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Brasil

Mãe escreve livro para filha com vitiligo se sentir representada

O livro ‘A Menina Feita de Nuvens’ aborda o vitiligo de forma lúdica e visa inspirar crianças, adolescentes e adultos sobre a condição de pele que afeta 2% da população mundial

Arquivo pessoal

Amor de mãe é uma das coisas mais puras e sinceras do mundo. A designer gráfica e escritora do livro ‘A Menina Feita de Nuvens’, Tatiane Santos de Oliveira, que o diga. Ela fez um livro para que a sua filha, Maria Luiza, se sentisse representada.

Segundo Tatiane, as primeiras manchinhas da Maria Luiza surgiram aos 3 anos de idade, logo após o nascimento do seu irmão João. De pronto, Tati levou a pequena ao dermatologista e passou a pesquisar mais sobre o assunto na internet. 

No entanto, o resultado dessa pesquisa a deixou um tanto preocupada. Vários artigos na qual teve acesso diziam que a condição de pele poderia causar baixa autoestima e levar até a uma depressão. 

“Nesse momento, nós embarcamos naquela loucura de procurar a cura de algo que nem existe”, disse. 

Tatiane lembra que mergulhou em todo tipo de literatura disponível para encontrar alguma obra que abordasse o vitiligo de forma lúdica e que fosse direcionada para o público infantil, no entanto, não encontrou nada. Determinada a mudar isso, colocou toda a sua criatividade à prova e criou o livro ‘A Menina Feita de Nuvens’

“Logo quando a Maria começou a ler, procurei algum livro sobre vitiligo infantil e não achei nada na época, então resolvi escrever a história, fazer as ilustrações e tentar imprimir em uma gráfica rápida só para ela ter a representatividade de se ver em um livro infantil e entender que ela não precisava se preocupar com as manchinhas, eu queria que ela ficasse amiga delas”, disse.

Tati diz que decidiu contar a história de forma lúdica após perceber a reação negativa das pessoas quando ela falava sobre a condição de pele da filha. 

“Sempre que eu contava sobre a condição de pele dela, percebia a reação negativa das pessoas. Aos poucos isso começou a me incomodar, então iniciamos um ‘tratamento alternativo’, começamos a deixar tudo mais divertido para ela se sentir bem com suas nuvenzinhas, desenhar em volta, colocar nomes, elogiar sempre, procurar desenhos e isso mudou a maneira de olhar para o vitiligo. Eu comecei a ver beleza em suas manchinhas e isso acalmou meu coração”, afirmou. 

Para a escritora, Tatiane Santos de Oliveira, o livro contribuiu para que a pequena Maria Luiza crescesse mais forte, empoderada e convicta sobre a sua condição.  

“Ela pediu para parar o tratamento pois não queria perder suas nuvenzinhas, isso só reflete a maneira que tratamos o assunto, ela sabe que o vitiligo não é algo nocivo. Ela entende que faz parte de sua beleza e ama suas nuvenzinhas, Maria até reclama pois gostaria de ter mais”, conta.

IMPORTÂNCIA DA REPRESENTATIVIDADE

O livro ‘A Menina Feita de Nuvens’ foi publicado em 2018 e teve um efeito acolhedor na vida de vários leitores. A escritora Tati lembra a reação do público ao se deparar com esse livro cheio de amor, carinho e representatividade. 

“A reação do público foi muito linda, o livro tem um efeito transformador, ele acalma o coração das famílias, ele ensina de uma forma leve que tudo bem ter vitiligo, ajuda também as pessoas nessa condição a mudar o olhar sobre suas manchinhas e descobrir lindos desenhos de uma forma divertida e positiva. Alguns casos ele ajuda na aceitação da criança ou da família, algumas crianças após a leitura do livro, procuram marquinhas de machucado  para dizer que é vitiligo”, afirmou.

Quando questionada sobre o modo como enxerga o vitiligo hoje, Tatiane foi assertiva e disse enxergar beleza.

“Eu vejo beleza, amo cada nuvenzinha da minha filha e gostaria muito que as pessoas pudessem ver o que eu vejo, por isso a importância da conscientização e fazer mais representatividade para normalizar o vitiligo”, disse.  

MISSÃO

No fim da entrevista, a escritora Tatiane Santos de Oliveira partilhou conosco um dos seus maiores sonhos.

“Eu estou focada em levar esse livro nas escolas e ensinar de uma forma leve e lúdica sobre vitiligo, as crianças aprendem com o amor e tenho certeza que depois de conhecer essa história vão olhar com mais carinho quando conhecer ou ver alguém feito de nuvens”, finalizou.

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Criança de seis anos morre após picada de abelha no interior do Paraná

A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte e ouvirá todas as partes envolvidas no caso

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Foto: Rede social

Um menino de seis anos, Cristofer Yuri Silva de Melo, morreu após ser picado por uma abelha em Jaguariaíva, no interior do Paraná. A picada no pescoço causou um choque anafilático, resultando em parada cardiorrespiratória.

Cristofer estava em uma área remota, sem sinal de celular, o que dificultou o rápido atendimento. Seus familiares prestaram os primeiros socorros e acionaram o Samu assim que conseguiram completar uma ligação.

Os socorristas encontraram a família a caminho do hospital, mas o menino já apresentava uma parada cardiorrespiratória. Cerca de 40 minutos se passaram entre o contato com o Hospital Municipal Carolina Lupion e a chegada de Cristofer à unidade, onde ele infelizmente não resistiu.

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Homem é preso por embriaguez ao volante após ir à delegacia denunciar furto em Goiás

Ele foi autuado após teste do bafômetro e liberado mediante fiança

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Foto: Divulgação

Um motociclista de 47 anos foi preso em Jataí, no sudoeste de Goiás, após comparecer à delegacia para denunciar um furto. O que chamou a atenção dos policiais foi que o homem estava visivelmente embriagado no momento em que fez a denúncia.

O caso ocorreu na noite de terça-feira (15/10), quando o motociclista conduziu sua moto até a delegacia, localizada na Rua Dr. Flavinho, no centro da cidade. Durante o atendimento, os policiais notaram que o homem apresentava sinais de embriaguez e solicitaram que ele realizasse o teste do bafômetro.

O resultado do teste foi de 0,81 miligramas de álcool por litro de ar, acima do permitido por lei. Com isso, ele foi autuado em flagrante por dirigir sob influência de álcool, crime previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Embora o homem tenha ido à delegacia para registrar um boletim de ocorrência por furto, a Polícia Civil informou que a investigação sobre o caso será iniciada assim que ele puder fornecer mais informações sobre o ocorrido. O motociclista foi liberado após pagar fiança.

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Brasil

Número de jovens em trabalho infantil cai, mas ainda afeta 1,6 milhão no Brasil, diz IBGE

O trabalho infantil no Brasil caiu 14,6% em 2023, atingindo 1,6 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos, o menor patamar desde 2016, segundo o IBGE

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Foto: Divulgação

O Brasil registrou uma queda significativa no número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, atingindo o menor nível desde 2016, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (18). Em 2023, cerca de 1,6 milhão de jovens entre 5 e 17 anos, ou 4,2% dessa faixa etária, estavam envolvidos em atividades classificadas como trabalho infantil. Esse número representa uma redução de 14,6% em relação ao ano anterior.

Em 2022, o percentual de jovens nessa situação era de quase 5%, marcando a primeira alta desde 2019, após três anos consecutivos de queda. Durante a pandemia de Covid-19, em 2020 e 2021, a coleta de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua foi suspensa, o que dificultou o acompanhamento do problema.

O analista do IBGE, Gustavo Geaquinto Fontes, atribui o aumento do trabalho infantil em 2022 aos impactos econômicos da pandemia, que prejudicaram o mercado de trabalho e reduziram a renda das famílias. Em 2023, no entanto, a recuperação do mercado, com a diminuição do desemprego e a elevação dos rendimentos familiares, contribuiu para a redução dos indicadores, somada às políticas públicas de combate ao trabalho infantil.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para ser considerado trabalho infantil, a atividade precisa ser perigosa ou prejudicial à saúde e ao desenvolvimento das crianças, ou interferir na escolarização. Para crianças até 13 anos, qualquer tipo de trabalho é proibido. Adolescentes de 14 e 15 anos podem atuar apenas como aprendizes, e jovens de 16 e 17 anos estão autorizados a trabalhar, mas não em condições insalubres, perigosas ou noturnas.

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