A partir do dia 5 de setembro, um grupo de 20 empresas brasileiras, que empregam cerca de 400 funcionários, vai iniciar um projeto-piloto para testar a viabilidade de uma jornada de trabalho de quatro dias por semana, sem redução dos salários. O objetivo é avaliar os impactos do novo modelo na produtividade, na qualidade de vida e na satisfação dos trabalhadores.
Entre as empresas participantes estão um hospital, empresas de consultoria, de alimentação, editoras, produtoras de vídeo e de conteúdo, agências de comunicação, escritório de arquitetura e um escritório de advocacia. A Soma, central de serviços compartilhados do grupo Dreamers (do qual fazem parte a agência Artplan e o Rock In Rio), as editoras Mol e Ab Aeterno, a Casa dos Parafusos e a Alimentare são algumas das companhias que anunciaram publicamente a adesão ao projeto.
O projeto é coordenado pela 4 Day Week, organização que desde 2019 pesquisa novos modelos de trabalho e produtividade, e pela Reconnect Happiness at Work, parceira do projeto no Brasil. A ideia é seguir o método chamado de 100-80-100: 100% do salário, 80% das horas e 100% da produtividade. Para isso, as empresas terão que reorganizar suas rotinas e processos, com foco nas entregas e não nas horas trabalhadas.
O Clementino & Teixeira Advocacia atuará na assessoria jurídica do projeto e também testará o modelo em seus escritórios. No hospital Indianópolis, o teste será feito no setor administrativo. Segundo Soraya Clementino, sócia do escritório, o projeto não tem respaldo na legislação atual, mas também não é ilegal. Ela recomenda que as empresas façam acordos com os sindicatos de cada setor e deixem claro que se trata de um teste.
O projeto-piloto terá duração de seis meses e contará com pesquisas qualitativas e quantitativas para medir os resultados. As empresas poderão optar por manter ou não o modelo após o período de teste. “Estamos reimaginando o trabalho para a forma que ele deveria ser”, diz Gabriela Brasil, diretora de Comunidade na 4 Day Week Global. Ela espera que o projeto incentive outras companhias a adotar o modelo no futuro.
VEJA EMPRESAS SELECIONADAS PARA O PILOTO
EDITORA MOL
– Trabalha com produtos impressos
– Sua especialidade são projetos editoriais, dos quais reverte renda para ONGs
SOMA
– Empresa de serviços compartilhados do grupo Dreamers (Rock in Rio, Artplan)
– Trabalha com otimização de custos, padronização e automação
INSPIRA
– Plataforma de pesquisa de jurisprudência em tribunais de todo o Brasil
– Trabalha com dados, visualização de dados jurídicos e IA
CLEMENTINO & TEIXEIRA ADVOCACIA
– Fundado em 2004, atua em direito do trabalho empresarial
– Tem escritórios em São Paulo e Belo Horizonte
AB AETERNO
– Trabalha com serviços gráficos e editorais, roteiros, revisão, tradução etc
SMART DUO
– Escritório de arquitetura de Belo Horizonte (MG)
– Trabalha com projetos arquitetônicos, de sinalização, comunicação visual e paisagístico
T4S – THANKS FOR SHARING COMUNICAÇÃO
– Produtora de vídeo
– Especializada em vídeo motion design
GR ASSESSORIA CONTÁBIL
– Consultora para abertura de empresas e diagnóstico contábil
BRASIL DOS PARAFUSOS
– Empresa com sede em Porto Alegre
– Especializada na produção de materiais de fixação
PLONGÊ
– Consultoria de seleção de executivos
HAZE SHIFT
– Consultoria de inovação
– Trabalha com transformação digital e design estratégico
OXYGEN EXPERIÊNCIAS, CAPACITAÇÃO E CONTEÚDO EM INOVAÇÃO
– Plataforma de conteúdo sobre inovação
ALIMENTARE NUTRIÇÃO E SERVIÇOS
– Atua com a administração de restaurantes, gerenciamento de refeitórios
– Fornece alimentação para eventos e para dietas especiais
PIU COMUNICA
– Agência de comunicação full-service
– Trabalha com marketing, identidade de marca e criação de sites e aplicativos
INNUVEM
– Consultora de soluções de computação em nuvem
VOCKAN
– Começou a testar antes do projeto começar
– Foi a primeira a se filiar ao projeto