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Saúde

Ministro defende novo modelo de remuneração no SUS e cobra indústria

Segundo ele, novo modelo tem de ser guiado por metas e indicadores

Tomaz Silva/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu hoje (11) mudanças no modelo de remuneração no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele classificou de “desarrazoada” a tabela de procedimentos com valores fixos, sobretudo na atenção especializada.

Em sua visão, a saúde pública deve passar por reformas estruturantes no próximo período, o que inclui a adoção de um modelo de remuneração orientado por indicadores e metas. “Temos que monitorar resultados e premiar valor”, avaliou.

Questionado se a tabela do SUS deveria ser eliminada, ele respondeu que “não é questão de derrubar” e que ela “é apenas uma referência”. “Por exemplo, redução da mortalidade por infarto. Se não me entregar isso, vai receber menos”, afirmou.

Ele afirmou que, sem modelos de remuneração sustentáveis, a alternativa seria exigir novos esforços tributários da sociedade brasileira e citou a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), criada para financiar a saúde pública e cobrada sobre todas as movimentações bancárias até 2007. “O que nós queremos é o oposto. É reduzir a carga tributária”.

Queiroga questionou ainda a participação dos entes federativos no financiamento da saúde pública. “A tabela do SUS é apenas uma referência do componente federal do pagamento por produção. O Ministério da Saúde cuida dos recursos federais. Os estados têm que alocar 12% dos seus recursos e os municípios 15% para financiamento da saúde. Aí fica a pergunta: alocam? Se alocam, onde vemos isso? Porque o dinheiro federal você vê no Fundo Nacional de Saúde: R$32 bilhões nas contas de estados e municípios”, disse.

Indústria

Em seu discurso, Queiroga também afirmou ser necessário o desenvolvimento da indústria privada na área da  saúde no Brasil. Ele cobrou que as empresas assumam maior protagonismo, indo além das parcerias público-privadas e da demanda por verbas públicas. “Não quer maior participação do setor privado? Então vamos correr riscos juntos”, disse.

Segundo o ministro falta ao país um complexo econômico e industrial da saúde. “Já devia ter sido feito no passado, mas não se priorizou. Por exemplo, o Brasil tem uma fábrica de stents. E é para atender o sistema público, porque lá no privado querem buscar nos Estados Unidos”, disse.

Para Queiroga, ao mesmo tempo em que assegura o direito à saúde, o SUS gera oportunidades econômicas. Ele cita, por exemplo, a compra de medicamentos a preços atrativos para a indústria. “Queremos um complexo industrial que gere emprego, gere renda, gere tributos e gere inovação. E que seja capaz de dar as respostas que o país precisa, garantindo concorrência. Sem concorrência, o preço não cai. E nós não queremos segurar preço com controle de preços”.

O ministro também disse que o Brasil precisa apostar mais na transferência de tecnologia, a exemplo do acordo que possibilitou a produção da vacina contra a covid-19 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Mas não é só para o Brasil fazer remédio. Temos excelentes universidades. Por que não investimos na pesquisa básica?”

Por: Agência Brasil

Saúde

Células de gordura têm “memória” e podem explicar o efeito sanfona, aponta estudo

Estudo revela que o “efeito sanfona”, que causa o reganho de peso após dietas, pode ser influenciado por mudanças epigenéticas nas células de gordura

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Foto: Divulgação

A recuperação do peso após um processo de emagrecimento é uma realidade para muitos, e o fenômeno conhecido como “efeito sanfona” pode ser explicado por uma descoberta recente. Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique), na Suíça, identificaram que o DNA das células de gordura pode ter “memória”, o que facilita a recuperação do peso após um período de emagrecimento.

O estudo, publicado na revista científica Nature, sugere que mudanças epigenéticas no DNA das células de gordura podem ser responsáveis pelo “efeito sanfona”. A epigenética, campo da biologia que investiga como fatores externos influenciam a expressão genética sem alterar a sequência do DNA, pode ser a chave para entender a dificuldade de manter a perda de peso a longo prazo.

O estudo em camundongos

Para entender melhor as causas do efeito sanfona, os pesquisadores conduziram experimentos com camundongos. Os animais, que haviam perdido peso após uma dieta restritiva, apresentaram alterações epigenéticas nas células de gordura que persistiram, mesmo após o emagrecimento. Essas células “lembravam” do estado de sobrepeso e, ao retornar a uma dieta rica em gordura, os camundongos recuperaram rapidamente o peso perdido.

Ferdinand von Meyenn, professor de nutrição e epigenética metabólica na ETH Zurique, explicou que esse fenômeno ocorre devido a um “efeito de memória” nas células de gordura. “Após a perda de peso, as células ainda mantêm essa memória, facilitando o retorno ao peso anterior”, afirmou o pesquisador.

Implicações para os seres humanos

Embora o estudo tenha sido realizado em camundongos, os pesquisadores encontraram evidências semelhantes em seres humanos. Biópsias de tecido adiposo de pessoas que passaram por cirurgia bariátrica indicaram mudanças genéticas consistentes com os resultados obtidos nos camundongos.

Contudo, os cientistas ainda não sabem quanto tempo essa “memória” do peso excessivo permanece nas células de gordura e se seria possível, no futuro, apagar essas alterações epigenéticas com medicamentos.

Prevenção continua sendo a melhor estratégia

A descoberta reforça a importância da prevenção. Como as células de gordura podem “lembrar” do estado de obesidade, é fundamental evitar o excesso de peso desde o início. Além disso, os pesquisadores indicam que outras células, como as do cérebro e vasos sanguíneos, também podem ter memórias epigenéticas que contribuem para o efeito sanfona. A próxima etapa da pesquisa será investigar essas possibilidades.

Por enquanto, a principal recomendação dos cientistas é que, para combater o “efeito sanfona”, a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz.

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Saúde

Cientista brasileiro embarcará em missão espacial em busca de avanços no tratamento de autismo e Alzheimer

Brasileiro viajará ao espaço em missão pioneira para acelerar pesquisas sobre tratamentos para autismo e Alzheimer usando organoides cerebrais

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Muotri também expressou interesse em colaborar com o governo brasileiro para que futuros tratamentos possam ser disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

O professor Alysson Muotri, líder do Muotri Lab na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), se prepara para integrar uma missão espacial da NASA entre o final de 2025 e o início de 2026. O objetivo da expedição é investigar o impacto da microgravidade no cérebro humano, buscando soluções terapêuticas e, possivelmente, curas para casos graves de transtorno do espectro autista e Alzheimer.

O projeto envolve o uso de organoides cerebrais — estruturas em miniatura que simulam o cérebro humano, criadas a partir de células-tronco. Conhecidos como “minicérebros”, esses organoides serão analisados no ambiente espacial para acelerar estudos sobre o envelhecimento e o desenvolvimento neurológico.

Aceleração do tempo no espaço

Estudos anteriores revelaram que os organoides envelhecem cerca de 10 anos em apenas 30 dias no espaço. Esse fenômeno possibilita aos cientistas observar estágios avançados de doenças em um período muito mais curto, permitindo análises que, na Terra, levariam décadas para serem realizadas.

A novidade desta missão será a interferência manual dos cientistas durante os experimentos, algo inédito até então. Durante o voo, serão testados compostos bioativos derivados da floresta amazônica diretamente nos organoides, em busca de agentes que possam proteger o cérebro contra o Alzheimer.

Colaboração com a Amazônia

A missão tem uma parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), garantindo que descobertas relacionadas a medicamentos derivados da floresta revertam parte dos lucros para as comunidades indígenas e a preservação ambiental.

Muotri também expressou interesse em colaborar com o governo brasileiro para que futuros tratamentos possam ser disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso às terapias desenvolvidas.

A viagem ao espaço, embora breve, representará um marco tanto para a ciência brasileira quanto para as pesquisas sobre doenças neurológicas, trazendo novas esperanças para pacientes e suas famílias.

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Brasil

Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.

Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.

“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.

Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.

No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.

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