conecte-se conosco

Brasil

Eletrobras: sociedade opina sobre desestatização em audiência pública

BNDES reforça que processo não ocorrerá sem anuência do TCU

Reuters/Pilar Olivares

A indenização que a Eletrobras receberá pelos investimentos realizados na Usina Hidrelétrica de Itaipu, estimada em R$ 1,2 bilhão, passará por aprovação dos acionistas minoritários em assembleia geral extraordinária (AGE), prevista para ocorrer em fevereiro próximo. A informação foi dada por Ricardo Justo, sócio da Genial, líder do consórcio contratado para assessorar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na desestatização da empresa, respondendo a questionamentos da sociedade em audiência pública virtual, transmitida hoje (5) pelo canal do BNDES no YouTube. Segundo ele, todas as informações estarão disponíveis no site da Eletrobras, na página de Relação com Investidores.

Justo esclareceu que a Eletrobras recebe remuneração sobre o investimento realizado e também pela comercialização de energia de Itaipu, mas afirmou que o impacto de Itaipu é bastante pequeno nas demonstrações financeiras da Eletrobras. Reafirmou que o valor de R$ 1,2 bilhão para ressarcimento de despesas da empresa vai ser submetido aos minoritários, que darão a palavra final. “O dinheiro que vem de Itaipu para a Eletrobras não é expressivo”. Sustentou que a União não participa da decisão. Considerou ainda que não há razão para que os minoritários não aprovem o valor definido, porque o processo não causa prejuízos para eles.

O chefe do Departamento de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do BNDES, Leonardo Mandelblatt, deixou claro que o processo de capitalização não ocorrerá sem a concordância prévia do Tribunal de Contas da União(TCU). Manifestou, porém, que o órgão não vê irregularidades na operação.

Reestruturação

O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, lembrou que a empresa vem passando, desde 2016, por um grande processo de reestruturação, com prejuízos sucessivos e alto endividamento. Hoje, entretanto, mostra um “caixa robusto”, com baixo endividamento. Disse que, olhando para investimentos futuros, será preciso considerar aplicações que gerem valor para a companhia. Um dos temores demonstrados por participantes da audiência pública se relacionaram a investimentos que teriam de ser feitos pela Eletrobras na Eletronuclear, para conclusão da Usina Nuclear Angra 3 e, com a Eletrobras privada, poderiam sofrer descontinuidade.

Limp ressaltou que uma vez capitalizada, a Eletrobras não precisará ter obrigação de efetuar investimentos, mas a expectativa é ampliar investimentos na geração e transmissão de energia no Brasil. A secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do Ministério da Economia (SEPPI), Martha Seillier, assegurou que resolução em vigor prevê que a Eletrobras realize investimentos necessários para a conclusão de Angra 3.

Leonardo Mandelblatt destacou também que a tarifa de Angra 3 será adequada, de modo a remunerar o investimento feito na construção da usina. Informou, por outro lado, que não há elementos para precificar indenização para populações que vivem às margens das linhas de transmissão da Eletrobras. A modelagem atual não fez essa precificação, indicou.

Oferta

Ricardo Justo respondeu ainda a outro questionamento apresentado na audiência pública referente à oferta para os empregados e aposentados da Eletrobras no processo de privatização da companhia, equivalente a 10% da oferta total, ou cerca de R$ 2,5 bilhões. Negou que a oferta seja baixa. Seria algo em torno de R$ 200 mil se cada empregado decidisse adquirir ações. Lembrou que os empregados podem participar ainda na operação como varejo, beneficiando-se ainda das regras do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que prevê a liberação de até 50% do fundo para compra de ações.

Para Rodrigo Limp, hoje foi um dia importante na privatização da Eletrobras porque teve a oportunidade de ouvir questionamentos da sociedade, o que deu transparência e publicidade ao processo. “Sabemos que é um processo complexo que gera dúvidas”. 

A assinatura de acórdão com o TCU está estimada para março, prevendo-se a realização da oferta primária de ações no mês seguinte.

Por: Agência Brasil

Brasil

Motorista que devolveu R$ 131 milhões por engano busca direito à recompensa judicial

Antonio Pereira alega danos emocionais e cobra 10% do valor indevido; audiência será realizada em fevereiro

Publicado

on

Divulgação

Antonio Pereira do Nascimento, motorista de Goiás, entrou com uma ação judicial contra o banco Bradesco após receber, por engano, R$ 131 milhões em sua conta. Quando percebeu o erro, o motorista devolveu o valor, mas agora busca uma recompensa de 10% do montante, ou seja, R$ 13 milhões, alegando danos emocionais e financeiros causados pela situação. A audiência está marcada para o dia 18 de fevereiro de 2025.

O advogado Thiago Perez, que não representa o motorista na ação cível, explicou ao g1 que a questão envolve a interpretação do artigo 1.234 do Código Civil, que garante direito à recompensa a quem devolve algo perdido, levando em consideração o esforço para encontrar o dono. Perez explicou que, embora a devolução seja um dever, o contexto, especialmente em situações digitais, pode influenciar a decisão judicial.

A defesa de Pereira alega que o motorista não apenas devolveu os R$ 131 milhões de forma voluntária e honesta, mas também foi tratado de maneira ríspida pela instituição financeira, sendo pressionado a comparecer à agência para regularizar a transação. Além disso, o advogado destacou que o caso gerou “abalos emocionais e constrangimentos” para Pereira, exacerbados pela exposição midiática.

O banco também enfrentou críticas por cobrar taxas indevidas após o erro. Pereira relatou que a tarifa mensal de sua conta foi aumentada sem justificativa após a devolução do dinheiro, passando de R$ 36 para R$ 70. Perez afirmou que o banco deve restituir essa cobrança indevida em dobro.

A decisão final sobre o direito à recompensa será tomada pelo Judiciário, que avaliará o contexto da devolução e as circunstâncias do caso. A audiência de fevereiro promete definir um importante precedente para o reconhecimento da boa-fé nas situações envolvendo erros financeiros digitais.

Continue lendo

Brasil

Bebê é encontrado morto em saco de lixo em frente a UPA em Aparecida de Goiânia

Corpo do bebê estava em avançado estado de decomposição e placenta foi encontrada junto ao cadáver; Polícia investiga o caso

Publicado

on

Bebê foi encontrado em estado avançado de decomposição dentro de um saco de lixo, em frente à UPA Brasicon, em Aparecida de Goiânia, no último domingo / Foto: Divulgação

Um bebê foi encontrado morto dentro de um saco de lixo em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasicon, em Aparecida de Goiânia (GO), no domingo (2/2). Moradores que passavam pelo local notaram a sacola plástica e imediatamente acionaram a Guarda Civil Municipal (GCM).

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para confirmar o óbito. Ao chegar no local, a Polícia Científica de Goiás informou que o corpo do bebê já estava em estado avançado de decomposição e que a placenta também foi encontrada junto ao cadáver.

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Investigação de Homicídios, está conduzindo as investigações para identificar a pessoa responsável por deixar o bebê no local e esclarecer as circunstâncias da morte. O caso segue em apuração.

Continue lendo

Brasil

Garimpo subterrâneo ilegal na Amazônia é desativado após causar R$ 1 bilhão em destruição

Operação da PF descobre exploração clandestina com trabalho escravo e contaminação ambiental

Publicado

on


Um garimpo ilegal subterrâneo, localizado em Maués, no Amazonas, foi desativado pela Polícia Federal entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro. A operação Mineração Obscura 2 revelou que, além de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão, a atividade clandestina provocou danos ambientais estimados em R$ 1 bilhão, incluindo desmatamento e contaminação de lençóis freáticos.

A ação foi conduzida por uma força-tarefa que reuniu a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Esta foi a primeira vez que a PF desativou um garimpo subterrâneo no país. Diferente das explorações a céu aberto, mais comuns na região amazônica, esse modelo utilizava minas subterrâneas, tornando a fiscalização ainda mais desafiadora e ampliando os riscos ambientais e trabalhistas.

As investigações tiveram início após denúncias sobre exploração de mão de obra degradante e uso de cianeto na extração ilegal de ouro. A operação foi um desdobramento da Operação Déjà Vu, que já havia identificado atividades criminosas semelhantes na região.

Durante a ação, os agentes confirmaram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas, sem acesso a condições mínimas de segurança e direitos básicos. O caso segue sob investigação.

Continue lendo

Popular

Copyright © 2020 O Panorama