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Economia

Biden determina estudo sobre criação de dólar digital; bitcoin dispara

Instituições financeiras avaliam viabilidade de moeda digital oficial

Reuters/Dado Ruvic

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou uma ordem executiva nesta quarta-feira (9) para que o governo norte-americano avalie os riscos e benefícios da criação de um dólar digital pelo Banco Central, bem como outras questões envolvendo criptomoedas, anunciou a Casa Branca.

O anúncio causou um movimento de valorização do bitcoin e de uma série de outros ativos digitais. Às 14h45 (horário de Brasília), o bitcoin disparava 9,1%, para US$ 42.289, a caminho do maior ganho desde 28 de fevereiro. O Etherium teve alta de 6,45%, a US$ 2.744.

O pedido de Biden exigirá que o Departamento do Tesouro, o Departamento de Comércio e outras agências norte-americanas preparem relatórios sobre o futuro do dinheiro e o papel que as criptomoedas desempenharão.

“O mercado foi claramente animado com as conversas sobre apoiar a inovação responsável e uma abordagem construtiva para regular a economia de tokens digitais em evolução”, disse a equipe da Bitfinex Trading, em nota.

A ampla supervisão do mercado de criptomoedas, que ultrapassou 3 trilhões de dólares em novembro, é essencial para garantir a segurança nacional dos EUA, a estabilidade financeira e a competitividade do país, além de evitar a crescente ameaça de crimes digitais, disseram autoridades do governo norte-americano.

Uma das principais medidas da ordem de Biden orienta o governo a avaliar a infraestrutura tecnológica necessária para uma possível emissão de moeda digital pelo Banco Central dos Estados Unidos (CBDC), que seria uma versão eletrônica das notas de dólar. A ordem também incentiva o Federal Reserve a continuar os esforços de pesquisa e desenvolvimento. Os fundos negociados em bolsa (ETFs) que rastreiam futuros de bitcoin e que ganharam aprovação regulatória no final do ano passado também saltaram. 

ProShares Bitcoin Strategy ETF e Valkyrie Bitcoin Strategy ETF subiam 10,1% e 10,2%, respectivamente.

Nove países lançaram moedas digitais de bancos centrais e 16 outros – incluindo China e Brasil – começaram o desenvolvimento de ativos digitais, de acordo com o Atlantic Council, levando alguns em Washington a temer que o dólar possa perder parte de seu domínio para a China.

A ordem de Biden determina que as agências norte-americanas, incluindo a SEC e o Consumer Financial Protection Bureau, devem analisar outras questões levantadas pelas criptomoedas, incluindo risco sistêmico e proteção ao consumidor.

Um dos principais objetivos é corrigir as ineficiências no atual sistema de pagamentos dos EUA e aumentar a inclusão financeira, especialmente dos norte-americanos pobres, cerca de 5% dos quais atualmente não têm contas bancárias devido às altas tarifas, segundo o governo.

Por: Agência Brasil

Economia

Milei quer taxar brasileiros que estudam na Argentina

Presidente argentino defende medidas como parte de uma ‘revolução liberal’.

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O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou um pacote de medidas econômicas que pode afetar diretamente os mais de 10 mil estudantes brasileiros que cursam universidades públicas e gratuitas no país vizinho. Entre as propostas do governo, está a autorização para que as universidades cobrem mensalidades dos estrangeiros que não possuem residência permanente na Argentina.

A medida pode inviabilizar o sonho de muitos brasileiros que buscam uma formação de qualidade, sem custos e sem vestibular, principalmente na área de Medicina. Atualmente, a Argentina é o destino preferido dos brasileiros que querem estudar fora do país, segundo o Ministério da Educação do Brasil.

O pacote de Milei, apelidado de “Plano Motosserra”, visa reduzir o déficit fiscal do Estado, que gasta mais do que arrecada, e combater a hiperinflação, que já ultrapassa os 140% ao ano. Além da cobrança das universidades, o governo também anunciou a redução de ministérios, o corte de subsídios, a desvalorização da moeda, a taxação do comércio exterior e o cancelamento de obras públicas.

O governo argentino, no entanto, abriu uma brecha para que as universidades possam implementar um sistema de bolsas de estudo para os estrangeiros, financiado por convênios com outros países ou com instituições privadas. Essa alternativa pode beneficiar os brasileiros que já estão matriculados ou que pretendem ingressar nas universidades argentinas.

O pacote econômico de Milei ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional da Argentina, que tem maioria da oposição. O projeto já enfrenta resistência de diversos setores da sociedade, que realizaram protestos e panelaços contra as medidas. O presidente Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023, defende que as reformas são necessárias para solucionar os problemas estruturais da economia argentina.

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Argentinos poderão pagar aluguel até com litro de leite, diz chanceler de Milei

Megadecreto permite que locação seja quitada com bitcoin, qualquer tipo de moeda ou quilos de vaca

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O presidente da Argentina, Javier Milei, surpreendeu o país ao publicar um decreto que permite que os contratos de aluguel sejam feitos em qualquer moeda ou bem, incluindo criptomoedas, vacas e leite. A medida, que revoga a atual Lei do Aluguel, foi anunciada pela ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, que defendeu o respeito à vontade dos cidadãos de escolherem como pagar suas dívidas.

O decreto, que entrou em vigor ontem, causou polêmica e indignação entre os inquilinos, que temem ser explorados pelos proprietários. O presidente da associação Inquilinos Agrupados, Gervasio Muñoz, acusou Milei de querer implantar um sistema econômico medieval na Argentina e anunciou protestos contra a nova lei.

Segundo Muñoz, o decreto não estabelece um prazo mínimo para os contratos de aluguel e permite que os proprietários cobrem em dólares, euros ou qualquer outra moeda que desejarem, sem a possibilidade de intervenção do devedor ou do juiz. Ele afirmou que isso pode levar a situações absurdas, como ter que assinar contratos por 15 dias, um mês ou dois meses, ou pagar o aluguel com quilos de vaca ou litros de leite.

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Economia

Argentina: peso desaba 54% e Bolsa dispara após anúncios do governo

O índice S&P Merval avançava 6,2% por volta das 11 horas (pelo horário de Brasília), renovando a máxima. BC manterá juros em 133% ao ano

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A Argentina viveu nesta quarta-feira (13/12) um dia de turbulência econômica, após o anúncio de um pacote de medidas do novo governo do presidente Javier Milei, que assumiu o poder no mês passado com uma agenda ultraliberal. O peso oficial argentino sofreu uma forte desvalorização de mais de 54% em relação ao dólar, que chegou a ser cotado a 800 pesos na abertura do mercado. Já o índice S&P Merval, que mede o desempenho das principais ações da bolsa de Buenos Aires, subiu 6,2%, atingindo um novo recorde de 1.072.661,76 pontos.

As medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Luis Caputo, na terça-feira (12/12), têm como objetivo reduzir o déficit fiscal, controlar a inflação e estimular o crescimento econômico. Entre elas, estão a diminuição do tamanho do Estado, o corte de gastos públicos, o aumento de impostos sobre as importações e a desvalorização do peso. O governo Milei também pretende privatizar empresas estatais, flexibilizar as leis trabalhistas e abrir o mercado para investidores estrangeiros.

O pacote, porém, foi recebido com ceticismo e resistência por parte de setores da sociedade, que temem os efeitos sociais das medidas. A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, agravada pela pandemia de covid-19, que deixou milhões de pessoas sem emprego e renda. Em outubro, a inflação anual chegou a 142,7%, a maior desde 1991, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Além disso, quatro em cada 10 argentinos vivem abaixo da linha da pobreza, de acordo com dados do mesmo órgão referentes a setembro.

O Banco Central da Argentina, por sua vez, anunciou que manterá a taxa básica de juros em 133% ao ano, uma das mais altas do mundo, para tentar conter a fuga de capitais e a pressão sobre o câmbio. A autoridade monetária também informou que adotará uma nova “paridade móvel” para o peso, que perderá 2% do seu valor a cada mês. A medida visa a aumentar a competitividade das exportações argentinas e a reduzir o déficit comercial.

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