Um piloto da Alaska Airlines que tentou desligar os motores de um avião em pleno voo, colocando em risco a vida de 83 passageiros e tripulantes, afirmou que estava alucinando por causa de cogumelos psicodélicos que consumiu dois dias antes. Joseph Emerson, 44 anos, revelou ao jornal The New York Times que ingeriu os cogumelos durante uma festa em homenagem ao seu melhor amigo, que morreu em 2018.
Emerson contou que estava sofrendo de depressão e que aceitou a oferta de um dos convidados da festa, que aconteceu em Washington (EUA), no fim de semana anterior ao voo. Ele disse que nunca havia experimentado a droga antes e que se sentiu mal na noite seguinte, com medo de seus amigos e desconfiado da realidade.
Na segunda-feira, 22 de outubro, Emerson embarcou no voo da Horizon Air, uma subsidiária da Alaska Airlines, que partia de Everett, Washington, com destino à Califórnia. Ele ocupava o assento da cabine, reservado para pilotos que viajam como passageiros. Durante o voo, ele disse que entrou em pânico e mandou mensagens para um amigo e para sua esposa, dizendo que precisava voltar para casa.
Ele relatou que tirou o fone de ouvido da cabine e pediu ajuda aos pilotos, mas não obteve resposta. Foi então que ele decidiu puxar as alavancas que cortavam o combustível dos motores, acreditando que estava sonhando e que assim acordaria. Os pilotos conseguiram impedir que ele desligasse os motores e o imobilizaram com a ajuda de um comissário de bordo. O avião pousou em segurança no aeroporto de Portland, Oregon, onde Emerson foi preso.
Na delegacia, Emerson continuou a agir de forma estranha, se despiu, urinou em si mesmo e tentou pular de uma janela. Ele disse aos investigadores que havia consumido cogumelos mágicos no fim de semana e que estava confuso sobre o que era real. Ele também admitiu que sofria de depressão e que não procurou ajuda profissional por medo de perder sua licença de piloto.
Emerson foi indiciado por 83 acusações de tentativa de homicídio e está preso na cadeia do condado de Portland. Ele disse ao The New York Times que se arrepende do que fez e que nunca quis machucar ninguém. Ele disse que não sabe se algum dia voltará a pilotar um avião. Seu julgamento está marcado para o dia 30 de novembro. A CNN tentou entrar em contato com o advogado de Emerson, mas não obteve resposta.
