A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu esclarecimentos à China sobre um surto de pneumonia que atinge principalmente crianças em várias regiões do país. A entidade quer saber mais sobre as causas, os sintomas e os tratamentos da doença, que tem lotado os hospitais chineses.
Segundo a imprensa local, há casos de pneumonia em pelo menos três províncias, incluindo Pequim, a capital. Não há dados oficiais sobre o número de infectados, mas estima-se que sejam milhares. A maioria dos pacientes são crianças e adolescentes, que apresentam febre alta e nódulos no pulmão. Um detalhe que intriga os médicos é que poucos têm tosse, um sinal típico de infecção respiratória.
As autoridades sanitárias chinesas ainda não identificaram a origem do surto, mas acreditam que esteja relacionado à maior circulação de vírus e bactérias que causam doenças respiratórias, como gripe, Covid e bronqueolite. Um dos agentes mais encontrados nos exames dos pacientes é a bactéria Mycoplasma pneumoniae, que provoca pneumonia e se transmite por contato próximo com pessoas infectadas.
Uma das hipóteses é que a política de Covid zero, que restringiu a mobilidade das pessoas até janeiro deste ano, tenha diminuído a imunidade da população e, agora, com a liberação das viagens, os contágios tenham aumentado.
A OMS, por enquanto, não considera que o surto tenha potencial de se tornar uma pandemia e, por isso, não recomenda medidas de isolamento ou restrição de acesso à China. No entanto, a agência pede que os chineses tomem precauções para evitar a propagação da doença, como se vacinar, ficar em casa se estiver doente, usar máscara e lavar as mãos com frequência.
A OMS também solicitou à China que compartilhe informações sobre a situação epidemiológica e clínica, os resultados dos testes laboratoriais e as tendências na circulação dos patógenos. A entidade espera que, com mais dados, possa avaliar melhor os riscos e orientar as ações de prevenção e controle.