Pela primeira vez, o Brasil registra mais mulheres na posição de chefia dos lares do que como cônjuges ou companheiras do responsável, conforme os dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (25). Atualmente, 34% das mulheres são responsáveis pelos lares, enquanto 25% estão na posição de cônjuges. Em 2010, essa proporção era inversa: 23% das mulheres eram responsáveis e 30% eram cônjuges.
Esse novo cenário também indica um equilíbrio entre a liderança de homens e mulheres nas casas brasileiras. Em 2022, 49% dos lares são chefiados por mulheres, comparado a 51% liderados por homens. Esse crescimento reflete a independência econômica feminina, com um aumento expressivo na participação no mercado de trabalho e na renda, fatores apontados por Márcio Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE.
A liderança feminina nos lares é ainda mais expressiva em 10 estados, com destaque para o Nordeste, onde a maioria das unidades federativas registra mais de 50% dos lares comandados por mulheres. Pernambuco lidera com 53,9%, seguido por Sergipe (53,1%) e Maranhão (53%).
Distribuição do Número de Moradores nos Lares Os dados também analisaram o número de moradores por residência. A maioria dos lares brasileiros (72,4%) possui até três pessoas, enquanto 16,9% têm quatro moradores e apenas 4% possuem seis ou mais integrantes.
Desigualdades por Gênero e Cor Entre as responsáveis femininas, as diferenças se intensificam ao considerar raça ou cor: mulheres pretas chefiam lares maiores, com 6% delas à frente de famílias com mais de seis membros. Em comparação, entre homens brancos, esse número é de apenas 2,4%.