conecte-se conosco

Mundo

Irlanda quer abater 200 mil vacas para reduzir gases de efeito estufa, entenda

Objetivo é reduzir emissões de gases de efeito estufa provenientes da agricultura.

Foto: Pexels

Após a Nova Zelândia, agora é a vez do governo irlandês considerar uma medida radical para combater o aquecimento global: o abate de quase 200 mil vacas em um período de três anos. O setor agrícola é responsável por quase 40% das emissões de gases de efeito estufa na Irlanda, principalmente devido ao metano liberado por animais como vacas e ovelhas. O objetivo final do governo de Dublin é reduzir em 25% as emissões de gases de efeito estufa provenientes da agricultura até 2030.

No entanto, resta saber se o abate em grande escala dos animais resultará em um impacto real ou se trata apenas de uma estratégia de marketing ambiental por parte da Irlanda, uma vez que a Europa está longe de atingir as metas ecológicas estabelecidas na última Conferência das Partes (COP), mesmo não cedendo nas negociações com países emergentes.

Por um lado, a Irlanda possui mais gado do que seres humanos, com uma população de 5 milhões de irlandeses para 6,5 milhões de vacas. Esse número aumentou 40% nos últimos 10 anos.

De acordo com um comunicado emitido pela Comissão Europeia ao Departamento de Agricultura da Irlanda, citado pelo Irish Times, esse crescimento foi impulsionado pelo fim das cotas de leite na União Europeia em 2015. Na época, a Comissão alertou que a Irlanda precisava ser “mais ambiciosa” no cumprimento das metas climáticas, ambientais e de biodiversidade antes de assinar seu mais recente plano estratégico da Política Agrícola Comum (PAC).

O metano (CH4) é o segundo gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global. Embora não permaneça na atmosfera por tanto tempo quanto o dióxido de carbono, ele é muito mais potente em termos de efeitos duradouros. Em um período de 20 anos, o efeito de aquecimento do metano é 84 vezes maior do que o do CO2. Estima-se que o metano seja responsável por cerca de 30% do aquecimento global desde a Revolução Industrial, como destacou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, na COP26 em Dublin em 2021.

Aproximadamente 40% das emissões de metano produzidas pelo ser humano são provenientes da agricultura em todo o mundo, especialmente da pecuária. O abate de quase 200 mil bovinos em três anos reduziria as emissões de CO2 em quase uma tonelada.

Embora a medida esteja atualmente sendo planejada como voluntária, ela tem provocado a ira de fazendeiros e associações de proteção animal. Na França, por exemplo, houve fortes reações entre os agricultores desde a publicação de um relatório ambiental do Tribunal de Contas em 24 de maio de 2023. Os agricultores expressaram sua raiva e cansaço, especialmente em um momento em que o setor agrícola atrai cada vez menos pessoas no país.

Estudos europeus demonstram que a criação intensiva de gado tem uma pegada de carbono maior do que a criação de gado em pastagens, que incentiva a biodiversidade. Da mesma forma, uma fazenda de gado alimentada localmente tem um impacto ambiental menor do que uma fazenda que importa alimentos baratos de outros países.

A França é o maior produtor de gado da Europa e a criação de vacas representa a maior parte das emissões do setor agrícola francês (45%) e 11,8% das emissões totais do país. Isso é significativo, considerando que a França é o maior produtor de carne bovina da Europa e possui o segundo maior rebanho de gado leiteiro, ficando atrás apenas da Alemanha.

No entanto, apesar de ser comprovado há muito tempo que um rebanho de vacas emite metano e que esse gás contribui para as mudanças climáticas, a pecuária continua sendo o setor mais subsidiado na França, recebendo €4,3 bilhões em subsídios todos os anos. O relatório do Tribunal de Contas da França questiona precisamente essa escolha orçamentária.

Mundo

Avião da United Airlines pega fogo durante decolagem e passageiros evacuam às pressas

Incidente em Houston obriga passageiros a deixarem aeronave por escorregadores; ninguém ficou ferido

Publicado

on

Passageiros evacuam avião da United Airlines após motor pegar fogo durante a decolagem em Houston, Texas — Foto: Ashlyn Sharp via Reuters

No último domingo (2), um voo da United Airlines foi interrompido no momento da decolagem no Aeroporto Intercontinental George Bush, em Houston, Texas, após um dos motores pegar fogo. A aeronave, um Airbus A319 com destino a Nova York, precisou ser evacuada às pressas, com os passageiros deixando o avião por escorregadores e escadas de emergência.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram fumaça e chamas saindo da asa direita do avião enquanto ele ganhava velocidade na pista. No momento do incidente, havia 104 passageiros e cinco tripulantes a bordo. Segundo a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), não houve feridos.

Veja:


A companhia aérea informou que a tripulação interrompeu a decolagem imediatamente após receber um alerta sobre o problema no motor. Todos foram levados de ônibus de volta ao terminal, e um novo voo foi disponibilizado para os passageiros seguirem viagem. A FAA abriu uma investigação para determinar as causas do incêndio.

A segurança aérea nos Estados Unidos tem sido motivo de preocupação após dois acidentes fatais este ano. Em Washington D.C., uma colisão no ar entre um jato comercial e um helicóptero militar resultou na morte de todos os ocupantes. Já na Filadélfia, um jato particular caiu em uma área residencial, deixando sete vítimas fatais.

Continue lendo

Mundo

Bailarina francesa dança em proa de navio durante viagem pela Antártida

Publicado

on

Bailarina francesa dança em meio ao gelo na Antártida em cima da proa de um navio — Foto: Mathieu Forget/Reprodução

A bailarina e coreógrafa Victoria Dauberville, famosa na França, conquistou as redes sociais com um vídeo de sua performance na proa de um navio que navegava pela Antártida. O registro, feito enquanto o navio enfrentava águas congeladas e blocos de gelo, já ultrapassou os 8 milhões de visualizações no Instagram até a última quarta-feira (29).

A performance de Victoria foi gravada em meio a um cenário gelado, mas a bailarina conseguiu realizar seus movimentos com graça, apesar da movimentação do mar. A expedição, que contou com a participação do namorado de Victoria, o fotógrafo Mathieu Forget, foi uma parceria com uma empresa de cruzeiros especializada em viagens para a região antártica. A ideia de gravar o vídeo surgiu espontaneamente, com a aprovação dos comandantes do navio.

Veja:


Em uma entrevista à CBC, Victoria confessou ter sentido muito frio e um pouco de medo, mas também destacou a importância da arte como forma de contar histórias reais. O fotógrafo Forget, por sua vez, explicou que o conceito por trás do vídeo era explorar o contraste entre a fragilidade da dança e o ambiente severo da Antártida.

A repercussão do vídeo gerou questionamentos sobre o uso de Inteligência Artificial na produção do conteúdo. Para esclarecer, a bailarina fez uma nova publicação nas redes sociais, mostrando os bastidores da gravação, que incluem imagens dela sendo levada até a proa e se preparando para a performance.

Continue lendo

Mundo

Com o menor tempo já registrado, relógio do Juízo Final marca 89 segundos para a meia-noite

Cientistas destacam ameaças nucleares, tensões geopolíticas, inteligência artificial militar e mudanças climáticas como principais fatores para o ajuste do relógio

Publicado

on

Divulgação

O Boletim de Cientistas Atômicos ajustou o Relógio do Juízo Final para 89 segundos antes da meia-noite, o mais próximo do apocalipse em sua história. A decisão foi baseada em uma série de fatores, incluindo ameaças nucleares, tensões internacionais, uso militar de inteligência artificial e mudanças climáticas. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa no Instituto de Paz dos Estados Unidos, em Washington, nesta terça-feira (28).

Os cientistas alertaram que, apesar de alguns avanços, a humanidade tem falhado em enfrentar desafios globais cruciais. “Os riscos de guerra nuclear, mudanças climáticas e o uso indevido de novas tecnologias continuam a aumentar, sem progressos significativos para mitigar esses problemas”, afirmou Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim.

Em 2024, o mundo viveu o ano mais quente já registrado, e, apesar do crescimento de energias renováveis, o ritmo de ação para evitar os piores impactos das mudanças climáticas é insuficiente. O Relógio do Juízo Final, criado em 1947, simboliza o perigo iminente da autodestruição, com a hora mais próxima de seu apocalipse registrada após o fim da Guerra Fria, em 1991, quando o relógio indicava 17 minutos para a meia-noite.

Continue lendo

Popular

Copyright © 2020 O Panorama