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Esportes

Imparável do rugby brasileiro ganha nova chance olímpica em Tóquio

Cria de Paraisópolis, Bianca inspira jovens como esperança das Yaras

Foto: Reprodução/Twitter

Há cinco anos, uma canelite tibial adiou a estreia olímpica de Bianca Silva às vésperas dos Jogos do Rio de Janeiro. Reagir àquele baque não foi fácil para a jovem de então 18 anos, já uma promessa da seleção brasileira feminina de rugby.

“Foi uma questão de pressão, psicológica mesmo. Ter pouca idade, enfrentar coisas para as quais não estava preparada, ter uma vida profissional [no esporte] e ver isso como algo real. Impactou forte, não aguentei, desisti, parei de jogar depois da Olimpíada. Fui correr atrás de emprego. Minha irmã trabalhava em um restaurante de shopping, fiz um currículo e enviei”, recorda Bianca à Agência Brasil.

O emprego no restaurante estava encaminhado, mas ela sequer chegou a iniciá-lo. Bianca resolveu dar nova chance à modalidade pela qual se apaixonou em 2011, no projeto Rugby Para Todos, na comunidade de Paraisópolis, zona sul da capital paulista. Após a frustração antes da Rio 2016, a jovem é uma das Yaras (como são conhecidas as jogadoras da seleção feminina) chamadas para a Olimpíada de Tóquio (Japão), na última segunda-feira (28).

“Estava decidida que não voltaria, de tão chateada que fiquei [pela ausência em 2016]. Aí, recebi o convite para voltar. Primeiro, disse não. Depois, sentei e pensei: o que quero realmente? Meu coração ainda arde para jogar. Percebi que merecia viver aquilo. E voltei. Foi uma injeção de força. Daqui, não saio mais”, diz a paulista de 23 anos.

Não demorou para Bianca se firmar novamente na seleção. Em 2018, tornou-se a brasileira com mais tries (quando o atleta cruza a linha final do campo com a bola e a coloca no chão, vale cinco pontos) em uma Copa do Mundo de rugby: foram cinco logo na sua estreia na competição. No mesmo ano, foi eleita a melhor atleta da modalidade no país no Prêmio Brasil Olímpico.

Em 2019, a paulista liderou a estatística de tries das Yaras (cinco) na conquista do Hong Kong Sevens, feito que recolocou a seleção na elite do circuito mundial feminino. Fez parte, também, do escrete campeão sul-americano, que garantiu a vaga brasileira em Tóquio.

“Foram dois anos muito especiais, com muita coisa extracampo que agregou experiência para conseguir trazer inspiração, de sair de algo ruim, ir para cima e ser destaque”, conta a jovem.

Inspiração que ela própria se tornou em Paraisópolis e no projeto onde foi revelada, que atende cerca de 200 jovens carentes de 6 a 18 anos. A segunda maior favela da capital, onde vivem mais de cem mil pessoas, fica na Vila Andrade, terceiro distrito paulistano com maior ocupação por favelas (34,7%) segundo o Mapa da Desigualdade de 2020, da organização não-governamental (ONG) Rede Nossa São Paulo.

“É muito legal [o reconhecimento], principalmente dos menores, por chegar aqui independente da dificuldade, de onde cresceu, superar a expectativa que tem, de que se você mora na comunidade, ficará lá para sempre e vira marginal. [Cria o sentimento de] querer chegar na seleção ou ao máximo de qualquer coisa que se sonhe. Eu me vejo nesse papel, das pessoas olharem para mim, dizerem ‘olha onde ela está’, servir de inspiração. As pessoas verem que é possível, independente do que falam, progredindo e buscando o melhor”, destaca Bianca, que atua pelo Leoas de Paraisópolis.

A brasileira também se tornou referência junto à World Rugby, a confederação internacional da modalidade. Em 2019, ela foi uma das escolhidas da entidade para ilustrar a campanha Unstoppables (imparáveis, em inglês), para impulsionar o esporte feminino. Nome bastante pertinente, considerando a característica mais marcante de Bianca, a velocidade.

A paulista conseguiu alcançar 32 quilômetros por hora em uma arrancada de jogo. Não é pouco. Segundo relatório técnico da Federação Internacional de Futebol (Fifa) sobre a Copa do Mundo Feminina de 2015, no Canadá, a lateral norte-americana Alex Krieger, jogadora mais rápida daquela competição, foi só pouco além, 34,7 km/h.

“Sempre fui muito rápida. Corria muito na rua, talvez isso tenha me ensinado muito. Só que a minha técnica de corrida foi trabalhada. Eu tinha uma técnica não tão boa, corria sentadinha, abaixadinha. Fiz alguns [exercícios] coordenativos de postura, ajuda com braço e perna. Se você reparar, meu joelho não fica mais flexionado”, descreve Bianca.

“A velocidade do Brasil é uma fortaleza, então elas [adversárias] tentam nos inibir. A marcação fica em cima. Não só eu, mas as meninas da mesma posição discutimos formas de elas não ficarem tão em cima. Se deixarem correr, já era [risos]”, completa.

As partidas do rugby feminino em Tóquio serão disputadas entre os dias 29 e 31 de julho. O Brasil está no Grupo B, ao lado de Canadá (bronze na Rio 2016), França e Fiji. Também estão classificados Japão (anfitrião), Nova Zelândia (atual campeã mundial), Austrália (última campeã olímpica), Estados Unidos, Reino Unido, Quênia, China e Rússia (que competirá com a sigla do Comitê Olímpico Russo, devido à punição que o país europeu recebeu por casos de doping).

Em abril, as Yaras tiveram pela frente alguns dos rivais olímpicos em dois torneios realizados em Dubai (Emirados Árabes Unidos). Foram duas vitórias sobre japonesas e quenianas e uma diante do time B francês, e derrotas para norte-americanas, França A e Canadá (duas para cada).

“Foram jogos divertidos demais. Recebemos mensagens de que estava legal de ver nossas partidas. Nossa expectativa [para Tóquio] é levar algo diferente. A equipe se divertir em campo e ganhar assim. Queremos mostrar o que é ser uma Yara e o que é o rugby brasileiro. Apresentar nosso melhor lado e versão. Fazer com que as pessoas se divirtam nos vendo jogar”, conclui Bianca.

Por: Agência Brasil

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Esportes

O que fez o pequeno Gui, torcedor do Vasco, ser eleito o “Torcedor do Ano” no FIFA The Best 2024

Superação e paixão: pequeno Gui, torcedor símbolo do Vasco, conquista o mundo no FIFA The Best 2024

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Pequeno Gui, torcedor símbolo do Vasco

Guilherme Gandra Moura, conhecido como pequeno Gui, foi homenageado nesta terça-feira (17) durante o prêmio FIFA The Best 2024, ao ser eleito o “Torcedor do Ano”. Ícone entre os cruzmaltinos, Gui emocionou a todos com sua paixão pelo Vasco da Gama, especialmente após superar momentos difíceis de saúde.

Gui ficou conhecido em 2023, quando, após sair de um coma induzido de 16 dias, surpreendeu ao recitar a escalação completa do Vasco logo ao despertar. A história viralizou nas redes sociais e tornou o jovem uma figura querida entre os torcedores do clube carioca e de todo o Brasil.

Com uma doença rara, Gui não deixou que as dificuldades diminuíssem seu amor pelo futebol. Ele se tornou um símbolo de superação, ganhando destaque em eventos do clube e recebendo homenagens como bandeiras com sua imagem nos estádios. Recentemente, teve a oportunidade de encontrar Philippe Coutinho, reforço do Vasco na temporada, consolidando sua posição como um verdadeiro embaixador da torcida vascaína.

Ao receber o prêmio, apresentado pelo ex-jogador Pepe, pequeno Gui encantou o público ao afirmar:

“Ser torcedor é acreditar sempre, mesmo nos momentos mais difíceis. Esse prêmio é para todos que vivem o futebol com amor.”

Com quase um milhão de seguidores nas redes sociais, Gui segue inspirando pessoas ao redor do mundo, mostrando que a paixão pelo esporte pode ultrapassar qualquer barreira.

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Automobilismo

BYD Dolphin Plus recebe cinco estrelas no Latin NCAP e se torna o primeiro elétrico a alcançar a nota máxima

Com excelente desempenho em testes de segurança, o hatch da BYD se destaca pela proteção de ocupantes e sistemas avançados de assistência ao motorista

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BYD Dolphin Plus

O Latin NCAP, órgão responsável pela realização de testes de colisão com veículos novos comercializados na América Latina e no Caribe, divulgou os resultados de novos crash tests na manhã desta terça-feira (11). Entre os modelos avaliados, o hatch elétrico BYD Dolphin Plus se destacou, recebendo a nota máxima de cinco estrelas, tornando-se o primeiro carro da fabricante chinesa e também o primeiro modelo elétrico a conquistar essa classificação.

O programa de avaliação do Latin NCAP, que inclui a análise de diversos aspectos de segurança, destacou que o Dolphin Plus, versão mais potente do hatch chinês, obteve um desempenho impressionante. O modelo foi equipado com sete airbags, controle eletrônico de estabilidade e sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS), que são oferecidos de série. Isso resultou em uma proteção de 92,6% para ocupantes adultos, 93,1% para crianças e 77% para pedestres. O desempenho do sistema ADAS foi de 85%.

O teste incluiu simulações de frenagem autônoma de emergência, tanto em áreas urbanas quanto rodoviárias, além de verificações no sistema de detecção de pontos cegos. O resultado geral foi altamente positivo, com o Dolphin Plus apresentando uma estrutura estável e proteção adequada para os ocupantes durante os impactos.



Apesar da alta avaliação, o Latin NCAP observou que algumas áreas ainda podem ser melhoradas no modelo, como a proteção passiva para pedestres, que poderia ser aprimorada, e o desempenho do alerta de saída de faixa (LSS), que não atingiu a pontuação ideal. Além disso, o modelo não conta com o Sistema de Sinalização de Auto Socorro (SAS) e o Assistente Inteligente de Velocidade (ISA) não obteve a pontuação necessária.

Importante frisar que o teste foi realizado com a versão Dolphin Plus, e os resultados não se aplicam às versões mais básicas do modelo, como o Dolphin Mini.

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Brasil

Palmeiras fatura Paulistão Feminino ao bater Corinthians nos pênaltis

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O Palmeiras conquistou o tricampeonato do Paulistão Feminino de Futebol com vitória de 2 a 0 sobre o Corinthians na cobrança de pênaltis, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas (SP), após empate em 2 a 2 no placar agregado. A colombiana Tapia, goleira das Palestrinas defendeu três cobranças do Timão e as outras duas foram na trave. Fê Palermo e Ingryd balançaram a rede para as Palestrinas e garantiram o tricampeonato (os dois primeiros foram em 2001 e 2022). A conquista do Palmeiras interrompe a hegemonia das Brabas, tetracampeãs paulistas no ano passado.

Nesta quarta-feira (20), o Palmeiras, comandadas há pouco mais de um ano pela técnica Camilla Orlando, entrou em campo com desvantagem de 1 a 0 no placar, pois perdera em casa, por 1 a 0, primeiro jogo da final na última sexta (15). Nesta tarde, logo na primeira etapa da partida, as Palestrinas abriram 2 a 0, com gols da artilheira Amanda Gutierrez (total de oito gols no torneio) e Dudinha. Na volta do intevalo, Vitória Yaya deixou o banco e descontou para o Corinthians.

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