Distrito Federal

PCDF desarticula grupo que fraudava seguradoras ao incendiar barcos

Investigações apontam que o grupo chegou a receber cerca de R$ 2 milhões nos últimos dois anos

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Foto: PCDF/Divulgação

Na manhã desta terça-feira (15), cerca de 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), da PCDF. Os alvos foram integrantes de uma associação criminosa que planejava acidentes automobilísticos para conseguir o dinheiro da indenização do seguro. A maioria das fraudes eram feitas ao incendiar barcos e provocar acidentes propositalmente.

Os agentes cumpriram os mandados nas residências e empresas dos integrantes, sediadas no Lago Sul, Asa Norte, Vicente Pires, Taguatinga, Guará, Águas Claras e Núcleo Bandeirante. De acordo com as investigações, eles agiram desde o ano passado, eles fraudaram cinco acidentes para receber o valor do seguro de forma indevida. Em cada um dos acidentes propositais, dois veículos foram destruídos, totalizando dez.

Segundo a PCDF, eles agiam em cinco etapas para conseguir executar o crime. Confira abaixo o passo a passo informado pela corporação.

  • a) são adquiridos veículos importados de difícil comercialização;
  • b) são contratados seguros novos, com valor de indenização correspondente à Tabela Fipe;
  • c) ocorre a colisão proposital dos veículos, que sofrem perda total;
  • d) o condutor que contratou o seguro assume a culpa pela colisão, para viabilizar o pagamento dos danos do outro veículo envolvido no acidente, cujo condutor também integra a associação criminosa;
  • e) opera-se o recebimento dos valores do seguro, baseados na Tabela Fipe, que são superiores aos valores de aquisição dos veículos.

Acidentes

O grupo sempre agia na madrugada para provocar os acidentes com veículos e barcos, que ocorriam no Setor de Clubes Esportivos Sul e na DF-140. Investigações da PCDF concluem que “em todos os acidentes houve choque proposital da coluna central, dano estrutural que conduz necessariamente à perda total do veículo.

Se aproveitando da pandemia do novo coronavírus, os suspeitos registravam os acidentes por meio da Delegacia Eletrônica, passando o menos número possível de dados. A ação dificultava a investigações por parte dos policiais.

Nos boletins de ocorrência os envolvidos se revezavam. Um se identificava como o condutor, o outro como o segurado, havia também um terceiro envolvido, além de o recebedor da indenização.

Entre os veículos usados nos crimes estão carros de luxo e barcos. Em todos eles o grupo ganhava um quantia muito superior ao valor de compra.

“Com o mesmo objetivo, o grupo criminoso também criou cinco empresas de fachada, em nome das quais eram registrados os veículos. Entre os veículos destruídos estão três BMW´s, um Porsche e um Chrysler”, diz trecho do comunicado da PCDF.

Por fim, investigações da PCDF apontam que em dezembro de 2019, eles incendiaram uma embarcação de cinquenta pés. Na oportunidade, o grupo recebeu cerca de R$ 750 mil de seguro. “Estima-se que, nos últimos dois anos, o grupo tenha faturado a quantia aproximada de R$ 2 milhões com as fraudes”.

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