Constituído por recursos provenientes dos impostos estaduais, municipais e federais, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) é considerado uma das principais formas de financiamento da educação básica no Brasil. Toda a quantia obtida pelo órgão é usada para o pagamento dos salários dos docentes e reformas das escolas.
No ano de 2019, os recursos obtidos pelo Fundeb equivaleram a R$ 166,6 bilhões. No final de 2020, o fundo vence e precisa ser renovado. A votação para a renovação da emenda aconteceria na segunda-feira (20), porém, foi adiada para esta terça (21).
O que é o Fundeb?
Criado em 2007 por meio da Emenda constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) é um órgão formado por recursos obtidos através dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal, municípios e uma parcela de recursos federais. Toda a quantia gerada é redistribuída para aplicação exclusiva na educação básica. O Fundeb tem vigência só até dezembro deste ano.
Como funciona e para quem é destinado?
Os recursos são distribuídos de forma automática (sem necessidade de autorização ou convênios para esse fim) e periódica, mediante crédito na conta específica de cada governo estadual e municipal. A distribuição é realizada com base no número de alunos da educação básica pública, de acordo com dados do último censo escolar.
Todos os recursos são destinados aos estados, Distrito Federal e municípios que oferecem atendimento na educação básica. Para a distribuição desses recursos, são consideradas as matrículas nas escolas públicas e conveniadas apuradas no último censo escolar.
Os alunos considerados, portanto, são aqueles atendidos:
- Nas etapas de educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental (de oito ou de nove anos) e ensino médio;
- Nas modalidades de ensino regular, educação especial, educação de jovens e adultos e ensino profissional integrado;
- Nas escolas localizadas nas zonas urbana e rural;
- Nos turnos com regime de atendimento em tempo integral ou parcial (matutino e/ou vespertino ou noturno).
Proposta do Governo
Está em tramitação na Câmara, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê um aumento escalonado do aporte do governo federal no Fundeb: o percentual começaria em 12,5% em 2021 e chegaria a 20% em 2026. Um aumento de 5% ao ano. Com a antiga emenda, ainda em vigor, a União complementa o fundo com 10% sobre o valor aportado por estados e municípios.
Em entrevista à GloboNews, o secretário especial de Fazenda do ministério da Economia, Waldery Rodrigues, informou que o aumento dos percentuais é de grande importância para a educação.
“A cognição na primeira infância da criança, que está de zero a três e de três a seis anos, ela é mais intensa e tem efeito duradouro. Investir na primeira infância é garantir o futuro do país”, destacou Rodrigues.
A proposta que está em votação na Câmara é uma mudança na Constituição Federal (CF), por tanto, serão necessários dois turnos de votação, com o apoio de ao menos 308 dos 513 deputados. Se aprovada, a proposta seguirá ao Senado, onde também passará por duas votações.
Um dos principais pontos da proposta, está na inclusão de um dispositivo para destinar parte dos 20% repassados pela União, ao fundo à transferência direta de renda para famílias com crianças em idade escolar. O objetivo é que os recursos venham a compor o Renda Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família.
Por Willian Netto – Edu Notícias