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Brasil

Butantan e Serrana lançam projeto para imunizar cidade paulista

Ensaio clínico batizado de Projeto S foi oficialmente lançado hoje

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Instituto Butantan e a prefeitura da cidade de Serrana lançaram oficialmente hoje (12) o Projeto S, um ensaio clínico que será realizado na população adulta do município para avaliar a efetividade da CoronaVac, a vacina produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

A ideia é vacinar os 30 mil moradores da cidade elegíveis para tomar a vacina e assim analisar qual é a capacidade do imunizante de modificar o curso da epidemia. A imunização terá início no dia 17 de fevereiro. O cadastro complementar da população começou a ser realizado ontem (11) e vai até o dia 16 de fevereiro.

A estimativa é a de que em 13 semanas já seja possível obter as respostas necessárias para conhecer os efeitos da imunização em massa. O que se quer analisar com o Projeto S é se a vacinação em massa pode de fato diminuir a transmissão do vírus, controlando assim a infecção. Entretanto, o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, explicou que pode ser que isso não ocorra, havendo apenas a proteção com relação à gravidade das manifestações clínicas e as internações, e que o vírus continue circulando e infectando as pessoas.

“Esses dois tipos de respostas são possíveis e isso vai determinar as estratégias futuras, as estratégias vacinais que teremos que desenvolver para os próximos anos. Se a vacinação controlar o vírus, levar à diminuição da existência do próprio vírus na comunidade é um tipo de resposta. Se o vírus vai continuar circulando, embora haja proteção contra a doença, é outro tipo de resposta que vai exigir novo tipo de planejamento”, explicou.

Dimas Covas ressaltou que as variantes do novo coronavírus são uma preocupação das autoridades médicas e especialmente a variante brasileira que surgiu no Amazonas, que pode trazer problemas para algumas vacinas baseadas na proteína S (AstraZeneca , Sputnik V, Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson). “A vacina do Butantan é diferente porque é baseada no vírus inteiro inativado, quebrado aos pedaços e são esses pedaços que formam a vacina. Quando o indivíduo recebe, ele produz uma resposta imunológica ampla contra vários pedaços do vírus. Portanto, a chances dessa vacina ter problemas com essas variantes é menor. Já estamos fazendo o monitoramento dessas variantes”, explicou.

Planejamento

Para facilitar a vacinação em massa, a cidade foi divida em 25 partes, que depois formaram quatro regiões, separadas por cores. A vacinação será feita de quarta-feira a domingo de acordo com o cronograma de cada cor. Para a primeira dose, serão imunizados os moradores da Região Verde (17 a 20 de fevereiro); em seguida serão os residentes da Região Amarela (24 a 27 de fevereiro), da Região Cinza (3 a 6 de março) e da Região Azul (10 a 13 de março). Segundo a prefeitura, os moradores só podem tomar a vacina no período correspondente à cor de sua região, por conta da metodologia da pesquisa

Os postos de vacinação serão montados em oito escolas, de acordo com as áreas determinadas para o estudo para a aplicação das doses. São elas: E.E Jardim das Rosas, E.E Neusa Maria do Bem. EMEF Dilce Jorge G.N. França, EMEF Edésio M. de Oliveira, EMEF Paulo Sérgio Betarello, EMEF Maria Celina W. de Assis E.E Dep. José Costa, EMEF Jardim Dom Pedro I.

Para facilitar o monitoramento e a interação dos moradores voluntários com os pesquisadores, foi lançado um assistente virtual que poderá ser contatado pelos habitantes do município por meio do WhatsApp pelo número (11) 4953-8330. Batizado de Tainá, o assistente responderá todas as perguntas e dúvidas que surgirem depois da vacinação e em caso de necessidade, o cidadão receberá atenção especial das equipes de saúde.

A cidade de Serrana foi escolhida para participar do projeto por reunir elementos que fizeram do município o ideal para o projeto. “É uma cidade relativamente pequena, tinha uma grande porcentagem de caso ativos (5%, de acordo com inquérito sorológico feito em abril do ano passado) e tem mais de 10 mil moradores que viajam todos os dias, circulação que propicia a proliferação de doenças infectocontagiosas”, disse diretor-geral do Hospital Estadual Serrana, Marcos Borges. Além disso, ele destacou a parceria com a cidade de Ribeirão Preto, contando com o suporte de hospitais e universidades.

O estudo foi desenvolvido pelo Instituto Butantan, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e é realizado em parceria com a Secretaria de Saúde e a Prefeitura Municipal de Serrana. O estudo está registrado na base de dados internacional ClinicalTrials.gov. A participação é voluntária e os dados dos cidadãos que tomarem a vacina são sigilosos.

Por: Agência Brasil

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Brasil

Justiça mantém decisão de júri popular para motorista de Porsche, que nega embriaguez

A defesa de Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de matar um motorista de aplicativo em acidente, tenta anular julgamento popular alegando falta de provas de que ele estava alcoolizado

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Foto: Divulgação

A Justiça de São Paulo rejeitou o pedido da defesa do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, para cancelar o júri popular relacionado ao homicídio do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. O acidente ocorreu em 31 de março deste ano, na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo.

A decisão, divulgada no Diário de Justiça na quinta-feira (17/10), também manteve a acusação de que o crime dificultou a defesa da vítima, rejeitando a solicitação da defesa de remover essa qualificadora.

Os advogados de Fernando Sastre alegam que não há provas suficientes de que o empresário estava embriagado no momento do acidente fatal. Eles se baseiam em imagens da câmera corporal da policial militar Dayse Aparecida Cardoso Romão, que registrou o atendimento inicial no local do crime. No entanto, o depoimento da policial, colhido pela Polícia Civil, foi posteriormente desconsiderado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Conforme relatado anteriormente, a policial liberou o acusado do local sem encaminhá-lo à delegacia ou a um hospital, como havia sido prometido pela mãe do empresário.

Devido à conduta da policial, Fernando Sastre desapareceu por alguns dias após o acidente, fugindo da prisão em flagrante. Ele foi preso preventivamente depois que o caso ganhou repercussão.

Defesa contesta

Os advogados de Sastre argumentam que ele estava em pleno estado de consciência após o acidente, destacando que respondeu às perguntas da polícia de maneira clara, sem apresentar sinais de alteração física ou verbal. “Esperar-se-ia de alguém que acabou de bater o carro, que se machucou e tem notícia de alguém gravemente ferido, a calma franciscana?”, questionam os defensores.

Além da morte de Ornaldo da Silva Viana, o empresário também responde por lesão corporal gravíssima contra Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do passageiro no momento do acidente e ficou gravemente ferido. Em depoimento, Marcus afirmou que Sastre havia consumido bebida alcoólica antes do acidente.

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Saúde

Superfungo Candida Auris é identificado em hospital de Belo Horizonte

Dois pacientes seguem internados em Belo Horizonte após infecção por “superfungo” Candida auris; 24 outros casos estão sendo investigados

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Quatro casos do fungo Candida auris, conhecido como “superfungo”, foram confirmados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) divulgaram a informação nesta semana. Dois dos pacientes infectados já receberam alta, enquanto outros dois permanecem internados.

Além das confirmações, 24 casos suspeitos estão sendo investigados, e 11 casos foram descartados, com nove pacientes já liberados. O monitoramento e os testes estão sendo realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde.

O Candida auris é um fungo emergente, resistente a quase todos os medicamentos antifúngicos, o que o torna especialmente perigoso em ambientes hospitalares. Identificado pela primeira vez no Japão, em 2009, ele se espalha facilmente e é difícil de diagnosticar, podendo causar infecções graves e até mesmo levar à morte. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em 2021.

O Hospital João XXIII adotou medidas rigorosas de controle, como isolamento dos pacientes infectados, uso de equipamentos de proteção e higienização intensiva para evitar a propagação do fungo. A SES-MG também reforça a importância de seguir os protocolos de segurança para evitar novos casos e proteger profissionais e pacientes.

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Brasil

Navio naufragado do século XIX reaparece com a seca do Rio Madeira

A seca no Rio Madeira revelou os destroços de um navio do século XIX, encalhado no Pedral do Marmelo, no Amazonas. É a primeira vez que os restos da embarcação aparecem por completo

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Seco do rio madeira revela navio do século xix naufragado

Uma grave seca no Rio Madeira trouxe à tona os restos de um navio que especialistas acreditam ter naufragado no século XIX. Os destroços da embarcação foram encontrados na passagem do Pedral do Marmelo, no município de Manicoré, no interior do Amazonas.

Na última quarta-feira (16), o nível do rio atingiu 10,53 metros, conforme registros da Defesa Civil. A crise ambiental enfrentada pelo Amazonas em 2024 já afeta mais de 800 mil pessoas, sendo considerada a mais severa em décadas.

De acordo com relatos de ribeirinhos, essa foi a primeira vez que os destroços do navio apareceram de forma tão completa. Marinheiros e pescadores que navegaram pela região na última semana de setembro tiveram a oportunidade de observar a embarcação.

O doutor em história social Caio Giulliano Paião destacou que, embora não seja possível identificar com precisão a embarcação, as características dos destroços sugerem que se trata de um navio conhecido como “chata”, típico da construção norte-americana, projetado para navegação em áreas rasas. Ele acredita que o navio data da segunda metade do século XIX ou início do século XX, citando possíveis nomes de embarcações que se encaixam nesse perfil, como os vapores “Içá” e “Canutama”, e a lancha “Hilda”.

A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas, Beatriz Calheiros, comentou que, apesar da relevância histórica, a embarcação ainda não foi reconhecida oficialmente como patrimônio cultural, o que exige um processo formal.

Marinheiros locais relataram que, em secas anteriores, apenas partes dos destroços eram visíveis e muitas vezes confundidas com pedras. Claudiomar Araújo, chefe de máquinas de uma empresa que opera balsas na região, afirmou que, após anos de trabalho no local, esta é a primeira vez que o navio aparece em sua totalidade.

André Luiz Pinheiro, um ribeirinho da área, expressou sua alegria ao ver os destroços, lembrando-se das histórias que ouviu de seu avô sobre a embarcação que transportava borracha e minério. Ele destacou que, embora tenha crescido ouvindo relatos sobre o navio, nunca tinha visto os destroços até agora.

A seca deste ano também revelou outros itens históricos, como as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga, que emergiram com a descida do Rio Solimões. O forte, construído no século XVIII, desempenhou um papel crucial na dominação portuguesa na região durante um período de rivalidade com a Espanha. Em agosto, dois canhões usados para proteger o forte foram avistados quando o nível do rio caiu para 49 centímetros, evidenciando a intensidade da seca, a pior em 42 anos.

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