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Brasil

Saída de Guedes não está na mesa, dizem fontes da equipe econômica

Foto: REUTERS/Adriano Machado

A saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, do governo não está na mesa, afirmaram duas fontes da equipe econômica, num momento em que especulações sobre o futuro da pasta ganham força conforme aumentam as pressões políticas por mais gastos públicos.

Dúvidas em torno da permanência de Guedes no governo depois que mais dois de seus secretários especiais deixaram o ministério na última semana foram reforçadas por notas publicadas na imprensa neste fim de semana citando que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estaria cotado para assumir o comando da Economia.

As duas fontes, que são próximas a Guedes e Campos Neto e falaram à Reuters em condição de anonimato, afirmaram que os dois economistas compartilham a mesma visão sobre a necessidade de controle das despesas para que o país possa reorientar sua trajetória de endividamento, especialmente após os gastos extraordinários ligados ao enfrentamento da pandemia de coronavírus.

Ambas as fontes afirmaram que a saída do ministro não está sendo cogitada internamente nem na Economia nem no BC. Uma delas complementou que, se isso ocorresse por vontade do presidente Jair Bolsonaro, seria provavelmente para colocar um sucessor determinado a gastar —não seria o caso de Campos Neto, frisou.

Ruídos sobre uma eventual demissão de Guedes elevavam a tensão no mercado de câmbio nesta segunda-feira, com vários analistas citando que a questão estava por trás da forte volatilidade apresentada na sessão.

A segunda fonte do governo pontuou que o ministro segue engajado na sua estratégia de desvincular gastos que são hoje obrigatórios e instituir regras de controle para a criação de mais despesas.

“Sempre teve esse conflito entre as áreas que querem orçamento para gastar e as que precisam controlá-lo. No passado, a briga era entre Planejamento e Fazenda. Aqui se centralizou num ponto só: (Ministério da) Economia”, afirmou a segunda fonte.

“E aí os ministérios periféricos estão aí, na beira do lago que está meio seco, querendo a vez para dar uma bicada na água. Nós estamos aqui querendo encher o reservatório”, acrescentou.

A estratégia de Guedes será, segundo interlocutores, apresentar um projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) que explicite a realidade das contas públicas em 2021: após o aval para os vultosos gastos por conta do surto de Covid-19, haverá pouquíssimo espaço para a realização de investimentos.

O PLOA precisa ser encaminhado ao Congresso até o fim deste mês.

Dar luz a esse quadro ajudaria, na visão da equipe econômica, a ressaltar a urgência da aprovação de uma proposta que está sendo gestada para acionar os gatilhos previstos na regra do teto de gastos. A ideia é abrir espaço para mais despesas a partir de dispositivos que já estavam previstos na lei que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior.

Isso porque a regra do teto foi aprovada sem determinar exatamente como seu descumprimento é medido para que os gatilhos sejam acionados. Agora, o governo quer dar clareza a essa questão, explicitando-a numa proposta que irá unir pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial e do Pacto Federativo encaminhadas previamente ao Congresso.

Por Marcela Ayres – Reuters

Brasil

Polícia investiga desaparecimento do maior castelo inflável da América Latina

A polícia investiga o sumiço de um castelo inflável de 700 m², considerado o maior da América Latina, que desapareceu durante o transporte em Mogi Guaçu, São Paulo

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Maior castelo da América Latina / Foto: Divulgação

Um castelo inflável gigante, considerado o maior da América Latina, desapareceu após ser transportado por um caminhão de frete. O caso ocorreu em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, e está sendo investigado pela Polícia Civil.

Com 700 metros quadrados e um circuito interno de atividades, o brinquedo estava instalado no estacionamento do Buriti Shopping e seria enviado para uma exposição no Rio de Janeiro. O transporte foi realizado na última segunda-feira (18/11), mas o castelo nunca chegou ao destino.

Gil Fagundes Pueri, proprietário do parque inflável, relatou que contratou o serviço de frete por meio de um aplicativo. O brinquedo foi carregado em um caminhão Scania 112 branco, com placa e características que, inicialmente, pareciam ser da empresa contratada. No entanto, descobriu-se que a placa era clonada e que o transporte foi realizado por golpistas.

O caminhão foi visto seguindo em direção aos estados de Minas Gerais e Mato Grosso. Pueri está oferecendo uma recompensa por informações que ajudem a localizar o brinquedo.

O caso foi registrado como furto na Delegacia Seccional de Mogi Guaçu. As autoridades seguem em busca de pistas para localizar o castelo inflável.

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Saúde

Células de gordura têm “memória” e podem explicar o efeito sanfona, aponta estudo

Estudo revela que o “efeito sanfona”, que causa o reganho de peso após dietas, pode ser influenciado por mudanças epigenéticas nas células de gordura

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Foto: Divulgação

A recuperação do peso após um processo de emagrecimento é uma realidade para muitos, e o fenômeno conhecido como “efeito sanfona” pode ser explicado por uma descoberta recente. Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique), na Suíça, identificaram que o DNA das células de gordura pode ter “memória”, o que facilita a recuperação do peso após um período de emagrecimento.

O estudo, publicado na revista científica Nature, sugere que mudanças epigenéticas no DNA das células de gordura podem ser responsáveis pelo “efeito sanfona”. A epigenética, campo da biologia que investiga como fatores externos influenciam a expressão genética sem alterar a sequência do DNA, pode ser a chave para entender a dificuldade de manter a perda de peso a longo prazo.

O estudo em camundongos

Para entender melhor as causas do efeito sanfona, os pesquisadores conduziram experimentos com camundongos. Os animais, que haviam perdido peso após uma dieta restritiva, apresentaram alterações epigenéticas nas células de gordura que persistiram, mesmo após o emagrecimento. Essas células “lembravam” do estado de sobrepeso e, ao retornar a uma dieta rica em gordura, os camundongos recuperaram rapidamente o peso perdido.

Ferdinand von Meyenn, professor de nutrição e epigenética metabólica na ETH Zurique, explicou que esse fenômeno ocorre devido a um “efeito de memória” nas células de gordura. “Após a perda de peso, as células ainda mantêm essa memória, facilitando o retorno ao peso anterior”, afirmou o pesquisador.

Implicações para os seres humanos

Embora o estudo tenha sido realizado em camundongos, os pesquisadores encontraram evidências semelhantes em seres humanos. Biópsias de tecido adiposo de pessoas que passaram por cirurgia bariátrica indicaram mudanças genéticas consistentes com os resultados obtidos nos camundongos.

Contudo, os cientistas ainda não sabem quanto tempo essa “memória” do peso excessivo permanece nas células de gordura e se seria possível, no futuro, apagar essas alterações epigenéticas com medicamentos.

Prevenção continua sendo a melhor estratégia

A descoberta reforça a importância da prevenção. Como as células de gordura podem “lembrar” do estado de obesidade, é fundamental evitar o excesso de peso desde o início. Além disso, os pesquisadores indicam que outras células, como as do cérebro e vasos sanguíneos, também podem ter memórias epigenéticas que contribuem para o efeito sanfona. A próxima etapa da pesquisa será investigar essas possibilidades.

Por enquanto, a principal recomendação dos cientistas é que, para combater o “efeito sanfona”, a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz.

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Pai de estudante morto por PM: “O cachorro ainda espera por ele”

Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina de 22 anos, foi morto por um policial militar em São Paulo

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Marco Aurélio foi baleado por um PM durante uma abordagem no hotel / Foto: Rede social

Julio César Acosta, médico e pai de Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina de 22 anos, relatou com dor que o cachorro da família ainda aguarda o retorno do jovem, morto por um policial militar em uma abordagem dentro de um hotel em São Paulo na madrugada de quarta-feira (20/11).

Em entrevista, Julio César afirmou que o único consolo seria um pedido de perdão por parte dos responsáveis pela morte de seu filho. Ao saber do incidente, ele foi até o local, onde, segundo ele, foi ignorado pelos policiais, que não prestaram ajuda e não forneceram informações sobre a gravidade do ocorrido. No hospital, encontrou Marco em estado crítico e, depois, recebeu a triste notícia da morte de seu filho.

Marco Aurélio estava no centro cirúrgico, onde os médicos tentaram salvar sua vida, mas não resistiu aos ferimentos. O pai, indignado, questionou os motivos que levaram ao disparo e lamentou a ausência de ação por parte das autoridades.

O caso gerou repercussão após a divulgação de imagens que contradizem a versão dos policiais. Segundo os PMs, Marco teria tentado roubar uma arma durante a abordagem, mas as imagens mostram que ele foi baleado após ser agredido e desarmado. O caso segue sob investigação.

Marco Aurélio era conhecido como “Bilau” no time de futebol da faculdade e como “MC Boy da VM” nas redes sociais. O estudante era lembrado com carinho por seus amigos e colegas, que prestaram homenagens à sua memória.

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