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O império da rainha e do príncipe do garimpo: terror e riqueza em terras indígenas

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Reprodução - Redes sociais

Irismar Cruz Machado, conhecida como Rainha do Garimpo, e seu filho, Pablo Severo Machado, o autointitulado Príncipe do Garimpo, comandaram uma operação de mineração ilegal que espalhou medo e violência na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Presos pela Polícia Federal em outubro de 2024, eles foram liberados pela Justiça um mês depois, sob medidas cautelares. O caso expõe os extremos da exploração ilegal de recursos minerais no Brasil.


Controle com Armas e Intimidação

Irismar e Pablo mantinham controle total sobre os garimpos por meio de um grupo armado de mercenários, descrito como um exército particular. Esse grupo, apelidado de The Expendables, utilizava armamentos de uso restrito, patrulhava as áreas de mineração e intimidava garimpeiros e comunidades indígenas. Relatos indicam que ameaças de morte, destruição de equipamentos e violência física eram práticas comuns sob o comando da família.

A liderança de Irismar no garimpo ilegal era sustentada por uma rede de capangas que extorquiam lucros, impediam concorrência e garantiam o cumprimento rigoroso de suas ordens. Essa estrutura tornou o nome Dona Iris sinônimo de medo na região.


Fortunas Ocultas em Negócios de Fachada

A dupla mãe e filho conseguiu ocultar sua fortuna por meio de esquemas de lavagem de dinheiro. Investigadores descobriram que empresas fictícias, como a Machado e Cruz Ltda., eram usadas para justificar a origem de seus recursos, permitindo aquisições de alto valor, como fazendas e veículos de luxo.

Entre os principais meios de encobrir o dinheiro ilícito estava o setor agropecuário, especialmente a criação de gado. Estima-se que, em apenas cinco meses, Irismar tenha retirado 200 quilos de ouro das terras indígenas, demonstrando a escala de sua operação.


Impactos Ambientais e Sociais

As atividades de garimpo lideradas por Irismar e Pablo deixaram um rastro de devastação. Comunidades indígenas foram forçadas a abandonar suas terras devido à violência e à degradação ambiental provocada pelas operações. Além disso, a dupla é acusada de desrespeitar leis ambientais e de possuir um arsenal de armas ilegais.

Pablo desempenhava um papel essencial nas operações criminosas. Ele era responsável pela logística, aquisição de armamentos e estratégias de proteção para garantir que os lucros fossem mantidos e investidos sem levantar suspeitas.


A Luta Contra a Impunidade

A soltura de Irismar e Pablo, mesmo após uma operação bem-sucedida da Polícia Federal, trouxe à tona questionamentos sobre a eficácia no combate ao garimpo ilegal. A decisão judicial evidencia os desafios em enfrentar organizações criminosas financeiramente poderosas e revela brechas no sistema jurídico que podem favorecer a impunidade.

Este caso ressalta a urgência de medidas mais rígidas para proteger as terras indígenas e combater o garimpo ilegal, que causa impactos profundos tanto no meio ambiente quanto nas comunidades diretamente afetadas.

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