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Confira trechos exclusivos da entrevista de Obama ao Conversa com Bial

Casos da Covid-19 no Brasil, queimadas na Amazônia e representatividade racial foram temas comentados por Barack Obama no programa Conversa com Bial

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Foto: Reprodução/Globo

No programa Conversa com Bial, exibido na última segunda-feira (16), o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama falou com exclusividade sobre o lançamento do seu livro ‘Uma Terra Prometida’, que ocorre nesta terça-feira (17). Ainda durante a conversa, Obama fez menção ao governo Bolsonaro ao tratar sobre as queimadas avassaladoras no Pantanal (MS) e a forma como a Covid-19 foi subestimada no Brasil. Além disso, Obama ainda sintetizou as ideias depositadas no livro e explanou sobre a representatividade racial.

Governo Bolsonaro e Trump

Em recente declaração, o presidente Jair Bolsonaro rebateu críticas do então eleito presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre as queimadas na Amazônia. “Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora”, afirmou Bolsonaro. Em parte da entrevista concedida a Pedro Bial, Barack Obama tomou postura isenta em relação ao governo do atual presidente Jair Bolsonaro, mas não deixou de avaliar as últimas decisões assumidas pelo político e o comparou com Donald Trump, ainda presidente dos Estados Unidos até o início de janeiro.

“Não conheço o presidente do Brasil. Eu já tinha saído quando ele assumiu o cargo. Então não quero dar uma opinião sobre alguém que não conheci. Posso dizer que, com base no que vi, as políticas dele, assim como as de Donald Trump, parecem ter minimizado a ciência da mudança climática. E o Brasil é obviamente um ator central na ação de poder ou não frear os aumentos de temperatura que podem causar uma catástrofe global”, avaliou.

“Tive a sorte com o presidente Lula e com a Dilma Rousseff de ter os dois trabalhando cooperativamente com a gente nisso”, afirmou.

Obama avalia a Covid-19 no Brasil

Os Estados Unidos aparecem como líderes no ranking de casos da Covid-19, não tão distante, o Brasil surge em terceiro lugar, logo após a Índia. Segundo dados do Ministério da Saúde, são mais de 166 mil mortos pelo novo coronavírus no país brasileiro. Por causa dos dados, o ex-presidente Barack Obama comentou o cenário da saúde nas duas nacionalidades. “Quando analisamos a pandemia, em relação às ações de Donald Trump, e como estão lidando com ela no Brasil, eles subestimaram a ciência. Isso gera consequências”, ressaltou.

“Uma Terra Prometida”

Ao adentrar no assunto do livro “Uma Terra Prometida”, Pedro Bial repetiu a observação feita por Michelle Obama, esposa de Barack Obama, no livro, sobre a postura do ex-presidente: “é como se você tivesse um vazio a preencher”. De forma incisiva e direta, Bial então questionou Obama. “As 751 páginas de palavras foram escritas para preencher quais vazios pessoais?”. Em resposta ao questionamento, o ex-presidente explanou a ideia depositada na criação do livro. Segundo Obama, a obra cumpre papéis diferentes para contar detalhes da trajetória na presidência e também da vida pessoal.

“Por um lado, é uma história da minha presidência. Foi uma época de muitos acontecimentos, nos 2 primeiros anos no cargo, eu estava lidando com a pior crise financeira desde a Crise de 1929, que foi uma crise global que afetou todo o mundo, inclusive o Brasil. Havia uma Guerra no Iraque, uma no Afeganistão, questões terroristas, crises do meio ambiente… Quis garantir que as pessoas entendessem essas questões. Mas também é uma história pessoal”, disse.

Sobre a vulnerabilidade dos sentimentos e acontecimentos retratados no livro, Obama comentou. “É uma história pessoal de alguém que foi inspirado pelo movimento dos direitos civis aqui nos EUA e que resolveu entrar no serviço público. Acho que representa a educação de um jovem na sua evolução para o cargo mais alto do seu país”.

Por causa da vasta representatividade carregada em sua figura pública, Obama pretende causar impressão positiva no mundo ao abrir parte de sua história. “Finalmente, espero que sirva de inspiração para os jovens nos EUA, no Brasil e no mundo todo se envolverem e entenderem que também podem causar um impacto na vida do país e do mundo”, apontou.

“Se eu ganhasse e tomasse posse do cargo mais poderoso não só nos EUA, mas no mundo, eu mandaria um recado de que, de fato, qualquer criança pode aspirar ser algo melhor, os seus horizontes não são limitados”.

Brasil e Estados Unidos

O ex-presidente Barack Obama apontou semelhanças presentes nos Estados Unidos e no Brasil. Segundo Obama, as duas nacionalidades são democracias com histórias baseadas na escravidão e discriminação racial. “Ambos os países têm dificuldade em superar as desigualdades, as injustiças do passado e olhar para o futuro”, observou.

Obama relembrou ainda a sua passagem pelo Rio de Janeiro em 2011. “Quando estava na favela, eu realmente senti uma afinidade e uma compreensão de muitas das crianças que vi porque elas me lembraram das crianças de Chicago, que é minha cidade natal”.

Sobre Obama ser uma representatividade racial para as crianças do Rio de Janeiro, o ex-presidente afirmou compreender a importância de ser um símbolo, mas acredita que outros aspectos contribuam mais para a ascensão das pessoas negras. “Em relação às crianças nas favelas das margens do Rio ou em Chicago ou em qualquer outro lugar do mundo. Elas precisam mais do que só inspiração. Elas precisam de boas escolas. Elas precisam de emprego quando se formam na escola. Elas precisam de uma moradia decente. Elas precisam ser protegidas da poluição ambiental”, defendeu.

“A simbologia é importante, mas as políticas concretas também são importantes”.

A conversa com Bial

Na íntegra, a entrevista com o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama já está em circulação no Youtube e também, para assinantes, no Globo Play.

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