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Saúde

Canabidiol é disponibilizado de graça no RJ para pacientes com indicação médica

A iniciativa da associação CureRett trouxe um pouco mais de alegria e esperança para brasileiros que buscam pelo tratamento.

O canabidiol está sendo distribuído de graça para pacientes do RJ que comprovarem indicação médica. - Foto: Canva.

Pacientes que necessitam do canabidiol, mas não têm condições financeiras para adquiri-lo, agora têm a oportunidade de receber o medicamento de forma gratuita no estado do Rio de Janeiro. Essa iniciativa, realizada pela associação CureRett, trouxe um raio de esperança e alívio para brasileiros que buscam tratamentos com essa substância.

Beatriz Esteves, psicóloga e mãe de Enzo, um menino de 10 anos diagnosticado com autismo aos 1 ano e 7 meses, compartilha os benefícios que o tratamento com canabidiol doado pela campanha trouxe para seu filho. Ela relata que, em apenas 15 dias, houve melhorias significativas na ansiedade, qualidade do sono, concentração e redução da agitação e irritabilidade de Enzo.

Essa ação social visa proporcionar acesso gratuito a crianças com doenças raras a um tratamento de qualidade. Segundo a assessoria da associação responsável, a campanha não possui uma data definida para encerrar, estendendo-se até que o estoque de 200 medicamentos seja esgotado.

A liberação da importação de extratos de canabidiol e THC pela Anvisa, em 2019, para a fabricação de produtos no Brasil representou um avanço. No entanto, a acessibilidade a esses medicamentos ainda é limitada, considerando que um frasco de 6 mg custa em média R$ 2.300, de acordo com informações disponíveis no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Para receber o medicamento, os pacientes devem apresentar a receita médica e realizar um cadastro na CureRett. O site da associação oferece todos os canais de comunicação necessários para solicitar o medicamento, como Facebook, Instagram e YouTube. Após a aprovação pela associação, o medicamento é disponibilizado de forma gratuita em farmácias parceiras, mediante a apresentação da receita médica.

A multinacional farmacêutica NuNature também abraçou essa causa e é responsável pela doação do canabidiol. Ricardo Araújo, diretor da NuNature, destaca que essa iniciativa faz parte das ações de responsabilidade social da empresa e representa um tratamento baseado em pesquisas avançadas. O objetivo é proporcionar qualidade de vida a pacientes com doenças raras, como a síndrome de Rett, que muitas vezes têm poucas opções de tratamento e enfrentam desafios significativos no desenvolvimento motor e cognitivo.

Luiz Chaves, responsável pelo instituto CureRett, ressalta que essa ação irá beneficiar diversas pessoas com síndrome de Rett e outras doenças raras. Ele destaca a importância de melhorar o diagnóstico, tratamento e qualidade de vida desses indivíduos, oferecendo esperança e apoio a uma população que enfrenta desafios significativos.

O canabidiol é um composto utilizado no tratamento de várias doenças e tem se mostrado eficaz, especialmente no alívio de dores e em distúrbios relacionados ao sistema neurológico. Além disso, a Anvisa também autorizou seu uso em cosméticos e, recentemente, a Agência Mundial Antidoping permitiu que atletas adiram ao tratamento com cannabis medicinal

Saúde

Células de gordura têm “memória” e podem explicar o efeito sanfona, aponta estudo

Estudo revela que o “efeito sanfona”, que causa o reganho de peso após dietas, pode ser influenciado por mudanças epigenéticas nas células de gordura

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Foto: Divulgação

A recuperação do peso após um processo de emagrecimento é uma realidade para muitos, e o fenômeno conhecido como “efeito sanfona” pode ser explicado por uma descoberta recente. Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique), na Suíça, identificaram que o DNA das células de gordura pode ter “memória”, o que facilita a recuperação do peso após um período de emagrecimento.

O estudo, publicado na revista científica Nature, sugere que mudanças epigenéticas no DNA das células de gordura podem ser responsáveis pelo “efeito sanfona”. A epigenética, campo da biologia que investiga como fatores externos influenciam a expressão genética sem alterar a sequência do DNA, pode ser a chave para entender a dificuldade de manter a perda de peso a longo prazo.

O estudo em camundongos

Para entender melhor as causas do efeito sanfona, os pesquisadores conduziram experimentos com camundongos. Os animais, que haviam perdido peso após uma dieta restritiva, apresentaram alterações epigenéticas nas células de gordura que persistiram, mesmo após o emagrecimento. Essas células “lembravam” do estado de sobrepeso e, ao retornar a uma dieta rica em gordura, os camundongos recuperaram rapidamente o peso perdido.

Ferdinand von Meyenn, professor de nutrição e epigenética metabólica na ETH Zurique, explicou que esse fenômeno ocorre devido a um “efeito de memória” nas células de gordura. “Após a perda de peso, as células ainda mantêm essa memória, facilitando o retorno ao peso anterior”, afirmou o pesquisador.

Implicações para os seres humanos

Embora o estudo tenha sido realizado em camundongos, os pesquisadores encontraram evidências semelhantes em seres humanos. Biópsias de tecido adiposo de pessoas que passaram por cirurgia bariátrica indicaram mudanças genéticas consistentes com os resultados obtidos nos camundongos.

Contudo, os cientistas ainda não sabem quanto tempo essa “memória” do peso excessivo permanece nas células de gordura e se seria possível, no futuro, apagar essas alterações epigenéticas com medicamentos.

Prevenção continua sendo a melhor estratégia

A descoberta reforça a importância da prevenção. Como as células de gordura podem “lembrar” do estado de obesidade, é fundamental evitar o excesso de peso desde o início. Além disso, os pesquisadores indicam que outras células, como as do cérebro e vasos sanguíneos, também podem ter memórias epigenéticas que contribuem para o efeito sanfona. A próxima etapa da pesquisa será investigar essas possibilidades.

Por enquanto, a principal recomendação dos cientistas é que, para combater o “efeito sanfona”, a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz.

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Saúde

Cientista brasileiro embarcará em missão espacial em busca de avanços no tratamento de autismo e Alzheimer

Brasileiro viajará ao espaço em missão pioneira para acelerar pesquisas sobre tratamentos para autismo e Alzheimer usando organoides cerebrais

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Muotri também expressou interesse em colaborar com o governo brasileiro para que futuros tratamentos possam ser disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

O professor Alysson Muotri, líder do Muotri Lab na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), se prepara para integrar uma missão espacial da NASA entre o final de 2025 e o início de 2026. O objetivo da expedição é investigar o impacto da microgravidade no cérebro humano, buscando soluções terapêuticas e, possivelmente, curas para casos graves de transtorno do espectro autista e Alzheimer.

O projeto envolve o uso de organoides cerebrais — estruturas em miniatura que simulam o cérebro humano, criadas a partir de células-tronco. Conhecidos como “minicérebros”, esses organoides serão analisados no ambiente espacial para acelerar estudos sobre o envelhecimento e o desenvolvimento neurológico.

Aceleração do tempo no espaço

Estudos anteriores revelaram que os organoides envelhecem cerca de 10 anos em apenas 30 dias no espaço. Esse fenômeno possibilita aos cientistas observar estágios avançados de doenças em um período muito mais curto, permitindo análises que, na Terra, levariam décadas para serem realizadas.

A novidade desta missão será a interferência manual dos cientistas durante os experimentos, algo inédito até então. Durante o voo, serão testados compostos bioativos derivados da floresta amazônica diretamente nos organoides, em busca de agentes que possam proteger o cérebro contra o Alzheimer.

Colaboração com a Amazônia

A missão tem uma parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), garantindo que descobertas relacionadas a medicamentos derivados da floresta revertam parte dos lucros para as comunidades indígenas e a preservação ambiental.

Muotri também expressou interesse em colaborar com o governo brasileiro para que futuros tratamentos possam ser disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso às terapias desenvolvidas.

A viagem ao espaço, embora breve, representará um marco tanto para a ciência brasileira quanto para as pesquisas sobre doenças neurológicas, trazendo novas esperanças para pacientes e suas famílias.

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Brasil

Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.

Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.

“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.

Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.

No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.

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