Astronomia

Cientistas encontram planeta semelhante à Terra, mas feito de ferro maciço

A descoberta de Gliese 367 b fornece uma oportunidade única para estudar a formação e evolução dos exoplanetas rochosos em sistemas estelares próximos

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Foto: Reprodução

Uma equipe internacional de astrônomos anunciou a descoberta de um exoplaneta raro e intrigante, que orbita uma estrela anã vermelha a apenas 30 anos-luz de distância da Terra. O exoplaneta, chamado Gliese 367 b ou Tahay, tem um tamanho semelhante ao da Terra, mas é composto principalmente de ferro sólido, o que o torna muito mais denso do que o nosso planeta.

O exoplaneta foi detectado pelo satélite TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) da NASA em 2021, quando ele passou na frente de sua estrela hospedeira, causando uma diminuição muito sutil no brilho da estrela. Para confirmar a existência de Gliese 367 b e medir sua massa e densidade, os pesquisadores usaram um instrumento chamado HARPS (High-Accuracy Radial Velocity Planet Searcher), instalado no telescópio de 3,6 metros do Observatório Europeu do Sul no Chile. O HARPS mede as variações na velocidade radial da estrela, que são causadas pela atração gravitacional do exoplaneta.

O que torna Gliese 367 b tão especial é que ele pertence a uma classe de exoplanetas conhecidos como planetas do Período Ultracurto (USP), que têm órbitas muito rápidas em torno de suas estrelas. Gliese 367 b leva apenas 7,7 horas para completar uma volta em torno de sua estrela, o que significa que um ano em Gliese 367 b equivale a cerca de um terço de um dia na Terra. Além disso, Gliese 367 b é classificado como um super-Mercúrio, um tipo raro de exoplanetas que têm uma composição semelhante à de Mercúrio, mas são maiores e mais densos. Os pesquisadores estimam que Gliese 367 b tenha cerca de 1,4 vezes o raio da Terra e cerca de 4,6 vezes a massa da Terra, resultando em uma densidade de cerca de 9,5 gramas por centímetro cúbico. Isso sugere que Gliese 367 b é formado por cerca de 70% de ferro e 30% de silicatos.

Os pesquisadores acreditam que Gliese 367 b se formou mais longe de sua estrela e migrou para sua posição atual ao longo do tempo. Durante esse processo, ele pode ter perdido sua atmosfera e parte de seu manto por causa do intenso calor e radiação da estrela. A descoberta de Gliese 367 b fornece uma oportunidade única para estudar a formação e evolução dos exoplanetas rochosos em sistemas estelares próximos. Os pesquisadores esperam obter mais dados sobre Gliese 367 b com futuros instrumentos, como o Telescópio Espacial James Webb da NASA.

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