O Spotify, líder mundial em streaming de áudio, surpreendeu o mercado nesta segunda-feira (4) ao anunciar o corte de cerca de 1.500 postos de trabalho, o equivalente a 17% de sua força de trabalho. A medida visa reduzir custos e se adequar à concorrência acirrada no setor de tecnologia. Esta é a terceira onda de demissões do grupo sueco, que já havia dispensado 600 funcionários em janeiro e outros 200 em junho na sua divisão de podcasts.
O anúncio contrasta com os resultados financeiros positivos do Spotify, que registrou um lucro líquido de 65 milhões de euros (cerca de 70 milhões de dólares ou 344 milhões de reais) no terceiro trimestre, contra os 166 milhões do ano anterior. O número de usuários ativos do serviço também cresceu 26%, chegando a 574 milhões.
“Estou ciente de que, para muitos, uma redução desta magnitude pode parecer surpreendente, devido ao recente relatório positivo sobre os lucros e os nossos resultados”, escreveu o CEO Daniel Ek em uma carta aos funcionários, consultada pela AFP.
Segundo Ek, o Spotify ainda tem uma estrutura de custos muito grande para atingir seus objetivos de longo prazo. Desde o seu lançamento, em 2006, o Spotify não parou de investir para impulsionar o seu crescimento, expandindo-se para novos mercados e depois oferecendo conteúdos exclusivos, como podcasts, nos quais investiu mais de um bilhão de dólares (4,9 bilhões de reais na cotação atual).
O Spotify enfrenta a concorrência de gigantes americanas como Meta, Alphabet e Amazon, que também oferecem serviços de streaming de áudio e vídeo. Essas empresas também anunciaram demissões no setor de tecnologia desde o início de 2023, em meio a uma crise econômica global.