Um estudo publicado na revista científica Environmental Health Perspectives mostrou que os usuários de maconha apresentam níveis mais altos de metais pesados no sangue e na urina do que os não fumantes da droga. Os metais pesados podem ter efeitos nocivos para a saúde, como danos aos órgãos, ao sistema nervoso e ao sistema imunológico.
A pesquisa foi realizada por cientistas dos Estados Unidos, que analisaram dados de mais de 7 mil participantes da Pesquisa Nacional de Nutrição e Saúde (NHANES), conduzida pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Os voluntários tinham 18 anos ou mais e forneceram informações sobre o uso de maconha e tabaco, além de amostras de sangue e urina.
Os resultados mostraram que os fumantes exclusivos de maconha tinham concentrações mais elevadas de cádmio (Cd) e chumbo (Pb) no organismo do que os não usuários da droga, especialmente se o consumo fosse recente. O cádmio é um metal tóxico que pode causar câncer, doenças renais e ósseas. O chumbo é um neurotóxico que pode afetar o desenvolvimento cognitivo, a memória e o comportamento.
Os pesquisadores também encontraram níveis mais altos de mercúrio (Hg) nos usuários de maconha, mas esses níveis diminuíam conforme o tempo entre os usos da droga aumentava. O mercúrio é um metal que pode prejudicar o sistema nervoso central e periférico, causando tremores, perda de visão e audição, entre outros problemas.
Os autores do estudo explicam que a maconha é uma planta que absorve facilmente os metais presentes no solo, nos fertilizantes, na água e nos pesticidas. Esses metais podem ser liberados na fumaça do cigarro de maconha sem filtro ou nos dispositivos vaporizadores (como e-cigarettes).
O estudo alerta para a importância de monitorar os contaminantes da maconha e seus potenciais efeitos para a saúde a longo prazo. Os cientistas também sugerem que os consumidores da droga sejam informados sobre os riscos da exposição aos metais pesados e as formas de reduzi-la.
