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Tecnologia

Corrida pela IA: Investidores apostam US$ 20 bilhões nas Neoclouds

Empresas emergentes desafiam gigantes da tecnologia com soluções inovadoras para atender à crescente demanda por chips de IA

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A busca por ferramentas de inteligência artificial transformou o mercado de tecnologia, dando origem a um segmento promissor: startups especializadas em hospedagem e aluguel de GPUs. Estas empresas captaram cerca de US$ 20 bilhões no último ano, sinalizando uma mudança significativa no panorama da computação em nuvem.

David Aninowsky, fundador da Vultr, exemplifica essa evolução. Fundada em 2014, a startup construiu uma rede de mais de 30 data centers globais, inicialmente focados na computação em nuvem tradicional. Hoje, com a explosão da demanda por GPUs, a Vultr alcançou uma avaliação de US$ 3,5 bilhões e garantiu US$ 333 milhões em investimentos da AMD e da LuminArx Capital.

“A IA é o setor de infraestrutura que mais cresce”, afirma JJ Kardwell, CEO da Vultr, que agora lidera o movimento de empresas de médio porte que desafiam gigantes como AWS, Google Cloud e Microsoft Azure.

Outras startups, como a Coreweave, também estão redefinindo o mercado. Originalmente voltada para mineração de criptomoedas, a empresa de Nova Jersey reposicionou-se após o declínio desse mercado, tornando-se líder em aluguel de GPUs para projetos de IA. Em 2024, a Coreweave levantou US$ 1,75 bilhão em capital próprio e US$ 8,1 bilhões em dívida, atingindo uma avaliação de US$ 23 bilhões.

Neoclouds: Um Novo Cenário Competitivo
O termo “neoclouds” vem ganhando força para descrever esse grupo emergente de empresas, que incluem desde ex-mineradoras de criptomoedas, como a Crusoe Energy, até veteranas da computação em nuvem, como a francesa OVH. Essas empresas apostam em modelos enxutos e na oferta de GPUs “bare metal”, sem software integrado, permitindo preços mais baixos do que os cobrados pelas gigantes do setor.

A Coreweave, por exemplo, aluga GPUs Nvidia A100 por US$ 2,21 por hora, enquanto a AWS cobra mais do que o dobro. Essa diferença de preço atrai startups de IA, que priorizam custos reduzidos em detrimento de serviços personalizados.

Desafios e Perspectivas
Apesar do rápido crescimento, as neoclouds enfrentam obstáculos significativos, como a construção e operação de data centers complexos e a necessidade de atrair novos investimentos. Além disso, há sinais de saturação no mercado de chips de IA, com queda nos preços e aumento da concorrência.

Com novas gerações de GPUs sendo lançadas, empresas maiores e mais estabelecidas têm mais chances de prosperar, enquanto startups menores podem enfrentar dificuldades financeiras. “É provável que várias dessas neoclouds desapareçam nos próximos anos”, prevê Dylan Patel, analista da SemiAnalysis.

Ainda assim, o impacto dessas startups no mercado de tecnologia é inegável, oferecendo uma alternativa competitiva e moldando o futuro da infraestrutura de IA.

Educação

Uruguai lidera transformação digital na educação: O que podemos aprender com o modelo do país

Com a inclusão digital desde os primeiros anos, o país se tornou modelo na América Latina ao integrar tecnologia ao ensino básico e técnico

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Como o Uruguai transformou sua educação com a tecnologia: Lições para a América Latina

O Uruguai se destaca como um exemplo na América Latina quando o assunto é a aplicação de tecnologia na educação. Desde os primeiros anos do ensino básico, o país adotou a ideia de que a inclusão digital de 100% dos alunos seria essencial para a transformação educacional. Por meio de um projeto nacional coordenado pela Ceibal (Conectividade Educativa de Informática Básica para o Aprendizado On-line), o Uruguai distribuiu dispositivos, capacitou professores e garantiu o acesso contínuo a equipamentos, tornando o uso de laptops uma realidade no currículo escolar, desde o ensino infantil até o técnico.

Criada no início dos anos 2000, a Ceibal atua de forma independente do governo, permitindo maior agilidade na adaptação às mudanças tecnológicas e garantindo que as escolas de diversas regiões do país, inclusive as de baixo poder aquisitivo, não ficassem para trás. Até o final de 2023, quase 3 milhões de dispositivos foram distribuídos a alunos e professores, e cerca de 3 mil escolas têm acesso à internet de alta velocidade.

A capacitação dos professores foi igualmente uma prioridade, com cursos online e presenciais para garantir que a tecnologia fosse usada de forma pedagógica, como uma ferramenta para aumentar a equidade educacional. Para garantir que os alunos não ficassem sem os dispositivos, o país criou uma rede de suporte técnico que possibilita que 80% dos dispositivos danificados sejam consertados em menos de três dias.

O Ceibal também investiu em plataformas digitais e recursos como a Matific, uma ferramenta gamificada para ensinar matemática, e a Biblioteca País, que disponibiliza milhares de livros e materiais educativos digitais. O sistema Ceibal também oferece programas de ensino de inglês, com videoconferências e atividades digitais.

Com os bons resultados do Uruguai, a pergunta é: o Brasil poderia adotar esse modelo? Embora o país ainda enfrente desafios para implementar uma transformação digital em sua educação, especialistas sugerem que o modelo uruguaio poderia servir de inspiração, especialmente com foco na formação contínua dos professores, manutenção dos dispositivos e uma mudança curricular que incorpore a tecnologia no ensino.

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Tecnologia

Fundadora do “tinder para mães” lança aplicativo no Brasil para apoiar mulheres na maternidade

Peanut chega ao Brasil para oferecer uma rede de apoio para mulheres em todas as fases da maternidade e da vida

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Michelle Kennedy criou a rede social Peanut para garantir que as mulheres não enfrentem a maternidade sozinhas. Com 3 milhões de usuárias mensais, o aplicativo chegou ao Brasil com o intuito de criar uma rede de apoio para mães de diferentes fases da vida.

Michelle Kennedy, fundadora da rede social Peanut, sempre sentiu falta de uma plataforma que conectasse mulheres na mesma fase da maternidade. Quando teve seu primeiro filho, em 2017, ela percebeu a carência de uma rede dedicada a esse tema. Criadora de alguns dos maiores aplicativos de relacionamento, como Badoo e Bumble, Kennedy ficou frustrada ao perceber que não havia soluções semelhantes voltadas para a maternidade.

Foi assim que, com base em sua própria experiência, ela fundou a Peanut — um aplicativo que funciona como uma rede de apoio para mulheres, especialmente aquelas que estão grávidas ou atravessando diferentes fases da vida, incluindo a menopausa. A plataforma, que já tem 3 milhões de usuárias mensais, foi lançada inicialmente no Reino Unido, Estados Unidos e México, e agora chega ao Brasil após um período de estudos de mercado e muitos pedidos de mulheres latinas.

A Peanut se destaca por conectar mulheres com base em interesses e localização. Usando um algoritmo que leva em consideração estágios de vida e grupos de amigas em comum, a plataforma cria uma rede de apoio e troca de experiências. Kennedy compartilha que o app inicialmente focava em grávidas, mas com o tempo expandiu para incluir mulheres de todas as idades. A plataforma também conta com temas diversos como saúde mental, mudanças no corpo, sexo pós-parto e muito mais.

Em 2024, o app registrou mais de 80 milhões de acenos e 60 milhões de mensagens trocadas. As usuárias, especialmente nos EUA e México, passam em média uma hora por dia no app, com muitas criando até sete novas amizades na primeira semana. A Peanut também oferece um recurso exclusivo, o Peanut Track, que utiliza inteligência artificial para monitorar a gestação e antecipar as dúvidas das mulheres durante essa fase, oferecendo conteúdos informativos e conectando gestantes no mesmo estágio.

Antes de chegar ao Brasil, Michelle e sua equipe realizaram pesquisas e usaram a experiência de mulheres brasileiras para adaptar o aplicativo à cultura local. O lançamento visa enfrentar os tabus relacionados à maternidade no país, oferecendo uma plataforma onde as mulheres se sintam seguras e apoiadas. A expansão da equipe local já está nos planos após a estreia do app.

Peanut vem para apoiar a mulher brasileira na jornada da maternidade, proporcionando um espaço seguro para compartilhar experiências e receber ajuda, combatendo a solidão e os desafios dessa fase da vida.

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Tecnologia

Entenda o que é DeepSeek, a IA chinesa que abalou o mercado de tecnologia nesta segunda-feira

Fundador Liang Wenfeng defende acessibilidade à tecnologia por meio de inovações acessíveis e eficientes

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As ações de grandes empresas de tecnologia sofreram quedas expressivas nesta segunda-feira (27), abalando o otimismo em torno da inteligência artificial (IA), que dominou os mercados em 2024. O motivo? A startup chinesa DeepSeek, que lançou um assistente digital inovador e acessível.

Com sede em Hangzhou, a DeepSeek apresentou na semana passada um assistente digital gratuito que promete usar menos dados e operar a custos muito inferiores aos das gigantes do setor, como Apple, Microsoft e OpenAI. O impacto foi imediato: nesta segunda-feira, a DeepSeek superou o ChatGPT em downloads na App Store, gerando questionamentos sobre o modelo de investimentos bilionários em IA adotado por empresas ocidentais.

A reação do mercado foi drástica: ações de empresas como Nvidia e Oracle despencaram. A Nvidia, gigante do setor de chips, perdeu sua posição de empresa mais valiosa do mundo em consequência direta do chamado “efeito DeepSeek”.

Quem é a DeepSeek?

Ao contrário das grandes empresas de tecnologia, a DeepSeek não nasceu no Vale do Silício nem foi criada por engenheiros especializados. A startup foi fundada em 2023 pelo investidor Liang Wenfeng, proprietário do fundo de hedge High-Flyer.

Liang iniciou seu interesse por inteligência artificial em 2021, adquirindo milhares de processadores gráficos da Nvidia para montar um supercomputador voltado ao treinamento de modelos de IA. Inicialmente desacreditado por parceiros, Liang persistiu em seu projeto e transformou a DeepSeek em uma empresa que desafia gigantes como ByteDance e Alibaba.

A tecnologia da DeepSeek

Atualmente em sua terceira versão, o sistema de IA da startup chinesa oferece desempenho superior ao GPT-4 da OpenAI em 20 das 22 métricas avaliadas, de acordo com dados apresentados em seu site.

Em entrevista ao canal estatal chinês CCTV, Liang afirmou que a intenção da empresa nunca foi ser disruptiva, mas que o preço acessível de suas ferramentas acabou chamando atenção global. “Não esperávamos que o custo fosse uma questão tão sensível. Apenas ajustamos os preços com base em nossos custos reais e mantivemos uma margem de lucro modesta”, explicou.

Liang também destacou que a redução dos custos de operação permitiu à DeepSeek oferecer IA acessível, com o objetivo de democratizar o uso da tecnologia. “Acreditamos que os serviços de IA devem ser baratos e acessíveis a todos. Não buscamos lucros rápidos, mas queremos contribuir para a inovação global e o desenvolvimento sustentável.”

O impacto no setor de tecnologia

Especialistas afirmam que o lançamento da DeepSeek pode marcar uma virada no setor de IA, forçando empresas ocidentais a repensarem suas estratégias de investimentos e preços. Além disso, a iniciativa reforça o papel crescente da China na liderança tecnológica global, consolidando o país como um dos principais protagonistas da inovação no mercado de inteligência artificial.

Com sua proposta de tornar a IA mais acessível, a DeepSeek não apenas desafia o domínio das gigantes de tecnologia, mas também amplia as discussões sobre a sustentabilidade do setor em um cenário de custos crescentes e avanços acelerados.

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