Pacientes adultos com alopecia areata, uma condição que causa a queda de cabelos em áreas circulares do couro cabeludo ou de outras partes do corpo, têm uma nova esperança de recuperar os fios. A Anvisa aprovou em outubro o uso do baricitinibe, um medicamento que já era usado para tratar artrite reumatoide, dermatite atópica e Covid-19, para o tratamento sistêmico da alopecia areata grave.
O baricitinibe, comercializado como Olumiant, atua como um inibidor da enzima Janus quinase (JAK), que está envolvida na resposta inflamatória e imunológica do organismo. Ao bloquear essa enzima, o medicamento reduz a inflamação e a destruição dos folículos capilares, permitindo o crescimento dos cabelos.
O medicamento já está disponível nas farmácias, mas tem um custo elevado. Segundo a fabricante Eli Lilly do Brasil, a dosagem de 4 mg tem um preço máximo ao consumidor (PMC) de R$ 5.648,25, sem impostos. Em farmácias online, o valor pode ser ainda maior.
A eficácia e a segurança do baricitinibe para a alopecia areata foram comprovadas em diversos estudos clínicos. Um deles mostrou que, após 36 semanas de tratamento, alguns pacientes chegaram a ter pelo menos 80% de cobertura capilar do couro cabeludo. Outro estudo revelou que, entre os pacientes que receberam 4 miligramas do medicamento, 35% alcançaram uma cobertura adequada do couro cabeludo, enquanto apenas 5% dos que receberam placebo tiveram o mesmo resultado.
A alopecia areata afeta cerca de 2% da população mundial e pode causar impactos negativos na autoestima e na qualidade de vida dos pacientes. A doença não tem cura, mas pode ser controlada com tratamentos adequados. O baricitinibe é o primeiro medicamento aprovado pela Anvisa para o tratamento sistêmico da alopecia areata grave, o que representa um avanço importante para os pacientes que sofrem com essa condição.