Distrito Federal

Grupo que simulava acidentes para lucrar com seguro de carros de luxo é preso no DF

Empresário e ex-policial militar são apontados pela Polícia Civil como chefes do esquema. Envolvidos lucraram R$ 2 milhões, segundo investigação.

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Foto: Reprodução

Seis pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (18) por suspeita de integrar uma organização criminosa que fraudava seguros de veículos importados. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, o grupo simulou 12 acidentes e destruiu 25 carros de marcas como Porsche, BMW, Audi, Volvo e Mercedes, recebendo cerca de R$ 2 milhões das seguradoras.

A operação, batizada de Crash Test, foi realizada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) e cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Plano Piloto. Além das prisões, foram sequestrados 20 veículos e bloqueados R$ 2 milhões das contas dos investigados.

De acordo com o delegado Luís Fernando Cocito, chefe da Corpatri, a organização criminosa era liderada por um empresário de Taguatinga e um ex-policial militar do DF, que compravam carros usados e de difícil venda, consertavam os defeitos e contratavam seguros com valores acima do mercado.

“O valor da indenização era baseado na tabela Fipe, que é muito maior do que o valor real dos veículos. Então eles lucravam com a diferença entre o valor pago pelo carro e o valor recebido pelo seguro”, explicou o delegado.

Para simular os acidentes, o grupo usava outros veículos da própria organização ou colidia com objetos fixos, como postes e árvores. Os integrantes se revezavam nas funções de condutor, terceiro envolvido, contratante do seguro e beneficiário da indenização. Eles também contavam com a ajuda das esposas — uma delas advogada — que forneciam dados pessoais e documentos para a fraude.

O delegado disse que a investigação começou há seis meses, após uma denúncia anônima. Ele afirmou que o grupo atuava desde 2015 e que pode ter causado um prejuízo maior do que o estimado.

“Esses são os casos que nós conseguimos identificar até agora. Mas pode haver outros casos que ainda não foram descobertos. Nós vamos continuar as investigações para verificar se há mais envolvidos nesse esquema”, disse Cocito.

Os presos vão responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato contra seguradora e falsidade ideológica, cujas penas somadas podem chegar a 18 anos de prisão.

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