Forças da Índia frustraram uma tentativa de tropas chinesas de ocupar uma colina na fronteira disputada entre os gigantes asiáticos no oeste dos Himalaias, disseram autoridades de Nova Délhi nesta segunda-feira após o incidente mais recente entre os dois vizinhos dotados de armas nucleares.
Tendo percebido a movimentação dos soldados chineses, tropas indianas se mobilizaram para impedir uma intromissão ainda maior, e o confronto não degenerou em um choque entre os dois lados, disseram militares e fontes governamentais da Índia à Reuters.
A China rejeitou a acusação de que tropas do Exército de Libertação Popular (ELP) violaram a fronteira, mas as tensões entre os dois Exércitos nos desertos da região de Ladakh estão altas há vários meses.
O incidente mais recente ocorreu na noite de domingo nas margens do Lago Pangong Tso, onde os dois lados vivem um impasse desde abril, disse o Exército indiano.
Em junho, 20 soldados indianos morreram em combates corpo a corpo com tropas chinesas no vizinho Vale de Galwan, o confronto militar mais grave entre os vizinhos em mais de meio século. Os dois lados concordaram em recuar após o episódio, mas o Exército indiano acusa forças chinesas de terem violado o acordo no final de semana.
“Na noite de 29/30 de agosto de 2020, tropas do ELP violaram o consenso anterior obtido durante os engajamentos militares e diplomáticos durante o impasse em andamento em Ladakh Oriental e realizaram movimentações militares provocadoras para mudar o status quo”, disse o porta-voz do Exército indiano, coronel Aman Anand, em um comunicado.
Ele ainda disse que soldados indianos frustraram a tentativa chinesa de “mudar os fatos no território unilateralmente”, mas sem dar detalhes.
Mas uma fonte de Nova Délhi a par do incidente disse que tropas chinesas tentaram avançar em uma colina às margens do lago, que a Índia considera parte de seu território.
As forças chinesas foram “impedidas pela movimentação rápida” das tropas indianas, disse a fonte, mas as primeiras fizeram algum progresso, violando claramente a Linha de Controle Efetivo, a fronteira de fato.
O Ministério das Relações Exteriores chinês refutou as alegações indianas.
As tropas chinesas “sempre obedecem rigidamente a Linha de Controle Efetivo, e nunca cruzam a linha”, disse seu porta-voz, Zhao Lijian, em uma entrevista coletiva.
Reportagem adicional de Devjyot Ghoshal e Nidhi Verma em Nova Délhi, Fayaz Bukhari em Srinagar e Gabriel Crossley em Pequim – Reuters