O governo federal deve definir nesta quarta-feira (16/10) se o horário de verão será retomado em 2024. A medida está sendo analisada como uma possível solução para mitigar os efeitos da seca extrema no sistema energético do país.
O Ministério de Minas e Energia (MME) marcou uma coletiva de imprensa para as 13h30, quando o ministro Alexandre Silveira fará o anúncio oficial. O Brasil enfrenta uma das maiores estiagens dos últimos 75 anos, segundo o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o que tem pressionado o sistema elétrico. Um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre a segurança energética foi entregue ao ministro na última terça-feira (15/10) e será fundamental para a decisão final.
Apesar de anteriormente ter se mostrado a favor do retorno do horário de verão, Silveira tem adotado uma postura mais cautelosa. Na semana passada, ele destacou a necessidade de avaliar a “imprescindibilidade” da medida, sugerindo que, se a urgência não for confirmada, a mudança pode ficar para 2025.
Estudos do ONS indicam que o horário de verão pode reduzir a demanda de energia em até 2,9% durante o pico de consumo, no fim da tarde, e gerar uma economia de R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro. No entanto, o setor aéreo demonstrou preocupação. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) alertou que a mudança abrupta poderia desorganizar a malha aérea, afetando voos e conexões já programados. Eles pedem um prazo de 180 dias entre a aprovação e a implementação da medida.
Ainda assim, o plano do governo é implementar o horário de verão já em novembro, caso a decisão seja favorável. O ministro afirmou que, se aprovado, o retorno ocorreria em 15 a 20 dias, período que coincide com o mês de maior demanda energética.
A possível volta do horário de verão tem dividido opiniões. De acordo com uma pesquisa do Datafolha, 47% dos brasileiros são favoráveis, enquanto outros 47% são contra, e 6% se mostram indiferentes.
O horário de verão, que foi extinto em 2019, funcionava de outubro a fevereiro em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, entre outros.
