A OceanGate, empresa que organizava expedições aos destroços do Titanic, anunciou a nomeação de um novo diretor-executivo, após a morte de seu fundador e piloto do submarino que implodiu no fundo do oceano. Gordon Gardiner, ex-banqueiro de investimentos e empresário, assume o cargo com o desafio de conduzir as investigações sobre o acidente e o futuro da companhia.
Gardiner tem experiência no setor financeiro, tendo trabalhado por 15 anos no banco JPMorgan, e no ramo de tecnologia, sendo CEO do fundo de investimentos Quantum Holdings e sócio da Swiftsure Capital. Ele também foi presidente da empresa de delivery TableSafe e diretor do conselho de outras seis empresas. Segundo a OceanGate, ele foi escolhido “para liderar a empresa nas investigações em andamento e no fechamento das operações” .
A OceanGate é responsável pelo Titan, um submersível que levava cinco pessoas aos restos do mais famoso naufrágio da história, a cerca de 600 km da costa sudeste do Canadá. No dia 18 de junho, o veículo desapareceu no Atlântico, 1h45 após o início do mergulho da quinta missão da “Expedição Titanic” neste ano. Quatro dias depois, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que o submarino sofreu uma “catastrófica implosão”, matando todos os ocupantes .
Entre as vítimas estavam Stockton Rush, 61, dono da OceanGate e piloto do Titan, o bilionário britânico Hamish Harding, 58, diretor-executivo da empresa Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 48, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman Dawood, 19, e o francês Paul-Henri Nargeolet, 77, mergulhador especialista no Titanic.
O acidente levantou muitas dúvidas sobre a segurança do veículo, que era dirigido por um controle semelhante ao de videogames e tinha um interior apertado e simples. A empresa foi alertada diversas vezes sobre os riscos de seu maquinário, mas discordou das críticas. Por se tratar de uma inovação, justificou a companhia, o empreendimento não atenderia aos padrões de certificação .
Em 2018, um comitê de veículos subaquáticos da Sociedade de Tecnologia Marítima enviou uma carta ao presidente da OceanGate expressando “preocupação unânime” com o desenvolvimento do submarino e alertando para possíveis consequências “catastróficas” em decorrência da abordagem experimental do veículo .
As autoridades americanas e canadenses iniciaram investigações sobre o acidente. “Meu objetivo é evitar um incidente semelhante, fazendo as recomendações necessárias para aumentar a segurança marítima no mundo”, disse Jason Neubauer, investigador-chefe da Guarda Costeira, em Boston . No início do mês passado, a OceanGate suspendeu todas as operações de exploração e tratativas comerciais .