Com a chegada das festas de fim de ano, a Netflix recheou a lista de lançamentos do mês de novembro de filmes e séries especiais de natal. A temática do bom velhinho emplacou cerca de 10 títulos, mas não parou por aí. O streaming parece ter apostado também em clássicos dos anos 2000 ao inserir no catálogo “As Branquelas”, “Matrix” e “As Aventuras de Sharkboy e LavaGirl”. Além dos sucessos, o público também pode conferir o documentário do cantor ‘Shawn Mendes: In Wonder‘ e a quarta temporada de ‘The Crown’.
As Branquelas
Sinopse
O clássico filme de comédia, ‘As Branquelas’, lançado em 2004, já está disponível no catálogo da Netflix e traz em seu enredo uma série de situações constrangedoras e engraçadas protagonizadas por dois irmãos agentes do FBI, Marcus e Kevin Copeland.
No início da trama, os irmãos acidentalmente evitam que bandidos sejam presos em uma apreensão de drogas. Como castigo, eles são forçados a escoltar um par de socialites nos Hamptons. Porém, quando as meninas descobrem o plano da agência, se recusam a ir. Sem opções, Marcus e Kevin decidem fingir que são as irmãs. Os agentes passam de homens afro-americanos para um par de loiras.
Matrix
Sinopse
Para a felicidade dos fãs da saga ‘Matrix‘, a Netflix já disponibilizou no streaming os três filmes do enredo: ‘Matrix’, ‘Matrix Reloaded’ e ‘Matrix Revolutions’. O primeiro filme da série começa quando uma bela estranha (Carrie Ann Moss) leva o hacker Neo (Keanu Reeves) para um submundo proibido, ele descobre a verdade chocante – a vida que ele conhece é um truque elaborado por uma inteligência cibernética do mal. Neo se junta ao lendário e perigoso guerreiro rebelde Morpheus (Lawrence Fishburne) para destruir a ilusão que escraviza a humanidade. Agora, cada movimento, cada segundo, cada pensamento se torna uma luta para permanecer vivo – para escapar de Matrix.
The Crown – 4º temporada
Sinopse
Marcada para estrear no dia 15 de novembro, a 4º temporada de ‘The Crown’ revela como, com o avanço da idade do Príncipe Charles (Josh O’Connor), a Rainha Elizabeth (Olivia Colman) e os demais membros da família real começam a pressioná-lo a encontrar uma noiva, ou melhor, a futura princesa do Reino Unido. Para ocupar tal posto entre a família mais visada da Inglaterra, a futura esposa deve possuir características dignas de carregar a linha de sucessão real.
No trailer, cenas da jovem Lady Diana Spencer (Emma Corrin) salientam o que vem por aí. Vestida de noiva e ovacionada pela mídia e pelos britânicos, a trajetória e os desafios de Diana até o altar estarão presentes na nova temporada.
Por outro lado, ao fungir do conto de fadas proporcionado pelo casamento real em ascensão, as divergências políticas do Reino Unido também ganham destaque. As cenas passadas na década de 1970, revelam o o impacto das políticas introduzidas pela primeira-ministra Margaret Thatcher (Gillian Anderson) e as desavenças da personagem com a rainha Elizabeth. O conflito se intensifica com as ações propositais de Thatcher para levar a nação à guerra das Malvinas.
Shawn Mendes: In Wonder
Gravado em 2019, o documentário‘Shawn Mendes: In Wonder’ vai ao ar no dia 23 de novembro e acontece durante a turnê mundial ‘Shawn Mandes: The Tour’. Ao longo dos 104 shows, o artista revela a intensidade de sua rotina e algumas inseguranças vividas no universo da fama. Em trecho, Shawn questiona se a verdadeira identidade dele, sem filtros, agradaria ou não o público, além de duvidar do seu empenho no palco.
Segundo o cantor, o filme “não é uma história sobre um músico famoso. É sobre um cara crescendo”. Em trechos, há gravações da infância, imagens de shows e eventos importantes para o artista. O Brasil também ganha espaço no enredo. O documentário relembra o cancelamento do show em São Paulo, por motivos de saúde, que abalou tantos fãs brasileiros, em 2019.
A Princesa e a Plebeia – Nova Aventura
Sinopse
Para ilustrar a categoria ‘enredos natalinos’, o filme ‘A Princesa e a Plebeia’ está com lançamento marcado para 19 de novembro. A trama conta a história de Stacy Denovo, uma padeira que viaja à uma pequena cidade para participar de uma competição gastronômica em véspera de natal. Lá ela encontra acidentalmente Margaret Delacourt, uma duquesa fisicamente idêntica a ela.
As duas decidem trocar de identidade e viver uma a vida da outra durante dois dias, mas a história começa a se complicar. A continuação do filme protagonizado por Vanessa Hudgens (High School Musical) ainda não conta com trailer oficial, mas, para quem já conferiu a primeira parte, uma nova sósia aparece para atrapalhar todos os planos de Stacy e Margaret.
O escritor e roteirista Raphael Montes, responsável pelos filmes A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais, que retratam o caso Suzane Von Richthofen, compartilhou algumas curiosidades sobre a produção em seu perfil no Instagram. Em uma série de imagens, ele esclareceu dúvidas e mitos sobre o filme, que estreou recentemente nos cinemas.
Montes afirmou que o filme não teve nenhuma colaboração ou pagamento dos envolvidos no crime, que chocou o país em 2002. “As pessoas retratadas no filme nunca receberam nem irão receber nenhum valor ou pagamento. Eles não possuem nenhum direito sobre a obra. Não houve contato entre a produção e Suzane Von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos nem seus familiares”, disse.
Ele também explicou que o filme se baseou exclusivamente nos depoimentos dados à Justiça, que são de domínio público. “O filme é uma adaptação de uma história real baseada exclusivamente nos depoimentos transcritos nos autos do processo. Esses autos são públicos”, informou.
O roteirista ainda negou que o filme tenha a intenção de romantizar ou enaltecer o assassinato dos pais de Suzane, cometido por ela e pelos irmãos Cravinhos. “A interpretação dos fatos e das versões é facultada ao público. Os filmes não apontam inocentes ou culpados, tampouco romantizam ou enaltecem os assassinatos”, declarou.
Por fim, Montes ressaltou que o filme foi feito com recursos privados, sem uso de verba pública. “Não há verba pública na produção: Os filmes são produções feitas com investimento privado. Não há nenhum uso de verba pública em suas realizações”, finalizou.
A advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra surpreendeu seus fãs ao revelar que sua vida será retratada em um filme. Em um vídeo publicado em seu Instagram no domingo (22/10), ela mostrou uma prévia da produção, que abordará sua trajetória pessoal e profissional, sua experiência como mãe e sua relação com seus seguidores. “Os meus seguidores são o meu combustível diário. Existem coisas que eu tento não levar para a internet, mas parece que eles adivinham”, afirmou ela em uma parte do vídeo.
No final da prévia, Deolane apareceu dirigindo um carro de luxo roxo, uma Lamborghini Urus 2023. Na legenda, ela questionou se estava feliz ou apenas ostentando. “Será que estou feliz ou estou só ostentando? Às vezes, não é ostentar, é inspirar”, escreveu.
O filme ainda não tem data de lançamento nem plataforma definida. A direção é de Luciano Marques, que já trabalhou com outros artistas famosos. Deolane Bezerra ganhou notoriedade nas redes sociais após o falecimento de seu noivo, o cantor MC Kevin, em maio deste ano.
O filme é uma adaptação da história real de um agente especial do governo dos EUA que vive o dilema de prender pedófilos e não conseguir trazer as crianças de volta aos seus lares
Nesta semana, finalmente ocorreu a estreia do filme “O Som da Liberdade” no Brasil. É um filme sobre exploração sexual de crianças e tráfico humano, baseado em fatos reais, e sucesso de bilheteria nos EUA. E desde a estreia vem sendo considerado o filme mais polêmico do ano.
O filme é uma adaptação da história real de um agente especial do governo dos EUA que vive o dilema de prender pedófilos e não conseguir trazer as crianças de volta aos seus lares. Cansado disso, o personagem principal parte para uma missão de resgate de crianças e combate ao tráfico sexual infantil. Um filme poderoso e impactante que precisa ser exibido ao mundo inteiro para que possamos refletir e falar sobre tudo isso.
A cada 24 horas 320 crianças são exploradas sexualmente no Brasil que ocupa o 2º lugar no ranking mundial de exploração infanto-juvenil, sendo que apenas 7 casos em 100 são denunciados. Mais de 70% das pessoas que assistem a exploração sexual se calam e uma menina de até 13 anos de idade é estuprada a cada 15 minutos no Brasil. Os números são assustadores, pois contabilizamos mais de 500 mil vítimas de exploração sexual por ano e apenas nas rodovias federais brasileiras existem 3.651 pontos de exploração sexual infantil, sendo o Brasil apontado como um dos piores países do mundo para ser menina. O Brasil é ainda o maior exportador de crianças e mulheres para prostituição das Américas, servindo também de trânsito para as aliciadas no continente a caminho dos Estados Unidos e da Europa.
Antes de mais nada, é preciso esclarecer a diferença entre os crimes de abuso sexual e de exploração sexual, sendo o primeiro praticado através de atos abusivos, e o segundo com a finalidade estritamente comercial, visando o lucro, seja através da prostituição, pornografia, turismo sexual ou o tráfico de pessoas, que serve de enredo ao filme. O tráfico de pessoas movimenta mais de 30 bilhões de dólares anualmente segundo a ONU, sendo que a forma mais frequente é a exploração sexual (79%) sobressaindo sobre as outras, que são a exploração do trabalho e o tráfico para o comércio de órgãos. É a fonte de renda ilegal que mais cresce no mundo, sendo que o número de crianças vítimas de tráfico sexual triplicou últimos 15 anos.
Sempre que se fala em pedofilia, penso que existe ainda muito a ser feito. Em primeiro lugar é preciso estabelecer um vínculo forte e conversar com nossos filhos, pois uma criança informada (inclusive sobre o uso da internet) tem bem menos chance de ser abusada, sendo que o silêncio é o maior aliado dos predadores sexuais. Mas não apenas isso, precisamos investir em campanhas e políticas públicas sérias sobre o crucial tema. O enfrentamento a esse tipo de crime também passa por investimento nas polícias, por fortalecimento das fronteiras, pela criação de legislação específica, em especial, sobre crimes de internet, bem como, precisamos ter um grande banco de dados nacional desses criminosos sexuais, entre outras medidas.
Confesso que não consigo entender o real motivo de tanta polêmica sobre o filme, que vai desde associar com a extrema-direita estadunidense, questionar se os fatos são reais, repudiar o fato dos traficantes e pedófilos estarem na América Latina, e outras muitas “teorias da conspiração”. Não tenho dúvida alguma de que a importância do longa para a sociedade deve estar muito acima de toda essa polêmica, pois após 05 anos sendo rejeitado na tela grande, o filme tem hoje o potencial para se tornar um forte movimento de combate ao tráfico sexual humano a se espalhar pelo mundo.
E desde já adianto que é impossível assistir esse filme sem correr o risco das lágrimas derramarem dos seus olhos, por mais de uma vez. Porém, o tráfico sexual de crianças e adolescentes é um tema que precisa ser debatido e o filme ajuda nisso. Esse tipo de crime é tão horrível que a sociedade teima em fechar os olhos, sendo que o primeiro passo é justamente falar sobre isso, e falar muito. É preciso retirar esse assunto da invisibilidade, fortalecer a rede de proteção e incentivar a denúncia, pois cuidar dessas crianças deve ser um compromisso de todos nós.
Se ao menos desconfiar, não se cale, denuncie, disque 100.
Veja o trailer do filme abaixo:
Charles Bicca é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança Adolescente e Juventude da OAB/DF e Especialista em Garantia dos Direitos e Política de Cuidados à Criança e ao Adolescente pela Universidade de Brasília- UnB. Autor dos livros: Abandono afetivo: O dever de cuidado e a responsabilidade civil por abandono de filhos (2015); Pedofilia: Repressão aos crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes (2017 – coautor) e Mãe, cadê meu pai? (2019).