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Brasil

Witzel diz que nada justifica afastamento, rejeita delação de ex-secretário e ataca Bolsonaro

Foto: REUTERS/Pilar Olivares

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse nesta sexta-feira que não atrapalhou nenhuma investigação no Estado, que nada justifica seu afastamento do cargo, chamou de mentirosa a delação do ex-secretário estadual de Saúde e atacou o presidente Jair Bolsonaro.

Em pronunciamento a jornalistas, o governador classificou o afastamento dele por seis meses como algo injustificável e ultrajante e acrescentou que o processo penal no país virou um circo.

“Quero manifestar a minha indignação. E uma busca e apreensão, mais uma vez, é uma busca e decepção. Não encontrou um real, uma joia, simplesmente mais um circo sendo realizado… você não pode afastar um governador com a suposição de que ele vai fazer algo”, disse Witzel no Palácio Laranjeiras, pouco depois de agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio cumprirem determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Decisão do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, afastou Witzel do cargo de governador nesta sexta por pelo menos 180 dias.

No pronunciamento, Witzel disse que está incomodando poderosos que não querem que ele continue no comando do Estado.

“Há um possível uso político da instituição (PGR) estamos combatendo o crime… meu compromisso é reduzir a criminalidade e querem me tirar do governo as organizações criminosas que estão perdendo dinheiro”, disse o governador em tom irritado.

O governador, a primeira dama, Helena Witzel, e ex-secretários estaduais já tinham sido alvo em maio de um outra operação autorizada pelo STJ, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Na época, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão em razão da suspeita de fraudes nas contratações e compras para o combate à pandemia de Covid-19.

Desde o início da pandemia já foram realizadas quase 10 operações que apuram irregularidades na gestão do Estado e mais de 30 pessoas foram presas. Um dos presos foi o ex-secretário de Saúde Edmar Santos, que firmou acordo de colaboração premiada com a PGR. Santos foi solto pelo STJ à pedido da PGR.

O ex-secretário de saúde foi chamado de mentiroso por Witzel. “Com base em uma delação mentirosa de um homem desesperado, de um bandido que nos enganou a todos”, criticou.

O governador acusou ainda que a procuradora responsável pelo caso, Lindora Araújo, que apura supostas irregularidades em contratos do governo estadual, de ter ligações com a família Bolsonaro e que o presidente da República quer atingi-lo por acreditar que pode ser candidato à Presidência em 2022.

“O Superior Tribunal de Justiça possui vários subprocuradores. Por que não se faz, como em qualquer outro Ministério Público, a distribuição e não o direcionamento para um determinado procurador: no caso a doutora Lindora. E a imprensa já noticiou o seu relacionamento próximo com a família Bolsonaro… é próxima ao Flávio Bolsonaro”, acrescentou.

“Quero desafiar ao Ministério Público Federal na pessoa da doutora. Lindora, que a questão agora é pessoal, né? É pessoal. Ela me adjetivou como chefe da organização criminosa. Eu quero que ela apresente um único e-mail, um único telefonema, uma prova testemunhal, um pedaço de papel em que eu tenha pedido qualquer tipo de vantagem ilícita para mim”, disse.

A defesa do governador iria ingressar com recursos no STF e no STJ para reconduzir Witzel ao cargo.

O vice-governador do Estado, primeiro na linha sucessória, Cláudio Castro (PSC), foi alvo de mandado de busca, assim como o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Andre Ceciliano (PT).

O presidente do PSC, Pastor Everaldo foi preso, e o ex-secretário de Desenvolvimento Lucas Tristão também é alvo de mandado de prisão.

Por Rodrigo Viga Gaier – Reuters

Brasil

Moraes autoriza a rede social X a retomar operações no Brasil após cumprimento de exigências legais

Valor total pago pela empresa chega a R$ 28,6 milhões; suspensão ocorreu em agosto devido a descumprimento de decisões judiciais

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou nesta terça-feira (8) a rede social X a voltar a operar no Brasil. Em sua decisão, Moraes determinou o fim da suspensão que afetava a plataforma desde o dia 30 de agosto, e ordenou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que tome as providências necessárias para a efetivação do retorno das atividades.

A reabertura das operações não é imediata, pois a Anatel deve notificar as operadoras de internet sobre a decisão. A autorização foi concedida após a empresa comunicar ao STF o pagamento integral de multas aplicadas pela Corte devido ao descumprimento de decisões judiciais e da legislação brasileira.

De acordo com a X, a quitação das multas totalizou aproximadamente R$ 28,6 milhões, que era a última exigência do STF para a liberação da plataforma no país. O pagamento incluía:

  • R$ 18,35 milhões de forma compulsória, provenientes de bloqueios nas contas da X e da Starlink, que somaram cerca de R$ 11 milhões e R$ 7,3 milhões, respectivamente.
  • R$ 10 milhões devido ao descumprimento de uma ordem judicial de 18 de setembro, que resultou na operação temporária da rede social no Brasil, mesmo durante a suspensão.
  • R$ 300 mil aplicados em nome da representante legal da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição.

A plataforma também havia enfrentado restrições de operação após não ter bloqueado perfis de investigados conforme determinação do STF. Em meio ao aumento das tensões entre a empresa e a Corte, a X fechou seu escritório no Brasil e demitiu seus funcionários.

Antes de autorizar a retomada das atividades, Moraes havia negado o desbloqueio das contas bancárias da empresa, uma medida necessária para que a plataforma conseguisse quitar as dívidas. Em sua decisão de hoje, o ministro reiterou a ordem de desbloqueio das contas bancárias, a fim de facilitar a regularização da situação financeira da X.

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Economia

Queimadas elevam preços da picanha em 43,5% e do café em 14%, revela pesquisa

Incêndios destruíram área equivalente à Paraíba em agosto, afetando a produção de alimentos no Brasil

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As mudanças climáticas têm um impacto significativo no agronegócio brasileiro, e a recente onda de secas e queimadas agravou essa situação. Um levantamento da Neogrid, disponibilizado à CNN, aponta que produtos essenciais, como café, feijão, carnes e leite, sofreram aumentos consideráveis devido à crise.

Em agosto, um aumento significativo no número de incêndios afetou a produção de alimentos. Em um período de seis semanas, o preço das carnes bovinas foi o mais impactado. Especificamente, o preço da picanha subiu 43,5%, passando de R$ 59,62 na semana de 4 de agosto para R$ 85,56 na semana de 15 de setembro.

Segundo Anna Fercher, head de Customer Success e Insights da Neogrid, “o aumento dos focos de incêndio intensificou o prejuízo sofrido pela produção de alimentos, que já estava sendo afetada pelas secas.” Ela explica que “os impactos ocorrem na agropecuária devido à migração para a criação de gado em confinamento, o que envolve custos muito maiores e influencia diretamente no preço da carne e dos lácteos.”

Além da picanha, o preço do leite também aumentou, subindo 9,6% de R$ 6,02 por litro para R$ 6,60. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informou que cerca de 230 mil hectares de lavouras de cana-de-açúcar no interior de São Paulo, ou 75% da produção paulista, foram afetados pelas queimadas em agosto, resultando em um aumento de 5,9% no preço do açúcar refinado.

O café e o feijão tiveram altas ainda mais expressivas, com aumentos de até 14,4% e 22,1%, respectivamente. “Os produtores enfrentam perdas na colheita e na área de plantio devido à antecipação da entressafra forçada, o que reflete nos custos de produção e na disponibilidade de alimentos, interferindo diretamente nos preços dos itens”, analisa Fercher.

Com o avanço das queimadas e a persistência da seca, a expectativa é que os custos de produção continuem a subir, resultando em novos aumentos de preços para os consumidores.

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Saúde

O que é progeria? Doença do envelhecimento precoce faz crianças parecerem idosos

Condição rara que provoca o envelhecimento acelerado em crianças, impactando sua saúde e reduzindo drasticamente a expectativa de vida

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Sammy Basso, o caso mais longevo, faleceu aos 28 anos. Foto: Divulgação

Sammy Basso, o portador mais longevo da síndrome de Hutchinson-Gilford, conhecida como progeria, faleceu aos 28 anos no último sábado (5). Basso, que se tornou uma figura pública na conscientização sobre a doença, fundou a Associação Italiana de Progeria junto com seus pais, com o objetivo de informar e apoiar pesquisas sobre a condição.

A progeria é uma doença genética extremamente rara que provoca envelhecimento precoce no corpo, acelerando o processo em cerca de sete vezes. Assim, uma criança com 10 anos pode apresentar características de uma pessoa de 70. A expectativa de vida dos portadores da doença é, em média, de 14 anos para meninas e 16 anos para meninos, segundo dados da Fiocruz.

Os sintomas da síndrome começam a aparecer por volta do primeiro ano de vida e incluem queda de cabelo, pele fina e enrugada, perda de gordura subcutânea, osteoporose e artrose, entre outros. A mente, no entanto, não é afetada pela doença.

A progeria é causada por uma mutação no gene LMNA e, até o momento, não possui cura conhecida. O caso de Sammy Basso foi o mais longevo registrado na história.

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