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Janeiro Branco pede atenção para o aumento do consumo de álcool

Mês foi escolhido pela OMS para alertar para a saúde mental

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

No mês escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar a atenção para a saúde mental e prevenir as patologias, um dos principais alertas do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) é para a relação entre o uso do álcool e problemas emocionais. Segundo a entidade, o Janeiro Branco pretende chamar a atenção para o tema, principalmente no período de confinamento em decorrência da convid-19, que se estende desde março do ano passado até os dias atuais, e que vem mostrando o aumento no consumo de álcool, além do fato de que a pandemia tem desencadeado transtornos mentais ou agravamento dos existentes.

Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizada em parceria com as universidades Federal de Minas Gerais e Estadual de Campinas, no período de 24 de abril a 8 de maio de 2020, indicou que o aumento do estado depressivo pode estar relacionado ao aumento do consumo de álcool relatado durante a pandemia: 18% dos entrevistados – 18,4% entre homens e 17,7% entre mulheres – afirmaram estar ingerindo mais bebidas alcoólicas nesse período.

O maior aumento, de 26%, foi registrado na faixa etária de 30 anos a 39 anos de idade, e o menor entre idosos, de 11%. Quanto maior a frequência dos sentimentos de tristeza e depressão, maior o aumento do uso de bebidas alcoólicas, atingindo 24% das pessoas que têm se sentido dessa forma durante a pandemia, indicou a pesquisa.

“Nessa faixa etária existe um depósito muito grande de sonhos, é quando em alguns pontos da vida de cada um, nessa faixa etária, se está com energia sobrando querendo trabalhar, casar, ter filhos, ser ousado para construir metas mais interessantes. Isso tudo foi podado de forma violenta por conta da pandemia. As pessoas tiveram que ficar presas, sem os amigos, suas experiências, adiar sonhos e projetos por conta desse futuro totalmente incerto”, avaliou o médico psiquiatra e presidente do Cisa, Arthur Guerra.

Guerra lembra que apesar de as pessoas terem uma expectativa de que o ano de 2021 viraria uma chave na esperança da normalidade, isso não está ocorrendo, porque os números da covid-19 só aumentam e trazem a ideia de que o ano deve ser tão ou mais difícil do que o anterior, contribuindo para uma piora da saúde mental.

De acordo com Guerra, para entender o conceito de saúde mental, é preciso compreender que o mundo e a humanidade mudaram essa definição. No passado, isso significava a ausência de doença mental, como esquizofrenia, depressão, ansiedade, dependência química, entre outras, então, na ausência de um diagnóstico médico psiquiátrico, o indivíduo era considerado saudável mentalmente.

“Hoje o conceito evoluiu. Nós temos que saúde mental é muito mais um modelo de qualidade de vida no qual você está preocupado não só com o aparecimento da doença mental, mas, principalmente, com a prevenção, com o diagnóstico precoce, com os fatores que levariam a uma doença mental. É muito mais uma postura pró-ativa de não deixar que a doença se instale, porque muitas vezes pode ficar crônica”, explicou.

Guerra reforçou que o mundo antes da pandemia já era competitivo e favorecia o aparecimento de quadros de doença mental, com a oferta de atividades compulsivas, álcool e drogas em excesso – sejam legais ou não -, jogos, falta de exercícios, estímulos para se ter um corpo bonito, cobranças para ser bem sucedido e ganhar muito dinheiro.

“Cada vez mais cedo os jovens tinham essas diretrizes que chamamos de fatores estressores e que favorecem os distúrbios mentais. Durante a pandemia isso se multiplicou, porque manter esses valores foi por água abaixo com o confinamento. As pessoas ficaram muito mais vulneráveis dentro desse contexto de ter menos relações sociais e de não ter uma solução para esses problemas”, disse.

De acordo com o psiquiatra, é extremamente importante ficar alerta ao menor sinal de aumento do consumo de bebida alcoólica nesse período, porque ainda que para muitas pessoas esse consumo possa ser normal, para outras pode se tornar exagerado. “É exagerado quando independente da frequência e da quantidade existe um prejuízo ou para aquela pessoa ou para quem está no entorno dela. Às vezes não é dependência, mas está no caminho para se tornar”, disse o presidente do Cisa.

Por: Agência Brasil

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Após 50 anos, Neguinho da Beija-Flor anuncia último desfile em 2025

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O carnaval carioca de 2025, no comecinho de março, será o último em que o público da Passarela do Samba ouvirá o tradicional grito de guerra “Olha a Beija-Flor aí, gente!” com a voz de Neguinho da Beija-Flor. Há 50 anos na escola de samba azul e branca, o cantor e intérprete anunciou nesta quarta-feira (20) que fará apenas mais um desfile no Sambódromo.
“O desfile de 2025 marcará minha despedida como intérprete de seus hinos na Passarela do Samba”, escreveu Neguinho, em uma carta direcionada “à minha amada Beija-Flor” e publicada no Instagram.

“Vamos atravessar a Passarela do Samba pela derradeira vez, eu com a minha voz e o orgulho de sempre, sustentando a força e a magia de nossa comunidade que brilha no altar dos bambas. Será mais um momento de nosso amor eterno”, prometeu.

O cantor de 75 anos está na escola de samba desde 11 de junho de 1975, quando entrou para a ala de compositores. Isso faz com que tenha participado de todos os 14 títulos da escola de Nilópolis, município da região metropolitana do Rio de Janeiro. “Inserimos a Beija-Flor de Nilópolis na história da maior festa popular do Brasil. Em lugar de protagonista”, afirmou.

Na carta de despedida, Neguinho mostra a ligação profunda que tem com a azul e branca, a ponto de ter alterado o nome na carteira de identidade para Luiz Antonio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes.

Na despedida, ele lembra também de todo apoio que recebeu da agremiação e comunidade ao participar de desfile no período em que fazia tratamento contra um câncer, em 2009.

“Tenho fé que me curei graças a Deus e ao abençoado remédio do Carnaval. Nunca esquecerei como a comunidade me recebeu, na volta aos ensaios, em nossa quadra sagrada. O aplauso e a montanha de carinho estão para sempre tatuados na memória”, contou.

Ao descrever a relação com a escola, o cantor diz no comunicado de despedida que “jamais” cogitou receber salário da Beija-Flor. “Nunca assinei contrato nem me submeti a qualquer burocracia. Nossa relação é única e dispensa protocolos. Costumo repetir que se alguém deve algo, sou eu a você, minha escola”.

A voz mais famosa da história da agremiação e, talvez, até do carnaval carioca, finaliza com o grito de guerra eternizado.

“Obrigado por tudo, minha escola, minha vida, meu amor. Olha a Beija-Flor aí, gente!”.

Em publicação também no Instagram, a escola de samba mostrou que a relação entre a Beija-Flor e Neguinho é recíproca. “O ano de 2025 será marcado por grandes homenagens e recordações. Viveremos o último desfile com a voz da nossa história. Nos enchemos de orgulho, gratidão e respeito. O lado profissional se encerra, mas o elo é eterno. Sua história está gravada em nossas cores, nossos sambas e nossos corações”, registra a publicação.

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Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.

Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.

“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.

Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.

No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.

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Marcha do Dia da Consciência Negra reúne centenas de pessoas em SP

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A 21ª Marcha da Consciência Negra, realizada nesta quarta-feira (20) na avenida Paulista, contou com centenas de pessoas na primeira edição na qual comemora-se a data como feriado nacional. “A gente celebra com muita alegria o primeiro feriado nacional, para a gente é uma virada de página”, disse José Adão de Oliveira, de 69 anos, co-fundador do Movimento Negro Unificado (MNU), criado em 1978, e um dos coordenadores da marcha em São Paulo.

A assistente social Claudia Adão levou a filha pela primeira vez ao movimento. “Comecei a frequentar a marcha com meus 15 anos, eles vendiam acarajé. E hoje é a primeira vez que venho com minha filha, no pós pandemia, para celebrar essa conquista do feriado, mas também para saber quem foi Zumbi dos Palmares, que fazemos parte de um povo que luta, que se mobiliza”, ressalta.

20 de novembro

A data de celebração remete ao dia em que Zumbi dos Palmares foi assassinado, no ano de 1695. Ele liderou a resistência contra a escravidão em um conjunto de quilombos que existiu por cerca de um século – onde hoje é a cidade alagoana de União dos Palmares. O líder negro deixou um legado de resistência e de construção de uma sociedade baseada na igualdade.

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