conecte-se conosco

Brasil

Peixe-leão invasor será analisado por pesquisadores da UFF

Quatro da espécie, invasora e venenosa, foram capturados no Brasil

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) capturou neste mês peixe-leão da espécie Pterois volitans, invasora e venenosa, que estão congelados e serão encaminhados para análise genética na Universidade Federal Fluminense (UFF).

O analista ambiental do ICMBio, Ricardo Araújo, coordenador de Pesquisa, Monitoramento e Manejo, disse à Agência Brasil que este já é o quarto peixe dessa espécie capturado no Arquipélago de Fernando de Noronha. O primeiro caso ocorreu em dezembro do ano passado.

“Como é um bicho exótico, ele não é reconhecido pelos predadores como uma presa. Ou seja, ele não é comido por quase ninguém. É um bicho voraz e ao mesmo tempo, é uma potencial ameaça; come os outros bichos mais facilmente”, explicou o especialista. “Ele come muito, se reproduz rápido e não é reconhecido como um predador. Esse é o problema dele”.

Araújo comentou que os animais nativos do arquipélago vão sofrer com um problema ambiental, porque essa espécie marinha vai comer os filhotes dos outros bichos, acarretando falta de outros peixes. “É um problema ambiental e pode ser também socioambiental”.

Monitoramento

O ICMBio vem monitorando o animal, junto com empresas de mergulho e mergulhadores da ilha, bem antes de o peixe-leão aparecer na região. A espécie Pterois volitans é nativa da Indonésia. Foi levada para a Flórida e dali se espalhou para o Caribe,  está descendo e chegando ao Brasil. Para descobrir corretamente de onde o peixe veio, os pesquisadores terão de investigar a genética do animal, o que deverá ser feito na UFF.

No momento, o instituto está fazendo a capacitação de mergulhadores para que eles reconheçam a espécie e saibam o que fazer se o encontrarem. “A gente agora vai começar a fazer uma caça mais ativa dele. Procurar o bicho para retirá-lo do ambiente”, explicou Ricardo Araújo. Ele disse ainda que esse é o primeiro peixe exótico capturado pelo ICMBio no Arquipélago de Fernando de Noronha.

Análises

Os pesquisadores do Departamento de Biologia Marinha da UFF, sob a coordenação do professor Claudio Eduardo Leite Ferreira, junto com pesquisadores de outras instituições do Brasil, dos Estados Unidos e do ICMBio, estão aguardando o envio dos peixes-leões capturados em Fernando de Noronha e também na Foz do Amazonas, para iniciar as análises.

O professor Leite Ferreira informou à Agência Brasil que será retirado tecido dos animais para fazer teste de DNA. Com isso, os pesquisadores vão saber se ele faz parte da população do Caribe. “Com certeza faz, mas o DNA vai ajudar a comprovar isso”. Serão feitos também estudos da dinâmica populacional dessa espécie que está invadindo o Brasil. “São os peixes-leões brazucas!”, brincou.

Serão retirados ainda a gônada, para ver como está o estado reprodutivo do animal, e o otólito, osso situado dentro da cabeça, no ouvido interno, relacionado ao equilíbrio. “Com esse otólito, a gente vai saber qual é a idade dele”. O estômago será aberto para ver o que o peixe-leão está comendo, quais são as presas preferenciais dele. “Faz-se um estudo de genética e de dinâmica populacional”, acrescentou o professor.

Contenção

Neste início de invasão, Ferreira afirmou que o que pode ser feito, como ocorreu no Caribe, é conter a população no processo de captura, para manter baixa a presença do animal. “Assim, a gente diminui a abundância dele”.

Carlos Eduardo Leite Ferreira informou que assim como o mangangá, também conhecido como peixe-escorpião ou peixe-pedra, o peixe-leão tem espinhos nas nadadeiras que são altamente venenosos. A espécie, no entanto, pode ser comida. O problema, segundo o professor, é saber manuseá-la. Ao contrário do mangangá, cujo veneno pode causar a morte, os espinhos do peixe-leão provocam apenas inflamação, assegurou o professor da UFF. “Como outros peixes venenosos, tem que saber limpar. E a carne dele é muito boa. No Caribe, há muitas receitas com ele”.

Dependendo da quantidade de peixes que o Departamento de Biologia Marinha da UFF receber, as análises podem se estender por três a quatro meses. “Depende do tempo em que o peixe vai chegar às nossas mãos”. Em termos de dinâmica populacional, para se entender idade e reprodução, são demandados entre 30 até 100 peixes. Para o estudo de DNA, serão necessários em torno de 20 peixes. “A gente vai juntar esses peixes com os que estão sendo capturados na costa norte do país, na foz do Amazonas, pescados pelo ICMBio e pescadores locais”, disse o professor. 

Por: Agência Brasil

Para continuar atualizado sobre saúde, política, cultura pop e outros assuntos, lembre de checar nosso site e seguir o nosso perfil do Instagram (@OPanoramaOficial).

Clique para comentar

Faça seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

Publicado

on

Foto: Reprodução

Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

Continue lendo

Política

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo Ministro da Justiça

Jurista se aposentou como ministro do STF em abril de 2023, perto de completar 75 anos

Publicado

on

Foto: Reprodução

Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF e teve seu nome aprovado pelo Senado.

Lula destacou o currículo e a experiência de Lewandowski, que foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte” e aceitou o convite na quarta-feira (10). O presidente disse que a nomeação será publicada em 19 de janeiro e que o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino permanecerá à frente da pasta, que ele conduziu de forma “magistral”, segundo Lula.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, afirmou Lula, que estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também declarou que dará autonomia para que Lewandowski monte sua própria equipe na Justiça, mas que pretende conversar com ele em fevereiro sobre os nomes que ficarão ou sairão do ministério. O presidente comparou a situação a um técnico de futebol, que deve escalar seu próprio time e ser responsável pelos resultados.

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.

Ao final da cerimônia, Lula revelou que a primeira-dama Janja espera que mulheres tenham mais espaço na nova gestão da Justiça, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

Continue lendo

Saúde

Menina de 8 anos se queixa de dores de cabeça, desmaia e morre após AVC

Maria Julia de Camargo Adriano estava na rede da casa onde morava em Ribeirão do Pinhal (PR) quando se queixou de dores na cabeça

Publicado

on

Foto: Reprodução

Uma tragédia abalou a família de Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado (6). A menina, que era natural de Paraná, tinha o sonho de ser veterinária e era muito inteligente e dedicada aos estudos.

Segundo relatos da família, Maria Julia começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu a consciência. Ela foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, onde os médicos constataram que ela tinha um sangramento no cérebro.

Devido à gravidade do caso, ela precisou ser transferida duas vezes, até chegar ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde ficou internada na Unidade de terapia intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na segunda-feira (8).

A causa do AVC foi um aneurisma, uma dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que se rompeu e provocou uma hemorragia cerebral. A tia de Maria Julia, Adriana, disse que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente e que os médicos consideraram o ocorrido uma fatalidade.

O AVC é uma condição que afeta principalmente adultos, especialmente aqueles que têm fatores de risco como diabetes, obesidade e tabagismo. Em crianças, é muito raro e pode estar associado a alguma má formação na estrutura corporal.

A médica neurologista Adriana Moro explicou que o AVC em crianças é difícil de ser diagnosticado, pois não é uma suspeita comum quando há alguma alteração neurológica. Ela alertou para a importância de reconhecer os sintomas do AVC, como dor de cabeça, fraqueza, alteração da fala e visão, e procurar atendimento médico imediato.

A família de Maria Julia está devastada com a perda da menina, que era alegre, carinhosa e amava os animais. Eles pedem orações e apoio neste momento de dor e luto.

Continue lendo

Popular