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Brasil

Orientação profissional na adolescência

Muitos adolescentes atualmente se veem perdidos no quesito profissional, porém muitos seriam mais direcionados se fossem frequentemente orientados no período mais importante de seus desenvolvimentos.

Foto: pikisuperstar/FREEPIK

A adolescência é um período muito valorizado em nossa sociedade e está relacionada à juventude, ao conflito, ao descompromisso, à vivacidade e à contestação. É tido como um momento de grandes incertezas, pois os jovens transitam entre dois mundos, o infantil e o adulto, e não se sentem pertencentes a nenhum deles. Erickson (1972) define essa fase como uma moratória psicossocial, que são os lugares que este “ser”, que não é criança e nem adulto, pode ocupar na sociedade, e que também ainda não estão definidos, o que pode causar grandes sofrimentos.

Esse período, portanto, não deveria ser visto como uma crise pré-programada biopsicologicamente, pois assim seriam deixados de lado alguns fatores cruciais para o desenvolvimento dos jovens, como as condições sociais e culturais de cada indivíduo. Por outro lado, soma-se aos desafios do adolescente a árdua tarefa de se adaptarem às grandes transformações hormonais que ocorrem em seu organismo. Para Jeammet (2005), essa é uma função do organismo, é inerente à condição humana e se traduz, necessariamente, numa patologia.

Entre os estudiosos da adolescência, há certa divergência sobre esse período. Uns afirmam que é um período composto por crises, outros dizem que é uma construção social, porém ambos são importantes para o estudo e a compreensão dessa fase de desenvolvimento do ser humano.

A psicanálise, através das etapas do desenvolvimento da personalidade, fornece subsídios à compreensão da adolescência como sendo um ajuste psicológico em função das mudanças ocorridas no sujeito. Segundo Bloss (1985), a adolescência é uma etapa final da fase genital de desenvolvimento psicossexual em que ocorre a reedição do édipo e sua possível elaboração, e esta seria a soma de vários ajustes às novas condições interiores e exteriores enfrentadas pelo indivíduo, e que vão sendo construídas desde a primeira infância.

Aberastury (1981) concebe essa etapa como sendo um “período de contradições, confuso, ambivalente, doloroso e caracterizado por fricções no meio familiar” (p.13), portanto, é um processo normal e esperado que cada indivíduo deve experienciar. Para esta autora, o adolescente enfrenta três lutos fundamentais

nessa fase:

1 ° LUTO

o luto pelo corpo infantil perdido, base biológica da adolescência, imposta ao indivíduo que tem que sentir e viver suas mudanças como algo externo, e se encontra como um espectador impotente em relação ao que ocorre no seu próprio organismo.

2 ° LUTO

O luto do papel e da identidade infantis que o obrigam a uma renúncia da dependência e entrada em uma nova fase desconhecida.

3° LUTO

O luto pelos pais da infância, os quais persistem em retê-lo na sua personalidade, procurando o refúgio e a proteção que eles significam.

Bohoslavsky (1998) define a crise da adolescência como algo que morre e algo que nasce, por tanto, se relaciona com a noção de desestruturação e reestruturação da personalidade, em que o adolescente está em crise, pois se encontra neste processo.

Outeiral (2003) afirma que o final da adolescência poderia ser caracterizado pelo estabelecimento de uma identidade estável, por uma aceitação da sexualidade, com a consolidação do papel sexual adulto, pela independência dos pais e pela escolha profissional.

A entrada no mundo profissional é exigência do fim da adolescência, o que obriga os jovens estarem em permanente formação, pois as mudanças rápidas que acontecem no mundo capitalista levam a uma acirrada competição, tanto na entrada como na permanência, pois o mercado de trabalho é altamente competitivo e exigente.

Foto: rawpixel.com/FREEPIK

Segundo Lehman (2005) o mercado de trabalho, que está em constante mudança, incentiva o indivíduo a investir cada vez mais na educação como forma de ascender e se sobressair na carreira e, com isso, faz com que o indivíduo adquira a responsabilidade pelo seu êxito, ou pelo fracasso no mundo empresarial; e assim, nesse momento, o adolescente-adulto, repleto de incertezas sobre qual mundo transitar, precisa criar sua identidade ocupacional.

Segundo Sparta (2003), para que as novas funções exigidas pelo mercado fossem desempenhadas, cursos de especialização e formação surgiram, tendo como objetivo o aumento da produtividade e possibilitar o acesso das pessoas ao mercado de trabalho. Nesse contexto surgiu a Orientação Profissional para auxiliar os indivíduos nas suas escolhas.

Levenfus (1997) considera a Orientação Vocacional Ocupacional um processo mais abrangente, que diz respeito não somente à informação das profissões, mas a toda uma busca de conhecimento a respeito de si mesmo, das características pessoais, familiares e sociais do orientando, promovendo o encontro das afinidades do mesmo com aquilo que ele pode vir a realizar em forma de trabalho. Classifica, portanto, como uma abordagem psicológica, ou psicopedagógica, que visa a buscar uma identidade profissional.

A Orientação Profissional consiste em possibilitar ao adolescente o seu autoconhecimento, e a identificação de seus interesses, a influência familiar e a definição de seu projeto de vida. É papel do Orientador Profissional também esclarecer situações, conscientizar e vincular a problemática do adolescente, frente à escolha de seu futuro, com o contexto histórico e as situações locais onde essa escolha se dá. Para tanto, o Orientador Profissional deve levar em consideração a etapa de vida em que o adolescente se encontra, as influências dos amigos e familiares, além das vivências que cada jovem traz de todo o seu desenvolvimento.

A finalidade da Orientação Vocacional é avaliar, analisar, esclarecer e informar o examinando suas áreas de interesses, aptidões específicas e gerais, que se apresentam inseridas em suas possibilidades. Revela, também,tendências e habilidades em área ou campos de trabalho. O objetivo da Orientação Vocacional é associar esses campos e sugerir caminhos ou tendências profissionais, que possam estar mais próximas das possibilidades, capacidades e dos interesses do examinando, é poder proporcionar ao examinando uma forma de resolver o “dilema” diante desse momento de decisão.

Por: Dr.Sueli da Rocha Gonçalves

IMPIInstituto de Medicina e Psicologia Integradas

RT: Dalmo Garcia Leão CRM 4453

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Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

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Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

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Política

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo Ministro da Justiça

Jurista se aposentou como ministro do STF em abril de 2023, perto de completar 75 anos

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Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF e teve seu nome aprovado pelo Senado.

Lula destacou o currículo e a experiência de Lewandowski, que foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte” e aceitou o convite na quarta-feira (10). O presidente disse que a nomeação será publicada em 19 de janeiro e que o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino permanecerá à frente da pasta, que ele conduziu de forma “magistral”, segundo Lula.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, afirmou Lula, que estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também declarou que dará autonomia para que Lewandowski monte sua própria equipe na Justiça, mas que pretende conversar com ele em fevereiro sobre os nomes que ficarão ou sairão do ministério. O presidente comparou a situação a um técnico de futebol, que deve escalar seu próprio time e ser responsável pelos resultados.

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.

Ao final da cerimônia, Lula revelou que a primeira-dama Janja espera que mulheres tenham mais espaço na nova gestão da Justiça, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

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Saúde

Menina de 8 anos se queixa de dores de cabeça, desmaia e morre após AVC

Maria Julia de Camargo Adriano estava na rede da casa onde morava em Ribeirão do Pinhal (PR) quando se queixou de dores na cabeça

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Uma tragédia abalou a família de Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado (6). A menina, que era natural de Paraná, tinha o sonho de ser veterinária e era muito inteligente e dedicada aos estudos.

Segundo relatos da família, Maria Julia começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu a consciência. Ela foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, onde os médicos constataram que ela tinha um sangramento no cérebro.

Devido à gravidade do caso, ela precisou ser transferida duas vezes, até chegar ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde ficou internada na Unidade de terapia intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na segunda-feira (8).

A causa do AVC foi um aneurisma, uma dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que se rompeu e provocou uma hemorragia cerebral. A tia de Maria Julia, Adriana, disse que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente e que os médicos consideraram o ocorrido uma fatalidade.

O AVC é uma condição que afeta principalmente adultos, especialmente aqueles que têm fatores de risco como diabetes, obesidade e tabagismo. Em crianças, é muito raro e pode estar associado a alguma má formação na estrutura corporal.

A médica neurologista Adriana Moro explicou que o AVC em crianças é difícil de ser diagnosticado, pois não é uma suspeita comum quando há alguma alteração neurológica. Ela alertou para a importância de reconhecer os sintomas do AVC, como dor de cabeça, fraqueza, alteração da fala e visão, e procurar atendimento médico imediato.

A família de Maria Julia está devastada com a perda da menina, que era alegre, carinhosa e amava os animais. Eles pedem orações e apoio neste momento de dor e luto.

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