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Brasil

ABL anuncia retomada do Prêmio Machado de Assis a partir de 2021

Prêmio é entregue a autores que se destacam pelo conjunto de sua obra

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Prêmio Machado de Assis, considerado a mais importante premiação literária do país, será retomado a partir de 2021, de acordo com anúncio feito hoje (24), no Rio de Janeiro, pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Criado pela ABL em 1941, o Prêmio Machado de Assis é entregue a autores que se destacam pelo conjunto de sua obra. Os vencedores são escolhidos pelos membros da Academia, conhecidos como imortais.

A premiação estava suspensa desde 2017, em razão da crise econômica, e será retomada agora graças a patrocínio da Light, empresa de geração, distribuição, comercialização e soluções de energia elétrica, que está presente em 31 municípios do estado do Rio de Janeiro, abrangendo uma região com mais de 10 milhões de pessoas. O apoio financeiro da Light se estenderá por dez anos.

Para o presidente da ABL, professor e poeta Marco Lucchesi, a retomada do Prêmio Machado de Assis é um sinal importante para o que será construído após a pandemia do novo coronavírus. “A perspectiva de quem está pensando em uma reconstrução. E a reconstrução dos vários aspectos da cultura após a pandemia não dependerá de um único ator, mas de uma pluralidade de esforços envidados para a retomada do processo cultural que, com a pandemia e a crise econômica, ficaram relegados a um plano muito dramático”, disse Lucchesi à Agência Brasil. A volta do Prêmio Machado de Assis se dá nesse contexto, explicou.

Lucchesi disse que como a ABL confere um único prêmio, ele adquire uma forma mais forte de colegiado, porque todos os membros da instituição dão suas opiniões. Uma comissão é constituída para dar seu parecer, que é votado pelos demais imortais. “É uma espessura que dá para a ABL uma perspectiva plural, de todos participarem do prêmio”.

Característica

O prêmio apresenta uma característica interessante. Ele foi criado para ser alternado, ano a ano, entre obras estritamente literárias, como ficção, memórias, poesia e, em outro momento, obras produzidas no âmbito das ciências sociais, as ciências humanas. “É um sinal de esperança, de futuro, de retomada. Mas é um sinal de futuro que não deixa também de olhar para o passado, para uma tradição luminosa de Machado de Assis e por essa visão polifônica que a Academia, ao retomar o seu prestigioso prêmio, empresta a todo o processo da cultura, de forma geral”, disse Lucchesi.

Grandes nomes da literatura nacional já conquistaram o Prêmio. Entre eles, Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, Cecília Meireles, Gilberto Freyre, Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar e Rubem Fonseca. O último vencedor foi o historiador João José Reis, referência mundial no estudo da escravidão. O vencedor de 2021 será escolhido pelos membros da ABL em junho de 2021 e a cerimônia de premiação está prevista para julho, mês de aniversário de fundação da Academia.

Marco Lucchesi estimou que o próximo Prêmio Machado de Assis deverá ser de literatura. Esclareceu, porém, que os detalhamentos só poderão ser conhecidos quando a pandemia permitir discussão dos membros da ABL sobre o assunto, em plenário.

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Motorista que devolveu R$ 131 milhões por engano busca direito à recompensa judicial

Antonio Pereira alega danos emocionais e cobra 10% do valor indevido; audiência será realizada em fevereiro

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Antonio Pereira do Nascimento, motorista de Goiás, entrou com uma ação judicial contra o banco Bradesco após receber, por engano, R$ 131 milhões em sua conta. Quando percebeu o erro, o motorista devolveu o valor, mas agora busca uma recompensa de 10% do montante, ou seja, R$ 13 milhões, alegando danos emocionais e financeiros causados pela situação. A audiência está marcada para o dia 18 de fevereiro de 2025.

O advogado Thiago Perez, que não representa o motorista na ação cível, explicou ao g1 que a questão envolve a interpretação do artigo 1.234 do Código Civil, que garante direito à recompensa a quem devolve algo perdido, levando em consideração o esforço para encontrar o dono. Perez explicou que, embora a devolução seja um dever, o contexto, especialmente em situações digitais, pode influenciar a decisão judicial.

A defesa de Pereira alega que o motorista não apenas devolveu os R$ 131 milhões de forma voluntária e honesta, mas também foi tratado de maneira ríspida pela instituição financeira, sendo pressionado a comparecer à agência para regularizar a transação. Além disso, o advogado destacou que o caso gerou “abalos emocionais e constrangimentos” para Pereira, exacerbados pela exposição midiática.

O banco também enfrentou críticas por cobrar taxas indevidas após o erro. Pereira relatou que a tarifa mensal de sua conta foi aumentada sem justificativa após a devolução do dinheiro, passando de R$ 36 para R$ 70. Perez afirmou que o banco deve restituir essa cobrança indevida em dobro.

A decisão final sobre o direito à recompensa será tomada pelo Judiciário, que avaliará o contexto da devolução e as circunstâncias do caso. A audiência de fevereiro promete definir um importante precedente para o reconhecimento da boa-fé nas situações envolvendo erros financeiros digitais.

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Bebê é encontrado morto em saco de lixo em frente a UPA em Aparecida de Goiânia

Corpo do bebê estava em avançado estado de decomposição e placenta foi encontrada junto ao cadáver; Polícia investiga o caso

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Bebê foi encontrado em estado avançado de decomposição dentro de um saco de lixo, em frente à UPA Brasicon, em Aparecida de Goiânia, no último domingo / Foto: Divulgação

Um bebê foi encontrado morto dentro de um saco de lixo em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasicon, em Aparecida de Goiânia (GO), no domingo (2/2). Moradores que passavam pelo local notaram a sacola plástica e imediatamente acionaram a Guarda Civil Municipal (GCM).

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para confirmar o óbito. Ao chegar no local, a Polícia Científica de Goiás informou que o corpo do bebê já estava em estado avançado de decomposição e que a placenta também foi encontrada junto ao cadáver.

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Investigação de Homicídios, está conduzindo as investigações para identificar a pessoa responsável por deixar o bebê no local e esclarecer as circunstâncias da morte. O caso segue em apuração.

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Garimpo subterrâneo ilegal na Amazônia é desativado após causar R$ 1 bilhão em destruição

Operação da PF descobre exploração clandestina com trabalho escravo e contaminação ambiental

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Um garimpo ilegal subterrâneo, localizado em Maués, no Amazonas, foi desativado pela Polícia Federal entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro. A operação Mineração Obscura 2 revelou que, além de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão, a atividade clandestina provocou danos ambientais estimados em R$ 1 bilhão, incluindo desmatamento e contaminação de lençóis freáticos.

A ação foi conduzida por uma força-tarefa que reuniu a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Esta foi a primeira vez que a PF desativou um garimpo subterrâneo no país. Diferente das explorações a céu aberto, mais comuns na região amazônica, esse modelo utilizava minas subterrâneas, tornando a fiscalização ainda mais desafiadora e ampliando os riscos ambientais e trabalhistas.

As investigações tiveram início após denúncias sobre exploração de mão de obra degradante e uso de cianeto na extração ilegal de ouro. A operação foi um desdobramento da Operação Déjà Vu, que já havia identificado atividades criminosas semelhantes na região.

Durante a ação, os agentes confirmaram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas, sem acesso a condições mínimas de segurança e direitos básicos. O caso segue sob investigação.

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