Educação

Escolas públicas x particulares: a realidade do ensino remoto na pandemia

A Justiça do DF determinou o retorno do ensino presencial na rede pública; ensino privado voltou desde setembro

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Foto: Rayra Paiva Franco/O Panorama

A pandemia do novo coronavírus atrapalhou os planos de toda a população mundial em 2020. Ainda no começo do ano diversas áreas tiveram que fechar as portas para evitar aglomerações. As escolas entraram no rol de estabelecimentos que precisaram se adaptar ao ensino remoto.

As aulas presenciais foram suspensas desde março e as instituições escolares precisaram se reinventar para dar continuidade ao ano letivo de forma online. Ao passo que as escolas particulares tiveram uma rápida transição para o ensino remoto, a rede pública do Distrito Federal demorou para criar um plano de ensino voltado para a internet.

Há também o agravante de que muitos alunos de escolas públicas não possuem acesso à internet, e ficaram à mercê de outras soluções para continuar estudando.

Escolas Públicas

A rede pública de ensino do DF suspendeu as aulas em 12 de março deste ano, seguindo decreto editado pelo governador Ibaneis Rocha. A princípio, a suspensão era temporária, e por alguns momentos as aulas quase voltaram, mas seguiram à distância ao longo dos últimos meses.

A designer de sobrancelhas Nêmora Alencar tem um filho que precisou se adaptar à rotina de aulas online. Nicolas, de apenas 5 anos, trocou a sala de aula pela tela do celular. Ele tem feito diariamente as atividades repassadas aos pais por um grupo no Whatsapp. Entretanto, ficou parado, sem aulas presenciais e nem à distância, por alguns meses. A designer conta que apesar de as atividades no ensino infantil serem simples, houve um intervalo muito grande para a transição ao ensino online.

“Meu filho começou a ter aula online em meados de julho. Isso aconteceu porque a escola teve que se preparar por muito tempo, pois eles não têm uma estrutura de escola particular. A gente chegou a preencher um formulário informando se tem internet ou não, em casa. E em algumas famílias a resposta foi que não tiveram. A gente sabe que fora da nossa bolha muitas pessoas têm dificuldades, mas com o tempo as coisas se ajeitaram”, explica a designer.

Após um longo tempo para as escolas se adaptarem ao ensino remoto, a Justiça do DF determinou que o ensino presencial volte na primeira quinzena de novembro. O GDF entrou com recurso para barrar a decisão, sustentando que há toda uma questão de logística envolvida na volta às aulas. O recurso ainda não foi analisado.

Atividade realizada no ensino remoto Foto: Arquivo Pessoal

Escolas Particulares

As escolas particulares também fecharam as portas em março. Contudo, a mudança de rotina para o estudo à distância ocorreu de forma mais branda que na rede pública. Algumas instituições adaptaram a rotina escolar em poucas semanas e não enfrentaram grandes dificuldades para manter o ensino online.

A maior mudança para os alunos foi nas aulas práticas, visto que grande parte das escolas particulares do DF possuem laboratórios de biologia e química. Além de salas específicas para certas disciplinas. Dessa forma, as atividades sofreram alterações para que, mesmo em casa, os estudantes pudessem ter a prática necessária.

A advogada Bruna Machado tem um filho de 6 anos matriculado em uma escola particular da Asa Sul. A princípio, ela destaca que a dinâmica das aulas online tem sido favorável ao aprendizado do filho, justamente por usar ferramentas bem didáticas.

“Eu tenho acompanhado meu filho sempre que consigo e posso afirmar que desde março o ensino online está bem satisfatório. As plataformas que a escola utiliza são bem intuitivas e o ensino acaba que fica bem mais fácil. Outro ponto positivo foi que eles não perderam tempo e já mudaram todo plano de aulas para as plataformas. Tanto que meu filho vai continuar no ensino remoto até o fim do ano”, relata a advogada.

As escolas particulares do DF voltaram gradualmente ao ensino presencial desde o dia 21 de setembro. O ensino à distância continua para os alunos que não optarem por retornar às aulas presenciais nas escolas privadas. Dessa forma, as instituições devem aplicar os dois métodos de ensino de forma simultânea. Por fim, a opção de volta às aulas ao ensino presencial é dos pais dos alunos, que devem escolher uma das modalidades.

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