

Caso histórico envolve mais de 50 réus e revela década de abusos na França

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Sua ex-mulher, Gisèle Pelicot

Dominique Pelicot recebeu a pena máxima de 20 anos de prisão nesta quinta-feira (19/12) após ser considerado culpado por drogar sua ex-mulher, Gisèle Pelicot, e permitir que dezenas de homens a estuprassem ao longo de dez anos. O julgamento, realizado em Avignon, no sul da França, ganhou repercussão internacional pela gravidade dos crimes e pelo número de envolvidos.

As investigações mostraram que Dominique drogava a vítima repetidamente e facilitava os abusos, que eram registrados em vídeo. Outros 50 homens também foram condenados, com penas entre 3 e 15 anos de prisão. Apesar das sentenças, familiares e ativistas criticaram a Justiça, afirmando que as punições ficaram abaixo do esperado para a gravidade dos crimes.

Repercussões e impacto
O caso veio à tona em 2020, quando Dominique foi preso por importunação sexual em um mercado. Durante as investigações, a polícia encontrou imagens que revelaram os abusos contra Gisèle, casada com ele por cinco décadas. Somente após essas descobertas ela soube das agressões.

Na saída do tribunal, Gisèle agradeceu o apoio recebido e afirmou que tornar o caso público foi essencial para “mudar a vergonha de lado”. Manifestantes demonstraram solidariedade à vítima, carregando cartazes com mensagens de apoio, enquanto gritavam “justiça” do lado de fora do tribunal.

Decisões e novos passos legais
A defesa de Dominique anunciou que pretende recorrer da sentença, assim como outros réus. No total, as penas aplicadas aos 51 condenados somam 428 anos de prisão, marcando um dos maiores julgamentos de violência sexual da história recente da França.

O caso é visto como um marco no combate à violência contra mulheres e reforça a necessidade de ampliar discussões sobre proteção e justiça para vítimas de crimes sexuais.

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Prefeitura dos EUA pede fim de adesivos de olhos em esculturas públicas

A prática viralizou nas redes sociais, mas gera custos com remoção e pode causar danos permanentes às obras de arte

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Nos últimos dias, esculturas espalhadas pela cidade de Bend, no estado do Oregon, nos Estados Unidos, têm sido alvo de uma intervenção inusitada: adesivos de olhos “engraçados” têm aparecido fixados em diversas obras de arte pública. A ação rapidamente viralizou nas redes sociais e gerou tanto risos quanto polêmica entre os moradores.

A prefeitura de Bend compartilhou imagens das esculturas modificadas, parte da chamada “Rota de Arte das Rotatórias”, em suas redes sociais. Entre as intervenções, destaca-se uma escultura de dois cervos com olhos adesivos e outra de uma esfera igualmente decorada. Apesar do tom descontraído da ação, os responsáveis pelos atos, apelidados de “Bandido dos Olhinhos” (Googly Eye Bandit), ainda não foram identificados.

Embora a ideia tenha conquistado simpatia de muitos moradores, a prefeitura alertou que a remoção dos adesivos exige cuidado para evitar danos às obras, algumas das quais são feitas de materiais como bronze e aço. Até o momento, a administração já gastou cerca de US$ 1.500 (aproximadamente R$ 9,3 mil) na limpeza de sete das oito peças afetadas. Uma escultura chamada “Phoenix Rising” pode, inclusive, precisar de repintura completa.

Nas redes sociais, a publicação oficial sobre o tema gerou discussões calorosas. Muitos moradores elogiaram a criatividade e a alegria trazidas pelas intervenções. “Minha filha e eu demos uma boa risada ao ver os olhos na galinha flamejante”, comentou um usuário, referindo-se ao apelido da obra “Phoenix Rising”. Outros, no entanto, argumentaram que o dinheiro gasto na remoção poderia ser investido em problemas mais urgentes, como o enfrentamento à falta de moradia.

Rene Mitchell, diretora de comunicações de Bend, explicou que, ao longo dos anos, as esculturas da cidade já foram decoradas com itens sazonais, como chapéus de Natal e guirlandas, que não são removidos. Contudo, os adesivos são tratados de forma diferente, pois podem causar danos permanentes às obras.



“Incentivamos nossa comunidade a interagir com a arte e a se divertir, mas precisamos proteger nosso acervo”, afirmou Mitchell. Ela também reforçou que a intenção da prefeitura não era adotar uma postura rigorosa, mas conscientizar os moradores sobre os impactos negativos da prática.

A história ganhou destaque nacional, chegando a ser mencionada em programas de TV como The Late Show with Stephen Colbert. Apesar da controvérsia, muitos moradores disseram esperar com entusiasmo pelas próximas intervenções criativas que possam surgir durante as festas de fim de ano.

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