Saúde

Vacina brasileira contra covid-19 tem bons resultados em testes

SpiN-Tec deve ser aplicada em grupo maior de voluntários em junho

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Arquivo pessoal/UFMG

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolveram a primeira vacina 100% nacional contra a Covid-19, chamada de SpiN-Tec. A primeira fase de testes clínicos apresentou resultados positivos e não houve problemas de segurança com os voluntários. Os dados preliminares indicam que a vacina tem potencial para gerar uma resposta imunológica ao vírus.

A fase clínica 1 começou em novembro de 2022 e foi aplicada em 36 pessoas, com idade entre 18 e 54 anos. Os dados estão em análise pelos pesquisadores e devem ser apresentados ainda neste mês para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A expectativa é que a fase clínica 2 comece no início de junho com 372 voluntários entre 18 e 85 anos, que precisam ter sido vacinados com duas doses iniciais da vacina CoronaVac ou da AstraZeneca, e uma ou duas doses de reforço da Pfizer ou AstraZeneca. Quem tomou a vacina bivalente não pode participar dessa fase. Ter tido covid-19 não é um impeditivo, desde que tenha ocorrido há mais de seis meses.

O foco dos testes na fase 2 é na imunogenicidade, ou seja, verificar o nível de anticorpos gerados e a resposta dos linfócitos na proteção do organismo. A vacina SpiN-Tec tem o diferencial de focar na imunidade celular, o que pode ser útil para proteger contra novas variantes.

O cronograma prevê o início da fase 3 em dezembro deste ano ou em janeiro de 2024. Até o início de 2025, a vacina pode estar disponível para a população. Os testes contam com investimentos de diferentes fontes, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), da prefeitura de Belo Horizonte e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

O coordenador dos testes clínicos da vacina, Helton Santiago, ressalta que é preciso ter paciência com possíveis ajustes de datas, pois os testes estão mais sujeitos aos imprevistos e empecilhos da falta de experiência prévia. Os entraves são realmente técnicos, e é necessário criar estruturas, ensaios e know-how para vencer várias etapas que o Brasil não tinha a expertise necessária.

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