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Brasil

Pesquisa da Conab indica queda na produção de café nacional em 2021

As razões são a falta de chuvas e o efeito da bienalidade negativa

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção total de café neste ano deve ficar entre 43,8 milhões e 49,5 milhões de sacas, o que indica uma redução entre 30,5% e 21,4%, em comparação ao resultado apresentado na safra passada. As razões são a falta de chuvas e o efeito da bienalidade negativa, conforme consta no 1º Levantamento da Safra 2021 de Café, divulgado hoje (21) pelo órgão. O estudo inclui as variedades de café conilon e arábica.

O superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Cleverton Santana, explicou que esse efeito se dá quando a planta possui uma produtividade alta em uma safra e na próxima, devido a necessidade de recomposição do vegetal, a produção sofre queda. Segundo o especialista, a bienalidade tem mais influência no café arábica.

“Sendo um ano de bienalidade negativa, sempre há um aumento da área em formação, porque os produtores escolhem suas áreas onde ocorrem menores produtividades, por esgotamento da planta, e aproveita esse ano para levar essa área para formação, para fazer o manejo para que no ano de bienalidade positiva ela expresse todo seu potencial de produtividade”, disse durante a apresentação virtual do levantamento.

Por essa razão, enquanto a área em produção é a menor dos últimos 20 anos, de acordo com a Conab, a área em formação é a maior desse período, já que a seca também que assolou os cafezais também induziram os produtores a aproveitar o ano de bienalidade. A área de produção indicada é de 1,76 milhão de hectares, com uma redução de 6,8% frente a 2020.

Em relação às condições climáticas, Santana explicou que o principal período que afeta a produção de café está concentrado entre setembro e dezembro do ano anterior, quando há a floração. Em anos de falta de chuvas, a característica natural da planta é derrubar suas flores para manter-se viva.

Na última safra, tivemos áreas com chuva abaixo da média no início da primeira floração, essas flores foram abortadas, mas a segunda floração veio no momento de chuvas favoráveis e até a produção foi superada em algumas regiões. Nessa safra não, tivemos a primeira e segunda floração ocorrendo em chuvas abaixo da média, altas temperatura e foi o que aconteceu em muitas regiões”, disse.

Produção 2021

A despeito da redução da produção total, calcula-se uma produção recorde para a espécie conilon, se atingir o limite superior de 16,6 milhões de sacas de café beneficiado, com um incremento de 16% em relação a 2020. Pelo limite inferior, a previsão é de pouco mais de 14 milhões de sacas.

Para o arábica, que responde pelo maior volume nacional, a estimativa é de uma colheita entre 29,7 milhões e 32,9 milhões de sacas, o que representa uma queda de 32,4% e 39,1%, respectivamente, em comparação com a safra passada. A produtividade no limite inferior está próxima à da safra 2017 (de 24,14 sacas por hectare), e no limite superior, à da safra 2019 (de 27,2 sacas por hectare), que também foram anos de bienalidade negativa.

Sobre a conjuntura de mercado, o boletim da Conab indica que os preços para o arábica são os mais altos dos últimos quatro anos. Chegou em R$ 604,90 por saca no mês de dezembro, com 22,6% de aumento durante o ano de 2020, enquanto o preço do café conilon, no mesmo mês, foi de R$ 379,60, com valorização de 31,67%. “A valorização dos preços neste momento auxilia os produtores de café que, nos últimos três anos, enfrentaram a comercialização de suas safras com preços menos atrativos”, informou o órgão.

O boletim completo do 1° Levantamento da Safra de Café 2021 está disponível no site da Conab.

Por: Agência Brasil

Brasil

Funcionário com deficiência é chamado de ‘calopsita manca’ e recebe R$ 50 mil de indenização por assédio moral

Homem sofreu assédio moral no ambiente de trabalho, desenvolvendo transtornos de ansiedade e depressão, após ser ridicularizado devido a sequelas de acidente de moto

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Imagem: Simulação

Um trabalhador com deficiência foi indenizado em R$ 50 mil por assédio moral praticado por seu chefe e colegas de trabalho, que o chamaram de “calopsita manca” e o ridicularizaram por sua dificuldade de locomoção, resultado de sequelas de um acidente de moto. A decisão foi tomada pelo Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG).

De acordo com o processo, o homem, que sofreu uma grave fratura na perna direita em 2010, ficou com sequelas permanentes após cirurgias mal sucedidas, o que lhe causou um encurtamento de seis centímetros na perna. No ambiente de trabalho, ele foi alvo de chacotas e apelidos humilhantes, incluindo o termo “calopsita manca”. Além disso, seus colegas simulavam seu modo de andar e se divertiam com sua dificuldade de locomoção. O chefe do trabalhador também o chamava de “inútil” por causa da sua deficiência.

O trabalhador relatou que, após o acidente, passou a frequentar acompanhamento psicológico e compartilhou com a psicóloga sobre o assédio que estava sofrendo no trabalho. Apesar de ter alertado a gerente da empresa, as brincadeiras de mau gosto continuaram, com a criação de um grupo de WhatsApp onde o trabalhador era ridicularizado de forma constante.

O caso de assédio moral agravou-se com o tempo, levando o trabalhador a desenvolver um quadro de transtorno misto ansioso-depressivo, conforme apontado por laudo médico. O profissional precisou de tratamento psiquiátrico e foi considerado portador de doença ocupacional, o que gerou o pedido de indenização por danos morais.

Em primeira instância, o pedido de indenização foi negado, mas o trabalhador recorreu da decisão, argumentando que os danos psicológicos estavam diretamente relacionados ao assédio que sofreu no ambiente de trabalho. A relatora do recurso, desembargadora Adriana Goulart de Sena Orsini, reconheceu que o trabalhador foi colocado em uma situação de vulnerabilidade devido à sua deficiência e que as humilhações no trabalho contribuíram para o desenvolvimento dos transtornos. Ela também entendeu que a empresa violou seu dever de cuidado, deixando de proteger a saúde e a segurança do trabalhador.

A decisão final determinou o pagamento de R$ 50 mil de indenização: R$ 30 mil pela doença ocupacional e R$ 20 mil pelo assédio moral sofrido. A empresa recorreu da sentença, e o caso agora está sendo julgado no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Este caso destaca a importância de um ambiente de trabalho saudável e respeitoso, onde as pessoas com deficiência não sejam alvo de preconceito ou discriminação. A decisão judicial reforça a necessidade de as empresas adotarem políticas eficazes para prevenir o assédio moral e garantir a proteção dos direitos dos trabalhadores.

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Política

Lei Marcial na Coreia do Sul: O que significa a medida adotada por Yoon Suk Yeol

Entenda os efeitos da lei marcial decretada por Yoon Suk Yeol e as reações políticas na Coreia do Sul

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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, decretou a imposição de lei marcial nesta terça-feira (3), alegando a necessidade de “limpar elementos pró-Coreia do Norte”. A medida, que substitui a legislação normal por um regime militar, amplia os poderes do Executivo, fecha o Parlamento e restringe direitos civis.

A lei marcial, embora temporária, confere autoridade total às forças militares em momentos de crise. Ela foi utilizada diversas vezes na década de 1960, durante períodos de golpes militares e protestos generalizados. Esta, no entanto, é a primeira vez que a medida é imposta desde a redemocratização do país, no final dos anos 1980.

Reações Políticas e Bloqueio do Parlamento

A decisão de Yoon gerou reações imediatas, especialmente da oposição, que controla o Parlamento. Após o anúncio, o prédio do Legislativo foi cercado por policiais e o acesso foi restrito. Em resposta, líderes da oposição convocaram protestos contra a medida, acusando o presidente de usar a ameaça da Coreia do Norte como pretexto para ampliar seu poder.

Yoon, que assumiu a presidência em 2022, enfrenta um ambiente político tenso, com baixa popularidade devido a controvérsias envolvendo sua gestão e familiares. O presidente não detalhou as ameaças da Coreia do Norte que justificaram a medida, mas disse que o objetivo é eliminar “elementos antiestatais” e proteger a ordem no país.

A Tensão no Parlamento e a Reação dos Líderes

A oposição, liderada por Lee Jae-myung, reagiu fortemente, dizendo que a imposição da lei marcial representaria um colapso econômico e a transformação da Coreia do Sul em um Estado autoritário. Já Han Dong-hoon, do Partido do Poder Popular (a legenda de Yoon), classificou a decisão como errada, prometendo resistir com o apoio popular.

Além de fechar o Parlamento, o presidente Yoon criticou os deputados da oposição por, segundo ele, comprometerem a segurança do país ao reduzir orçamentos essenciais. Em seu discurso, ele acusou a Assembleia Nacional de ser um “monstro” que ameaça destruir a democracia no país.

Lei Marcial em Outros Países

A imposição de lei marcial não é exclusiva da Coreia do Sul. Em 2022, a Rússia decretou a medida em territórios da Ucrânia, após a invasão do país. Da mesma forma, a Ucrânia também adotou a lei marcial no início do conflito com a Rússia, impondo restrições significativas à sua população.

A principal consequência da lei marcial é a suspensão temporária de direitos civis e a substituição de governantes civis por militares, com o objetivo de restaurar a ordem em momentos de grande instabilidade.

Impacto no País e Projeções Futuras

Enquanto a Coreia do Sul enfrenta uma crise política interna, a imposição da lei marcial deve gerar novos desdobramentos tanto na política quanto na sociedade sul-coreana. A medida coloca o país em uma posição delicada, com a oposição denunciando uma possível tentativa de Yoon de consolidar o poder à custa da democracia. A reação popular e os próximos passos do governo serão cruciais para determinar os rumos da nação.

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Educação

Crise econômica na Argentina leva estudantes brasileiros a desistirem de cursar medicina no país

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Imagem: Reprodução

Milhares de estudantes brasileiros de medicina na Argentina estão enfrentando dificuldades para continuar seus estudos devido ao aumento significativo das mensalidades e do custo de vida no país. Com a inflação acumulada em 2024 e mudanças cambiais que impactaram diretamente o poder aquisitivo dos brasileiros, muitos estão interrompendo seus sonhos ou buscando alternativas em países vizinhos, como o Paraguai.

De acordo com o Ministério do Capital Humano da Argentina, em 2022 havia 20.255 estudantes brasileiros de medicina no país, dos quais 12.131 estavam matriculados em universidades públicas. Contudo, as universidades privadas, como a Barceló, onde brasileiros ocupam 75% das vagas, foram especialmente afetadas por aumentos que ultrapassam 325% em algumas sedes.

O índice de preços ao consumidor acumulado na Argentina chegou a 106,98% em 2024, mas as mensalidades na Barceló triplicaram, enquanto o real sofreu uma desvalorização de 19,2% em relação ao dólar. Isso resultou em um aumento significativo no custo de vida para os brasileiros, que hoje podem gastar até R$ 5 mil por mês, incluindo mensalidades, aluguel, transporte e alimentação.

O sistema de ensino argentino atrai estudantes por não exigir vestibular, oferecer qualidade acadêmica e, até recentemente, apresentar custos acessíveis. No entanto, a valorização do peso argentino e o aumento no custo de vida desestabilizaram esse cenário, tornando insustentável para muitas famílias brasileiras arcar com as despesas.

Com a situação atual, estudantes brasileiros relatam a necessidade de interromper os estudos, retornar ao Brasil ou buscar oportunidades em outros países, como o Paraguai, onde o custo de vida é mais baixo. As universidades públicas argentinas também têm atraído alguns estudantes, embora essas instituições não reconheçam créditos obtidos em faculdades privadas, obrigando-os a recomeçar do zero.

A crise tem deixado muitas famílias frustradas e estudantes desiludidos, ressaltando os desafios de um planejamento acadêmico no exterior em meio a mudanças econômicas abruptas.

Informações do G1

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