A forma como nos comunicamos e estudamos vem mudando fortemente ao passar dos anos com a chegada da internet e a ascensão da tecnologia. Por meio das plataformas digitais, facilmente é possível se comunicar com alguém que mora no Japão, na Europa, nos Estados Unidos e em outras partes do globo. Com as mudanças, para entender e ser entendido é preciso chegar em um denominador comum, ou seja, um idioma que facilite essas interlocuções.
Pensando na formação dos cidadãos que estarão nesse novo futuro, algumas escolas inseriram em sua base curricular uma segunda língua. Esse processo de alfabetização simultâneo de duas línguas é chamado de biletramento, que está relacionado à fala e à escuta, quando os alunos conseguem pronunciar palavras em outras línguas e também entender.
Nos dias de hoje tanto para socialização quanto para o sucesso profissional, falar uma segunda língua é de extrema importância, no entanto, a estimativa é de que apenas 36% da população brasileira tenha fluência em inglês de acordo com dados de 2019.
“Praticamente isso se traduz em que, se você tiver uma segunda língua de proficiência, suas chances de ser contratado já estão na casa de 60%. Não é por nada que pessoas fluentes, especialmente em inglês, chegam a ganhar até 60% a mais que seus concorrentes sem tal destaque. Acho que os números falam por si mesmos”, aponta Lucas Garcia, Coordenador Geral de Internacionalização e Bilinguismo da Blue School.
Algumas escolas do já adotam a alfabetização em dois idiomas. É o caso da Eleva, instituição que forma alunos com proficiência na língua inglesa, para que eles produzam textos e materiais a nível acadêmico. O letramento ocorre simultaneamente nas duas línguas (português e inglês), com os mesmos princípios metodológicos, mas respeitando tempo de construção de repertório e as particularidades de cada língua.
“Sabemos que nossas crianças chegam à escola com um repertório linguístico-cultural muito maior na sua língua materna. Por isso, ao longo do Ensino Infantil, nossas aulas são majoritariamente em inglês (60%), para que possamos ampliar o repertório das crianças nessa língua. No 1º ano do Ensino Fundamental, temos a formalização da alfabetização em português; e no 2º ano, já lendo e escrevendo com mais desenvoltura na língua materna, realizamos a formalização da alfabetização em inglês”, explica a diretora da Escola Eleva Brasília, Isabella Sá.
Estudos da neurociência comprovam que as crianças ficam mais inteligentes quando alfabetizadas em mais de uma língua, pois o córtex frontal precisa fazer mais conexões, e esse exercício “engrossa” a massa cinzenta. Outro benefício do bilinguismo é o desenvolvimento de um cérebro bilíngue: dada a frequência em que o cérebro humano transfere o que aprende em uma língua para outra língua, ele acaba construindo dois núcleos gramaticais integrados em vez de blocos separados, facilitando a troca e a fluência dos conhecimentos em ambas as línguas.
Quando se fala na alfabetização em outra língua, a primeira que vem à cabeça é o inglês, língua acadêmica oficial, logo, a importância de introduzirmos o idioma desde o ensino infantil para que as crianças possam também explorar textos científicos e livros na língua inglesa e no futuro prestar vestibulares de universidades não só no Brasil.
Além da língua inglesa, existem outras possibilidades que podem abrir portas como o espanhol e o mandarim. No Brasil, por exemplo, há uma enorme necessidade de pessoas proficientes em mandarim, a língua mais falada no mundo em termos numéricos brutos, uma vez que a China é a maior parceira comercial do Brasil, sendo responsável sozinha por aproximadamente 30% das exportações brasileiras
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