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Brasil

Petrópolis tem mais de 800 pessoas morando em abrigos

Com as chuvas intensas, elas perderam suas casas

Fernando Frazão/Agência Brasil

A prefeitura de Petrópolis informou hoje (22) que 875 pessoas estão abrigadas em 13 pontos de apoio instalados em escolas. Elas estão instaladas nas escolas Papa João Paulo II,Germano Valente, Rubens de Castro Bomtempo, Chiquinha Rolla, Geraldo Ventura Dias, Duque de Caxias, Paroquial Bom Jesus, Alto Independência, Joaquim Deister, Comunidades Santo Antônio, Maria Campos, São João Batista e Paroquial Nossa Senhora da Glória. 

Essas pessoas perderam as moradias em consequência da chuva forte que caiu na cidade na terça-feira (15) e ainda se estendeu durante a semana que se completa hoje.

Os atingidos pela tragédia, que buscam informações de familiares e de amigos desaparecidos, podem contar também com o serviço móvel do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Quem precisar, pode procurar o ônibus da Ouvidoria Itinerante, estacionado na sede do Instituto Médico Legal, no Hospital Municipal Alcides Carneiro, das 10h às 17h, em Petrópolis. Lá, todos serão atendidos por uma equipe do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/MPRJ), que presta atendimento à população.

De acordo com o coordenador do programa, André Luiz Cruz, no protocolo do MPRJ de desaparecidos já havia a previsão da instalação de um serviço remoto online do PLID/MPRJ, além da instalação de um posto de atendimento presencial, como o que foi erguido no município após o temporal do dia 15. “Com os dados que começamos a receber em colaboração com os demais órgãos envolvidos, avaliamos que seria um desgaste a mais para os familiares realizar novas entrevistas. A decisão de implantar o posto local de atendimento decorreu da entrada em uma nova fase do processo de identificação de vítimas, que demanda a aceleração na coleta e troca de informações”, informou o coordenador que acompanhou ontem o primeiro dia de atendimento no ônibus.

Planejamento

O secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio, coronel Leandro Monteiro, apresentou os resultados do trabalho da corporação, o planejamento das ações e as especificidades da atuação dos profissionais envolvidos no resgate às vítimas das chuvas em Petrópolis.

Segundo ele, 30 militares do efetivo do quartel local foram deslocados para atender a primeira solicitação de socorro no dia 15. A partir daí, conforme a dimensão da tragédia, começaram a ser acionados os quartéis mais próximos, como Itaipava, Teresópolis e Friburgo. O secretário revelou que o próprio quartel de Petrópolis foi atingido pelo temporal.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio disse, ainda, que, assim como ele, o governador Cláudio Castro chegou nas primeiras horas a Petrópolis para colocar a estrutura do estado no apoio à prefeitura.

Para o coronel, a criação do Plano de Contingência para as chuvas de verão 2020/2021, atualizado no ano passado, favoreceu a presença na cidade de toda a estrutura do governo estadual em menos de quatro horas, com as secretarias trabalhando de forma integrada e o Corpo de Bombeiros mobilizado.

O secretário informou, também, que o desastre provocou  180 pontos de deslizamentos, confirmados pela Defesa Civil Municipal. Entre eles, havia informação de pessoas soterradas em 52 pontos. A prioridade dos bombeiros continua sendo ações nas áreas onde há possibilidade de se encontrar vítimas.

“A gente entende a ansiedade da pessoa que perdeu um filho, uma mãe. O Corpo de Bombeiros quer acabar com o sofrimento das pessoas, nós queremos encontrar as vítimas. Entendemos a angústia das famílias. Em todos os pontos onde há possibilidade de vítimas há a presença dos bombeiros”, afirmou.

Os bombeiros contam com parceiros fundamentais nas operações: 54 cães especializados em busca e resgate tanto do Rio de Janeiro como de estados que enviaram os animais junto com equipes para Petrópolis.

“As ações com cães têm o objetivo de minimizar as áreas a serem trabalhadas. Em um determinado perímetro, um cão substitui cerca de 25 bombeiros, logo para trabalharmos de maneira eficaz, a área não pode estar ser influenciada com a presença de pessoas”, disse o subcomandante do 2º Grupamento Florestal e Meio Ambiente, tenente-coronel Wendell Carlos Rodrigues.

O acumulado de chuvas desde o início do ano e o volume elevado de chuvas a partir de terça-feira passada (15) contribuíram para os deslizamentos. Segundo o superintendente operacional da Defesa Civil, Alexandre Silveira, desde 1932 não havia um registro igual.

“Essa chuva que caiu, de 258 mm em três horas, em um perímetro muito pequeno, revela uma grande quantidade de chuva com o agravante de que ainda tínhamos mais de 200 mm de acumulado de chuva desde o início do ano”, disse, acrescentando que os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais  (Cemaden).

Trânsito

A diretora-geral de Socorro e Emergência dos Bombeiros, coronel Simone Maeso, alertou para o volume de veículos e pessoas nos locais pode comprometer um resgate para um atendimento de socorro médico. Destacou que há um diferencial entre pegar uma vítima atropelada na rua e um paciente soterrado. O tempo de liberação dos escombros demora, pode ser de 40 minutos, uma hora ou muito mais. 

“A falta de ordenação no entorno e o excesso de veículos comprometem nosso socorro, pois temos treinamento e técnicas a serem adotadas para o resgate. Às vezes, no trânsito engarrafado, as pessoas não têm como abrir espaço para o resgate passar”, revelou, citando como exemplo de um socorro em que se gastou 40 minutos em um trajeto de 500 metros com um paciente na ambulância.

Por: Agência Brasil

Saúde

Mudança no esquema vacinal: vacina injetável substitui a oral contra poliomielite

O Ministério da Saúde confirmou que ele permanecerá ativo na promoção da imunização contra outras doenças preveníveis por vacinas, como o sarampo

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A partir de hoje, 4 de novembro, o Ministério da Saúde do Brasil anuncia a substituição das doses de reforço com a vacina oral contra poliomielite (VOP), popularmente conhecida como “gotinha”, por uma única dose da vacina inativada poliomielite (VIP), que é aplicada por injeção. Essa alteração no calendário vacinal foi divulgada em setembro e se torna definitiva.

De acordo com o Ministério, essa decisão foi tomada com base em critérios epidemiológicos, além de evidências científicas e recomendações internacionais, visando aprimorar a segurança do esquema vacinal. Anteriormente, o esquema incluía três doses da VIP, administradas aos 2, 4 e 6 meses, seguidas por duas doses de reforço com a VOP, aos 15 meses e aos 4 anos.

Com a nova abordagem, as crianças continuarão a receber a vacina inativada, agora com a seguinte programação:

  • 2 meses – 1ª dose
  • 4 meses – 2ª dose
  • 6 meses – 3ª dose
  • 15 meses – dose de reforço

Benefícios da Mudança

A vacina oral utiliza o vírus enfraquecido e é administrada por via oral, enquanto a VIP contém o vírus inativado e é aplicada via intramuscular. Segundo Alfredo Gilio, Coordenador da Clínica de Imunização do Hospital Israelita Albert Einstein, a mudança traz vantagens significativas, especialmente para crianças com sistemas imunológicos comprometidos, pois elimina os riscos associados à administração de vacinas de vírus vivo.

Gilio também aponta que o uso da vacina oral pode representar riscos em contextos com baixa taxa de saneamento, uma vez que o vírus vivo pode ser excretado nas fezes, potencialmente se espalhando pela comunidade e criando variantes patogênicas do poliovírus.

O Futuro do Zé Gotinha

Um dos símbolos da luta contra a poliomielite no Brasil, o personagem Zé Gotinha, criado na década de 1980, continuará a ser uma figura importante, mesmo com a descontinuação da vacina oral. O Ministério da Saúde confirmou que ele permanecerá ativo na promoção da imunização contra outras doenças preveníveis por vacinas, como o sarampo.

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Curiosidades

Conheça a incrível história de Melitta Bentz, a criadora do filtro de café que revolucionou a indústria

Descubra como Melitta Bentz transformou sua frustração com o café em uma invenção que mudou o modo como o mundo aprecia essa bebida, tornando-se uma referência no setor

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Em 1908, a dona de casa alemã Melitta Bentz revolucionou a maneira como o café era preparado ao inventar o primeiro filtro de café, utilizando um simples pedaço de papel de um caderno escolar de seu filho.

Todas as manhãs, Melitta Bentz (1873-1950) apreciava uma xícara de café, mas se incomodava com o sabor amargo e os resíduos dos grãos que permaneciam na bebida. Para resolver esse problema, decidiu fazer algo a respeito.

Na sua cozinha em Dresden, na Alemanha, ela começou a experimentar novas formas de preparar o café, buscando uma maneira de torná-lo mais agradável. Após várias tentativas, um dia, Melitta cortou um pedaço de papel do caderno escolar do filho, colocou-o em uma lata velha com furos que ela mesma fez, adicionou café em pó e despejou água quente. O resultado foi um café escorrendo pelo papel, criando uma bebida uniforme, livre de resíduos e menos amarga.

Com essa invenção, Melitta Bentz criou o primeiro filtro de café do mundo.

Os Primeiros Anos

Visionária, Bentz testou sua invenção com amigas em encontros de “tardes de café”. O sucesso foi tão grande que, em 1908, ela patenteou seu filtro e, junto com seu marido, Hugo Bentz, fundou uma empresa em Dresden para a produção e venda de filtros de café.

Convencida da singularidade de seu produto, Melitta visitou lojas e feiras comerciais para apresentá-lo. Transformou sua casa em uma oficina de produção, utilizando todos os cômodos e contando com a ajuda de seus filhos, Willy e Horst, para as entregas.

Em 1909, eles venderam mais de mil filtros na Feira Comercial de Leipzig, e, em poucos anos, a demanda pelo produto fez com que Melitta se tornasse uma empresária consolidada, levando-a a transferir sua empresa para uma antiga serralheria, onde contratou 15 funcionários e investiu em máquinas para aumentar a produção.

Desafios e Superações

Contudo, o início da Primeira Guerra Mundial trouxe desafios significativos. Com o marido e o filho mais velho recrutados, Melitta ficou sozinha para administrar a empresa, que lutava para se manter financeiramente. O racionamento de produtos, como papel e grãos de café, dificultou ainda mais a situação.

Diante das dificuldades, ela diversificou a produção, começando a vender caixas de papelão. Após a guerra, a demanda por seus filtros de café aumentou novamente, e Melitta implementou benefícios para seus funcionários, como bônus de Natal e redução da jornada de trabalho.

Etapas da Segunda Guerra Mundial: quais foram e eventos

A Segunda Guerra Mundial e o Legado

Infelizmente, a Segunda Guerra Mundial também impactou seus negócios. Em 1942, a produção de filtros de café foi proibida pelo regime nazista, forçando Melitta a produzir artigos bélicos. Após a guerra, a empresa se envolveu em programas sociais para compensar as vítimas de trabalho forçado.

Somente em 1947 Melitta voltou a produzir filtros de café, mas, tragicamente, faleceu em 29 de junho de 1950, aos 77 anos.

Após sua morte, seus filhos continuaram o legado da empresa. Em 1959, construíram uma nova fábrica em Minden, na Alemanha, equipada com a tecnologia mais avançada da época. O Grupo Melitta, que hoje emprega mais de 5 mil pessoas em todo o mundo, diversificou suas operações e continua a ter lucros significativos, superando os US$ 2 bilhões anuais em 2021.

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Educação

Polícia Federal investiga vazamento de imagens do Enem 2024 antes do horário permitido

Fotos do exame começaram a circular nas redes sociais antes das 18h, horário em que os candidatos podem sair com as provas

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Imagens do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2024, incluindo o tema da redação e as questões, começaram a ser compartilhadas nas redes sociais logo após o início da aplicação, mas antes das 18h, quando os alunos podem deixar a sala com o caderno de provas. O jornal O GLOBO recebeu as primeiras imagens às 16h29 e imediatamente notificou o Inep, responsável pela organização do exame. Em resposta, o Inep informou que os episódios foram registrados em ata de sala e não comprometem a integridade do certame, além de acionar a Polícia Federal para investigar o caso.

Conforme notado pelo Inep, a saída do local de prova portando o caderno de questões antes dos 30 minutos finais é motivo para eliminação do participante, conforme estipulado no edital do Enem 2024.

As provas deste ano incluíram textos como o samba da Mangueira “História para ninar gente grande” e uma imagem de alunos da rede municipal do Rio de Janeiro na Pequena África, com o objetivo de inspirar os candidatos a escrever sobre o tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.

O GLOBO recebeu as imagens em dois momentos: a primeira às 16h29, mostrando a página da redação, e a segunda, às 17h04, contendo um arquivo PDF com todas as páginas da prova.

Em maio de 2024, a Polícia Federal anunciou que havia identificado a pessoa responsável pelo vazamento do Enem 2023. A investigação revelou que uma aplicadora de prova na cidade de Belém (PA) havia tirado uma foto do caderno de redação durante a aplicação e enviado a uma amiga professora. A PF alertou que a divulgação indevida de conteúdos sigilosos de processos seletivos pode resultar em penas de reclusão de um a quatro anos e multa.

O caso de 2023 não foi isolado; em 2019, um aplicador vazou uma foto da redação, mas na época, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, minimizou os danos. “Ninguém foi lesado, mas houve a tentativa de macular [a prova]”, disse ele.

A situação de 2023 e 2024, embora preocupante, é considerada menos grave do que o episódio de 2009, quando as imagens do Enem circularam antes do início da aplicação, levando ao cancelamento do exame e à reprogramação de uma nova prova com dois meses de atraso. Naquela ocasião, várias universidades optaram por não aceitar as notas, e os responsáveis pelo vazamento foram indiciados.

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