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Brasil

Amor pelo café impulsiona negócios de outros setores

Semana Internacional do Café vai até amanhã em Belo Horizonte

Foto: Vinícius Lisboa/Agência Brasil

Longe de ser apenas uma bebida, o café gera negócios que vão além dos cafezais e cafeterias, buscando atender à demanda de um público que se define como “coffee lover“, ou amante do café. Em uma caminhada pela Semana Internacional do Café (SIC), que ocorre até amanhã (12), em Belo Horizonte, é possível identificar alguns desses empreendimentos.

Eternizar um momento em café? Esse é o serviço oferecido pelo ilustrador Luiz Paulo Stracione, que desde 2017 se dedica a pintar quadros com café solúvel dissolvido em diferentes concentrações para formar tons variados da cor que os amantes do grão conhecem bem. O artista garante que, depois de envernizado, o quadro pode ser mantido com os mesmos cuidados que qualquer outro de tinta acrílica ou aquarela.

“Uma vez eu estava desenhando, e o café virou sobre o desenho. Foi aí que percebi que era possível usar o café e comecei a praticar”, relembra. “É mais difícil porque com o café eu tenho que ser mais preciso. Eu não posso errar e corrigir com outra tinta”.

Entre encomendas de retratos de pessoas e pets, ele conta que foi aprimorando a técnica e hoje trabalha também com arte abstrata. Seu público, em grande parte, são os amantes de café.

“As pessoas que me pedem encomenda são os coffee lovers, que querem homenagear alguém que gosta de café ou eternizar um momento de uma forma diferente”. 

O amor pelo café também faz com que os coffee lovers busquem conhecer onde nascem e como são cultivados os grãos. A percepção dessa demanda fez a Fazenda Café Campo Místico abrir a porteira para o turismo rural e transformar essa experiência em uma renda complementar.

“É muito gratificante passar a nossa experiência, porque quem vai mais é o pessoal da cidade, que acaba fascinado”, conta Valmor Santos, que toca a fazenda ao lado da mulher, Adriane dos Santos. “A maioria do nosso público é de amantes do café e já recebemos muitos baristas. É um dia inteiro, então o cara tem que gostar de café, porque a gente vai falar de café e beber café o dia todo”, acrescenta Valmor.

Uma das grandes atrações da fazenda é a agrofloresta, em que os pés de café são cultivados à sombra de árvores nativas do sul de Minas Gerais. “A gente apresenta o conceito de agrofloresta para os amantes de café, e apresenta o café para os amantes da agrofloresta”, diz Valmor, que recebe os visitantes com um “café da manhã da roça” e termina o passeio com uma degustação de produtos locais no café da tarde, passando por um almoço preparado no forno à lenha. 

A feira também é uma oportunidade para produtores de outros setores tentarem se aproximar dos amantes de café. É o caso da Associação dos Produtores de Queijo da Canastra, que expõe seus famosos queijos na feira há várias edições, segundo a secretária executiva da associação, Sofia Miranda.

“O café casa muito bem com o queijo, e é de extrema importância que a gente tenha um segundo produto com que a gente possa se unir. Como é com o doce de leite e a cachaça, tem tudo a ver um com o outro e a gente não pode viver sem”, afirma ela, que apresentava na feira alguns dos queijos dos 70 associados da região da Canastra.

A parceria tradicional do café com o leite ganha na proposta da marca Naveia uma versão vegana, à base de aveia. Para vencer a resistência aos leites vegetais, o fundador da marca, Felipe Ufo, conta que o sabor sempre foi uma prioridade para que o leite de aveia conquistasse o consumidor para além dos benefícios para a saúde e o meio ambiente.

“Quando a gente criou esse leite vegetal de aveia, a gente sempre entendeu que o café tinha que fazer parte desse mundo, então a gente desenvolveu um produto específico para a cultura do café”, conta.

Felipe Ufo explica que, para conquistar os baristas, o leite precisa ser encorpado e gerar uma espuma considerável na hora de preparar um capuccino, além de harmonizar com o sabor do café. 

“Sempre houve um preconceito na hora de fazer com leite vegetal, porque outras matérias primas não harmonizavam bem com café, talhavam ou não tinham gosto tão bom. Já o leite de aveia fica ótimo, e é bem legal a surpresa das pessoas ao dizer que está bom, porque elas esperavam que fosse ruim”.

Quem também tenta emplacar junto aos amantes do café são os produtores de derivados da jabuticaba, outro patrimônio brasileiro. No estande da Sabarabuçu, a oferta é dos mais variados tipos de geleia da fruta, além de produtos como molho de jabuticaba defumada, mostarda de jabuticaba e até molho barbecue e cerveja feitos a partir dela. 

“Para a gente é muito importante essa apresentação, porque mesmo não sendo produtor de café, a gente consegue ter contato com novos clientes”, conta a gerente  comercial da Sabarabuçu, Thais Silva Pinheiro.

Com apenas oito funcionários, a empresa já fabrica 17 produtos diferentes de jabuticaba, e atende do Sul ao Nordeste do país. O objetivo agora é expandir ainda mais no mercado nacional e futuramente exportar.  

*O repórter viajou a convite da organização da Semana Internacional do Café

Por: Agência Brasil

Saúde

Células de gordura têm “memória” e podem explicar o efeito sanfona, aponta estudo

Estudo revela que o “efeito sanfona”, que causa o reganho de peso após dietas, pode ser influenciado por mudanças epigenéticas nas células de gordura

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Foto: Divulgação

A recuperação do peso após um processo de emagrecimento é uma realidade para muitos, e o fenômeno conhecido como “efeito sanfona” pode ser explicado por uma descoberta recente. Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique), na Suíça, identificaram que o DNA das células de gordura pode ter “memória”, o que facilita a recuperação do peso após um período de emagrecimento.

O estudo, publicado na revista científica Nature, sugere que mudanças epigenéticas no DNA das células de gordura podem ser responsáveis pelo “efeito sanfona”. A epigenética, campo da biologia que investiga como fatores externos influenciam a expressão genética sem alterar a sequência do DNA, pode ser a chave para entender a dificuldade de manter a perda de peso a longo prazo.

O estudo em camundongos

Para entender melhor as causas do efeito sanfona, os pesquisadores conduziram experimentos com camundongos. Os animais, que haviam perdido peso após uma dieta restritiva, apresentaram alterações epigenéticas nas células de gordura que persistiram, mesmo após o emagrecimento. Essas células “lembravam” do estado de sobrepeso e, ao retornar a uma dieta rica em gordura, os camundongos recuperaram rapidamente o peso perdido.

Ferdinand von Meyenn, professor de nutrição e epigenética metabólica na ETH Zurique, explicou que esse fenômeno ocorre devido a um “efeito de memória” nas células de gordura. “Após a perda de peso, as células ainda mantêm essa memória, facilitando o retorno ao peso anterior”, afirmou o pesquisador.

Implicações para os seres humanos

Embora o estudo tenha sido realizado em camundongos, os pesquisadores encontraram evidências semelhantes em seres humanos. Biópsias de tecido adiposo de pessoas que passaram por cirurgia bariátrica indicaram mudanças genéticas consistentes com os resultados obtidos nos camundongos.

Contudo, os cientistas ainda não sabem quanto tempo essa “memória” do peso excessivo permanece nas células de gordura e se seria possível, no futuro, apagar essas alterações epigenéticas com medicamentos.

Prevenção continua sendo a melhor estratégia

A descoberta reforça a importância da prevenção. Como as células de gordura podem “lembrar” do estado de obesidade, é fundamental evitar o excesso de peso desde o início. Além disso, os pesquisadores indicam que outras células, como as do cérebro e vasos sanguíneos, também podem ter memórias epigenéticas que contribuem para o efeito sanfona. A próxima etapa da pesquisa será investigar essas possibilidades.

Por enquanto, a principal recomendação dos cientistas é que, para combater o “efeito sanfona”, a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz.

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Brasil

Pai de estudante morto por PM: “O cachorro ainda espera por ele”

Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina de 22 anos, foi morto por um policial militar em São Paulo

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Marco Aurélio foi baleado por um PM durante uma abordagem no hotel / Foto: Rede social

Julio César Acosta, médico e pai de Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina de 22 anos, relatou com dor que o cachorro da família ainda aguarda o retorno do jovem, morto por um policial militar em uma abordagem dentro de um hotel em São Paulo na madrugada de quarta-feira (20/11).

Em entrevista, Julio César afirmou que o único consolo seria um pedido de perdão por parte dos responsáveis pela morte de seu filho. Ao saber do incidente, ele foi até o local, onde, segundo ele, foi ignorado pelos policiais, que não prestaram ajuda e não forneceram informações sobre a gravidade do ocorrido. No hospital, encontrou Marco em estado crítico e, depois, recebeu a triste notícia da morte de seu filho.

Marco Aurélio estava no centro cirúrgico, onde os médicos tentaram salvar sua vida, mas não resistiu aos ferimentos. O pai, indignado, questionou os motivos que levaram ao disparo e lamentou a ausência de ação por parte das autoridades.

O caso gerou repercussão após a divulgação de imagens que contradizem a versão dos policiais. Segundo os PMs, Marco teria tentado roubar uma arma durante a abordagem, mas as imagens mostram que ele foi baleado após ser agredido e desarmado. O caso segue sob investigação.

Marco Aurélio era conhecido como “Bilau” no time de futebol da faculdade e como “MC Boy da VM” nas redes sociais. O estudante era lembrado com carinho por seus amigos e colegas, que prestaram homenagens à sua memória.

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Política

Governo Lula estuda reduzir benefícios de militares para cumprir metas fiscais

Em busca de equilíbrio fiscal, o governo Lula avalia mudanças nas pensões dos militares, com negociações para minimizar impactos nas Forças Armadas

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O objetivo é evitar um clima de insatisfação com a corporação, especialmente após o início conturbado de seu governo em relação às Forças Armadas

Em reunião com o Ministério da Fazenda na quarta-feira (13), o ministro da Defesa, José Múcio, buscará limitar as mudanças na previdência dos militares. Embora as Forças Armadas prefiram não fazer alterações no Sistema de Proteção Social, há disposição para ceder em alguns pontos, a fim de evitar mudanças radicais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao incluir os militares nos cortes de gastos, pediu que a equipe econômica negocie com as Forças Armadas, para evitar imposições diretas ao Ministério da Defesa. Lula, inicialmente contrário a cortes no setor militar, foi convencido a incluir a área para evitar maiores reduções em áreas sociais.

Apesar das disputas internas, a equipe econômica acredita que a proposta será eficaz para zerar o déficit público e manter o equilíbrio fiscal. Assessores de Fernando Haddad e Simone Tebet afirmam que o pacote trará segurança econômica, ao estabilizar as contas públicas e a dívida pública em relação ao PIB. Sem as medidas, o cenário seria mais inflacionário, mas há confiança de que o presidente alinhará sua decisão com os objetivos da economia.

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