Em entrevista coletiva nessa terça-feira, os responsáveis pelo Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central fizeram um balanço do primeiro dia da fase de operação restrita do Pix. De acordo com o chefe-adjunto do departamento Carlos Eduardo Brandt, 1.570 transações foram efetivadas até as 17h do primeiro dia de testes
O número pode parecer pequeno, porém, a operação restrita contou com média de apenas 1% de clientes de cada uma das 762 instituições habilitadas.
O Banco Central iniciou a fase de testes do Pix na terça-feira (03). Nesta etapa do processo, uma seleção limitada de pessoas começou a testar as funcionalidades do serviço antes do lançamento oficial. O Pix é um sistema instantâneo de pagamento criado pelo Banco Central.
O BC já havia divulgado que cada entidade poderia escolher de 1% a 5% da base de clientes. Contudo, algumas empresas optaram por cadastrar até menos que 1%, mas segundo os representantes do BC, a opção poderia acontecer durante a fase de testes do Pix. Entretanto, a escolha não impede essas mesmas instituições de aumentar o leque de clientes de forma gradual, a partir do dia 9.
Problemas Técnicos
Algumas instituições bancárias relaram instabilidade no serviço nas primeiras horas de funcionamento. O problema chegou à equipe de tecnologia do Banco Central, que começou a estudar as hipóteses de erro por trás das incorrências.
De acordo com o chefe do departamento responsável pelo Pix, Ângelo Duarte, quase que a totalidade dos problemas técnicos relatados por usuários e instituições, foram sanados ainda pela manhã.
“Nossa equipe recebeu logo pela manhã um volume grande de intercorrências no sistema do Pix, mas já estávamos preparados para isso. O período de testes serve para justamente trabalharmos todos esses problemas antes de lançarmos a ferramenta oficialmente”, disse Ângelo.
Números do Pix
Até o momento, cerca de 60 milhões de chaves já foram registradas por 25 milhões de pessoas. Há a opção de cadastrar todas as chaves em um mesmo banco, ao passo que o usuário também pode indicar uma chave para cada instituição bancária que possui vínculo.
O chefe-adjunto Carlos Eduardo Brandt destacou ainda que dentre as 1.570 operações entre 9h e 17h, 99% demoraram até 10 segundos para efetivarem. O restante demorou um pouco mais e devido a instabilidade no serviço, normal para o primeiro dia de testes.
“Tivemos um primeiro dia de operação restrita dentro da projeção. Apesar de alguns problemas pela manhã, a maioria das transações ao longo do dia ocorreram conforme pensávamos. Um dos pilares do Pix, que é a rapidez nas transferências, ocorreu quase em totalidade. Foi um bom primeiro dia de testes”, completa Brandt.
A maior transferência registrada até o momento é no valor de R$ 35 mil. Contudo, o valor médio por transação foi de R$ 90 reais, contando que ao todo, o primeiro dia somou R$ 132 mil em operações liquidadas.
Cerca de 1 milhão de empresas cadastraram chaves. O valor é menor que o de pessoas físico porque as ferramentas usadas por elas são diferentes do serviço para pessoas físicas. No entanto, a participação das empresas nas transações diárias tende apenas a crescer.
Período de testes
Durante a fase de testes do Pix, que começou nessa terça-feira (03), os horários para utilização do serviço terão restrições. Em regra geral, os usuários poderão usar de 9h às 22h. Nas quintas-feiras o acesso está liberado de 9h à meia-noite, já emendando com sexta-feira que permitirá o uso até às 22h. Após o período de testes, o Pix funcionará todos os dias, inclusive fim de semana e feriados, 24h por dia.