Nesta quinta-feira (15), é comemorado o Dia do Professor. Porém, muitos não têm o que celebrar, visto as grandes dificuldades enfrentadas nos últimos meses no país.
Em um ano atípico, a profissão de professor foi bastante impactada pelo distanciamento social. Quem estava acostumado a entrar em sala de aula e lecionar olhando no olho de cada aluno, agora se contenta com o ensino remoto, que ganhou força no Brasil sobretudo a partir de março, a fim de evitar o crescente contágio de COVID-19.
O ensino remoto obrigatório pegou diversos professores de surpresa, que, antes da pandemia, tinham pouca ou nenhuma experiência na modalidade. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), elaborou uma pesquisa sobre a porcentagem de professores com experiência prévia de ensino remoto antes da pandemia. Veja tabela abaixo.
Educação infantil
9%
Ensino Fundamental I
10%
Ensino Fundamental II
12,3%
Ensino Médio
16%
O Brasil tem 2,6 milhões de professores. Os dados são do Censo Escolar 2018 (Ensino Superior) e 2019 (Educação Básica), pesquisados pelo Ministério da Educação (MEC).
Os professores correspondem, aproximadamente, a 1,2% da população brasileira e estão divididos entre a educação básica e superior. Do total, cerca de 2,2 milhões trabalham na educação básica; dentre eles, 1,7 milhão atuam na rede pública de ensino. Já os outros 500 mil são professores de escolas particulares. Por fim, 397 mil professores lecionam no ensino superior; 214 mil em universidades privadas e 183 mil em universidades públicas em todo o país.
Dificuldades do ensino a distância
O ensino remoto jogou luz a outro problema no Brasil: o acesso à internet. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgou, em abril deste ano, que uma em cada quatro pessoas no Brasil não tem acesso à internet. Ao comparar os números com as áreas rurais, a dificuldade de se conectar fica ainda mais em evidência, pois 53,5% das pessoas em áreas rurais não têm acesso à internet. Os dados da pesquisa são referentes ao último trimestre de 2018.
Regiões mais pobres e com menos incentivo à educação tendem a ter dificuldades cada vez maiores, se comparadas com áreas mais desenvolvidas do país. A professora Juliana Freire Fernandes dá aula em uma escola de São Sebastião e vive na pele os desafios de se lecionar em um colégio na região periférica do Distrito Federal. As dificuldades aumentam ainda mais com a suspensão das aulas presenciais e o início do ensino remoto.
A maior parte de seus estudantes não tem acesso à internet de qualidade, e Juliana precisa encontrar meios de driblar a situação. Para ela, o maior desafio dessa pandemia, como professora de região periférica, é não perder nenhum estudante.
“Absenteísmo e evasão são desafios reais do dia a dia da escola pública. Mais do que uma “fábrica de conhecimentos”, a escola é um lugar de acolhimento. Durante o distanciamento, as desigualdades e as carências sociais e afetivas ficam muito agravadas. A maior parte dos estudantes não tem acesso à internet de qualidade, então é difícil chegar até ele”, desabafa a professora.
A educação muda vidas
Mas nem toda a experiência como professora se resume às dificuldades. Ela conta que queria mudar o mundo.
“Eu achava que a única forma de fazer isso era pela educação. Hoje eu sei que era um devaneio. Não dá para mudar o mundo, mas ajudei a construir várias vidas”, relata.
Apesar da estabilidade, os professores do ensino público carecem de várias condições básicas. Porém, isso não desmotiva Juliana a continuar fazendo a diferença na vida de seus alunos.
Ao lembrar de uma boa memória na carreira, a professora fala de uma experiência que teve ao lecionar em uma escola de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ela conta que a escola era conhecida por ser violenta, mas que sua forma de dar aula mudou a visão de alguns alunos sobre a importância da educação.
“Entrei para dar o último horário, havia 50 estudantes dentro de sala de aula e eles me perguntaram se eu ia fazer chamada. Eu disse que daria presença a todas e todos, quem quisesse podia ir embora sem prejuízo na presença pois eram maiores de idade. Quando o sinal tocou, nenhum estudante levantou para ir embora. Quando eu estava trancando a sala, ouvi um dizer para o outro ‘é a primeira vez que eu assisto uma aula até o fim’”, recorda Juliana.
A experiência de Juliana salienta uma questão muito delicada no Brasil, independentemente da pandemia: a violência nas escolas. Os dados globais de agressão aos professores são alarmantes, e o país apresenta a pior situação. Segundo uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que considera informações datadas de 2013, o Brasil ocupa o 1º lugar no ranking de violência contra os professores. Segundo o levantamento, 12,5% dos educadores entrevistados no país eram vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos por, pelo menos, uma vez por semana. Logo após o Brasil, estão a Estônia (11%) e a Austrália (9,7%).
Esperança para o futuro
Professora há seis anos, Érica Cavalcante dá aula na Escola Classe 01 de Sobradinho e não aguenta de saudade das crianças com quem compartilhava seus dias. Mas, mesmo nos encontros virtuais, a alegria dos alunos contagia a professora.
“O primeiro encontro virtual com a turma foi muito emocionante. Depois de conversarmos sobre como cada um esteve durante esse período, trabalhamos algumas adivinhas. Quando terminei, um aluno propôs outra adivinha pra turma e as crianças começaram a interagir entre si, tentando adivinhar. Rever a espontaneidade e a alegria das crianças em meio a isso tudo me deu esperança” afirma a professora.
Apesar de ser professora da educação infantil, Érica Cavalcante se preocupa com os alunos a longo prazo. Os problemas parecer crescer principalmente durante a quarentena, tanto para os professores, quanto para os alunos e os pais das crianças. Érica aponta que o melhor cenário para o professor é acompanhar de perto cada aluno e trabalhar as dificuldades individuais de cada criança. Porém, esses desafios são resolvidos de forma online.
“Pedagogicamente, há lacunas que só são preenchidas através de um acompanhamento mais próximo aos alunos. O fato de não poder observar a construção do conhecimento dos alunos e fazer as intervenções necessárias em cada momento atrapalha o processo de ensino-aprendizagem”, desabafa Érica.
A sala de aula, seja ela presencial ou virtual, é o ambiente perfeito onde o conhecimento é compartilhado, tanto pelos professores, quanto pelos alunos. E apesar das dificuldades, ainda é possível celebrar boas notícias: neste ano, o Brasil teve três professores indicados entre os 50 finalistas mundiais do Global Teacher Prize, que premia destaques na área de educação.
Em tempos de distanciamento social, os profissionais da educação têm sido fundamentais para a sabedoria chegar aos alunos, mesmo que de forma online.
Mais de 15% da população indígena do Brasil é analfabeta, aponta Censo 2022 do IBGE / Foto: Divulgação
De acordo com os dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nesta sexta-feira (4), mais de 255 mil indígenas brasileiros são analfabetos, representando 15,05% da população indígena total no país. Este percentual revela uma situação preocupante, especialmente ao se considerar que a taxa de analfabetismo entre os indígenas é mais que o dobro da média da população brasileira, que foi de 7% em 2022.
O levantamento mostrou que, no total, 1.694.836 pessoas se identificavam como indígenas no Brasil em 2022. O analfabetismo foi definido pelo IBGE como a incapacidade de ler ou escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que o indivíduo conhece.
Quando o foco é exclusivamente a população residente em Terras Indígenas, a situação é ainda mais alarmante: a taxa de analfabetismo sobe para 20,8%. Apesar desse panorama desafiador, os dados também indicam um crescimento na taxa de alfabetização entre os indígenas desde a pesquisa anterior, realizada em 2010. A taxa de analfabetismo entre essa população diminuiu de 23,4% para 15,05% em um período de 12 anos. Nas Terras Indígenas, o índice passou de 32,3% para 20,8%.
A pesquisa revela ainda que a proporção de analfabetismo é mais alta entre os mais velhos e entre as mulheres. Em 2022, 42,88% dos indígenas com 65 anos ou mais foram considerados analfabetos, enquanto a taxa para aqueles entre 60 e 64 anos foi de 29,21%. A menor taxa de analfabetismo, por sua vez, foi registrada entre os jovens de 18 a 19 anos, com apenas 5,5% não alfabetizados.
Em termos de gênero, 14,32% dos homens indígenas não sabiam ler ou escrever, enquanto o percentual entre as mulheres indígenas é um pouco maior, chegando a 15,74%. Esses dados ressaltam a necessidade de políticas públicas voltadas para a educação e inclusão da população indígena no Brasil, visando a redução do analfabetismo e a promoção da equidade social.
Hoje, sexta-feira (16), encerra-se o prazo de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023. O exame será realizado nos dias 5 e 12 de novembro. Os interessados em participar ainda têm a oportunidade de se cadastrar na Página do Participante. É importante ressaltar que a taxa de inscrição no valor de R$ 85 deve ser paga até o dia 21 de junho.
O edital contendo o cronograma e as diretrizes para o Enem 2023 foi divulgado no início deste mês. Além de fornecer informações sobre as datas e horários das provas, o documento detalha os documentos necessários e as obrigações dos participantes, incluindo as situações em que um candidato pode ser eliminado.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) também incluiu no edital critérios para a correção das provas e procedimentos para pessoas que necessitam de cuidados especiais durante a realização do exame.
Os gabaritos das provas objetivas serão disponibilizados no dia 24 de novembro, no portal do Inep. Já os resultados individuais serão divulgados em 16 de janeiro de 2024, também no mesmo site.
A partir desta segunda-feira (5), os estudantes interessados em participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão realizar suas inscrições. O certame está programado para ocorrer nos dias 5 e 12 de novembro, e o prazo para se cadastrar na Página do Participante se estenderá até o dia 16 de junho. É importante ressaltar que a taxa de inscrição é de R$ 85 e deve ser quitada até o dia 21 de junho.
O edital do Enem 2023, contendo o cronograma completo e as regras para a realização do exame, foi divulgado no início deste mês. Além de apresentar as datas e horários das provas, o documento detalha os documentos necessários para a inscrição e as responsabilidades do participante, incluindo as circunstâncias que podem levar à sua eliminação.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) também incluiu no edital critérios para a correção das provas e procedimentos especiais para candidatos que necessitam de cuidados especiais durante o concurso.
Os gabaritos das provas objetivas serão disponibilizados no dia 24 de novembro no portal do Inep. Já os resultados individuais estão previstos para serem divulgados no dia 16 de janeiro de 2024, também no mesmo site.
Com a abertura das inscrições, é essencial que os estudantes se preparem adequadamente para esse importante desafio educacional, que pode abrir portas para o ingresso no ensino superior. Fiquem atentos aos prazos e boa sorte a todos os participantes do Enem 2023!