Seja no Plano Piloto ou em Taguatinga, é impossível andar nas ruas de Brasília e não encontrar os grafites de Toys e Omik. Os dois artistas são referências quando o assunto é arte urbana, e por esse motivo o jornal O Panorama, em mais uma parceira com Leandro Hungria, traz uma entrevista exclusiva com os grafiteiros.
Mikael Guedes (Omik), nascido na Ceilândia, e Daniel Morais (Toys), nascido no Guará, possuem passagem pela Europa, onde grafitaram um painel de 68 metros em Paris. Além da tour, os dois grafiteiros falam sobre a parceira da dupla, influências, novos trabalhos e a trajetória na arte urbana brasiliense.
“Eu sempre observei muito as ruas, e a parte estética do grafite roubou a minha atenção”, conta Omik.
Omik ainda conta que sempre viu muita personalidade em forma de grafite na capital, e que a expressividade desses trabalhos o levaram a ter o primeiro contato com o spray. O grafiteiro ainda relembra que o primeiro contato que ele teve com a arte foi quando viu Snoopy – outro artista ceilandense – pintando.
Apesar de saber que hoje o seu trabalho é reconhecido, Omik conta que no começo de sua carreira precisou encontrar formas para ser reconhecido pela sua arte, de forma que todas as pessoas pudessem se identificar.
“O grafite é a arte mais democrática do mundo. Ela está presente nas ruas, onde pessoas de diferentes classes tem acesso”, consta Omik.
No começo de sua carreira, Toys conta que chegou a ser alvo de preconceito, até mesmo de outros artistas da cena, quando perceberam que ele estava “vendendo” sua arte e vivendo da profissão de grafiteiro.
“No começo até alguns amigos nos chamaram de vendidos, porque viram que estávamos dando certo, pegando trabalhos e viajando”, diz Toys.
Tirando as dificuldades do início da carreira, a dupla hoje enxerga e agradece o reconhecimento na cena cultural de Brasília, e se orgulham por conseguir visibilidade pelo seus próprios esforços. Os grafiteiros também falam da importância de investimento na arte, e que em momento algum recebeu esse incentivo do Governo.
“Não há investimento nem na educação artística das escolas, quem dirá investimentos nas galerias, no teatro”, pontua Toys.
Hoje, Omik e Toys dizem que o maior objetivo de suas carreiras é expandir seus trabalhos, conseguindo tocar todas as pessoas, deixando suas artes registradas no mundo todo. Eles entendem que suas artes vão além da estética, e que elas podem gerar sentimentos positivos nas pessoas. Omik também diz que não se arrepende das suas escolhas que fez ao longo da sua trajetória:
“Tudo o que eu sou hoje é resultado das minhas escolhas; tanto das coisas que abri mão, quanto das coisas que agarrei com todas as minhas forças”.
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