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Brasil

Estudo aponta presença da covid no país desde novembro de 2019

Pesquisa foi feita no laboratório do estado do Espírito Santo

Foto: Arte licenciada/O Panorama

Causador da covid-19, o novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode estar circulando em território brasileiro desde o fim de novembro de 2019. Ou seja, o vírus, que só no país já causou a morte de ao menos 203.580 pessoas pode ter chegado ao Brasil antes mesmo que as autoridades de saúde chinesas informassem à Organização Mundial da Saúde (OMS) a descoberta de uma nova doença, o que só ocorreu no fim de dezembro de 2019.

A informação foi divulgada hoje (12) pelo secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, e pelo diretor-geral do Laboratório Central de Saúde Pública do estado (Lacen-ES), Rodrigo Rodrigues, um dos sete autores de um artigo publicado na revista científica Plos One sobre os resultados da reanálise de algumas amostras de sangue colhidas a partir de 1º de dezembro de 2019, de pacientes capixabas que estavam com suspeitas de estarem com dengue ou chikungunya.

Segundo Fernandes, a decisão de submeter amostras de sangue armazenadas pelo Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes) foi adotada em agosto de 2020, após a constatação de que a semelhança entre alguns dos sintomas da dengue e da chikungunya com os da covid-19 podem ter confundido os médicos antes que se soubesse mais a respeito da ação do novo coronavírus.

“Isto nos levou a levantar algumas questões a respeito da possibilidade de que muitos casos suspeitos destas arboviroses [dengue ou chikungunya] poderiam, na verdade, ser casos da covid-19”, explicou o secretário de saúde, lembrando que, no Brasil, o primeiro caso da doença foi diagnosticado no final de fevereiro.

“A partir daí, a doença foi se espalhando ao longo do primeiro semestre do ano passado. Concomitantemente, tivemos também [o aumento do número de casos] de dengue e de chikungunya, em especial na Grande Vitória”, acrescentou o secretário estadual.

Em agosto, a Secretaria estadual de Saúde autorizou a reanálise de mais de 7.300 amostras de sangue que tinham sido colhidas nos oito meses anteriores para que fossem verificadas as hipóteses de dengue ou chikungunya. O objetivo era verificar, por meio do teste de antígeno, se havia vestígios de infecção pelo novo coronavírus.

Dentre 7.370 amostras pesquisadas, 210 reagiram positivamente para o anticorpo. Dentre essas, 89 reagiram positivamente também para dengue, ou para chikungunya. “Isto demonstra que essas 210 pessoas eram inicialmente suspeitas de possuir uma arbovirose, mas possuíam também uma infecção por SARS-CoV-2, que correu de forma oculta ou obscurecida por uma doença mais evidente”, explicou Rodrigo Rodrigues.

De acordo com o diretor-geral do Lacen, mesmo a confirmação do primeiro caso da covid-19 no Brasil, no fim de fevereiro, e o fato da OMS reconhecer a situação pandêmica, em março, “muitos casos da doença continuaram se perdendo devido à suspeita de arboviroses” durante mais algum tempo.

“Isso levanta uma conclusão: a ocorrência de surtos concomitantes de dengue e chikungunya podem ter dificultado o diagnóstico dos primeiros casos de SARS-CoV-1, contribuindo para a rápida expansão da doença no país”, disse Rodrigues, repetindo uma das conclusões do estudo. “A primeira mostra positiva é oriunda de uma coleta realizada no dia 18 de dezembro de 2019. Se levarmos em consideração que o anticorpo [IGG] só atinge níveis detectáveis após 15 ou 20 dias, podemos sugerir que a exposição [do paciente] pode ter ocorrido ou no fim de novembro ou no início de dezembro [de 2019]”, acrescentou Rodrigues.

Por: Agência Brasil

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Economia

Alemanha arrecada bilhões com imposto sobre cães e inspira outros países europeus

A Alemanha registrou arrecadação recorde com o imposto sobre cães, superando 2,6 bilhões de reais em 2023. Medida ajuda na saúde pública e controle animal

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Foto: Reprodução

Na Alemanha, ter um cachorro vai além das despesas com alimentação e cuidados veterinários: também inclui o pagamento de impostos. Em Berlim, o custo anual é de EUR 120 (cerca de R$ 740) para um único animal, subindo para EUR 180 (R$ 1.100) no caso de dois cães. Raças consideradas perigosas implicam em valores ainda maiores.

Em 2023, o país atingiu uma arrecadação recorde com a tributação sobre cães, totalizando EUR 421 milhões (R$ 2,6 bilhões). A expectativa é que, seguindo a tendência, o valor se aproxime de meio bilhão de euros no próximo ano. Esse crescimento de mais de 40% na última década transformou o modelo alemão em uma referência para países vizinhos, como a França, que enfrenta desafios orçamentários significativos.

Saúde pública e fiscalização rigorosa

O imposto, regulamentado pela “Lei Fiscal sobre Cães” de 2001, sustenta um rigoroso sistema de controle. Todo cachorro nascido ou levado a Berlim deve ser registrado e identificado com um chip, procedimento que custa EUR 17,50 (R$ 108). A não conformidade pode gerar multas de até EUR 10 mil (R$ 62 mil).

A fiscalização é rígida: donos podem ser multados se não recolherem as fezes do animal ou não portarem saquinhos para isso, com penalidades variando entre EUR 35 e EUR 250 (R$ 216 a R$ 1.500). Andar com cães sem guia é permitido apenas para quem conclui um curso de treinamento que atesta o controle sobre o animal.

Impacto na comunidade e aceitação

Além de minimizar o abandono, o sistema garante estrutura urbana para os pets, como latas de lixo específicas e áreas limpas. “O imposto parece justo. Há toda uma estrutura para convivermos com os animais”, afirma Babbete T., professora universitária, dona da vira-lata Luca, que veio de um abrigo na Itália.

Curiosamente, os gatos não estão sujeitos a essa tributação, o que reforça as diferenças na convivência com os animais de estimação.

Modelo cultural e econômico

Com cães presentes em espaços públicos como shoppings e restaurantes, o sistema alemão exemplifica como a tributação pode ser uma ferramenta eficiente para saúde pública, bem-estar animal e convivência urbana. Outros países europeus começam a olhar para esse modelo como uma forma de reforçar seus próprios orçamentos e estruturar políticas similares.

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Curiosidades

No Peru, natal é marcado por lutas para resolver desavenças, seguido de celebração com bebidas e abraços

A tradição do Takanakuy, nos Andes, promove confrontos para resolver desavenças, encerrando o ano com um abraço de amizade e renovação espiritual

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Em algumas regiões do Peru, o natal assume uma forma inusitada e repleta de emoção. Em vez de presentes e jantares familiares, os moradores das comunidades andinas se reúnem para resolver suas diferenças de forma única: lutando. Essa tradição, conhecida como Takanakuy, transforma o espírito natalino em um evento de celebração da paz e da renovação espiritual, onde socos e chutes substituem os tradicionais festejos de fim de ano.

O Takanakuy é uma tradição que remonta aos tempos de resistência indígena, onde os peruanos resolvem suas divergências através de lutas físicas, com o objetivo de começar o novo ano sem ressentimentos. Os lutadores se vestem com trajes típicos e máscaras que representam personagens regionais, e as disputas são realizadas dentro de regras bem definidas, com juízes garantindo que o confronto ocorra de maneira justa. Cada luta dura, em média, três minutos, e a vitória é declarada quando um dos participantes cai no chão ou é derrotado por decisão dos árbitros.

Apesar das tentativas do governo peruano de erradicar essa prática, o Takanakuy tem ganhado cada vez mais popularidade, estendendo-se para áreas urbanas e atraindo pessoas de diferentes classes sociais. Além das lutas, a celebração é acompanhada por festas comunitárias, com muita comida e bebida, em que a população se prepara para o evento e para o início do novo ano.

Ao fim de cada combate, independente do resultado, a vitória é selada com um abraço, simbolizando a reconciliação e a amizade. Esse gesto final de união é acompanhado pelas tradicionais músicas Huaylias, que evocam a forte influência da cultura quíchua e reforçam o clima de resistência cultural.

Para muitos, o Takanakuy representa uma oportunidade de renovar o espírito, deixando para trás os desentendimentos e começando o novo ciclo com o coração mais leve. Em uma época do ano marcada por confraternizações e celebrações, essa tradição única no Peru prova que a paz também pode ser alcançada através de formas inesperadas, unindo a comunidade em uma explosão de emoções, música e, principalmente, amizade.

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Brasil

Dentista é condenado a pagar R$ 42 mil por fabricar réplica de Ferrari

Dentista de SP é condenado a indenizar a Ferrari em R$ 42 mil após fabricar e tentar vender réplica do modelo F-40. Justiça bloqueia bens, e disputa segue após 5 anos

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“Era um desafio pessoal. Nunca imaginei que isso pudesse gerar problemas legais”, declarou Siqueira. / Reprodução - Rede Social

O dentista José Vitor Estevam Siqueira, de Cachoeira Paulista (SP), viu um sonho se transformar em um pesadelo jurídico. Após fabricar uma réplica artesanal do icônico modelo Ferrari F-40 e anunciá-la para venda na internet, ele foi processado pela montadora italiana e agora enfrenta uma dívida judicial de R$ 42,5 mil.

O caso

Em 2019, Siqueira colocou à venda o protótipo que construiu em sua garagem por R$ 80 mil, alegando dificuldades financeiras. A Ferrari, ao descobrir o anúncio, acionou a Justiça alegando infração de direitos autorais sobre o design do veículo, um bem protegido por lei de propriedade industrial. A réplica foi apreendida e a Justiça condenou o dentista a pagar indenização por lucros cessantes e danos materiais, além de proibir a fabricação e comercialização de produtos que imitem a marca.

Cinco anos depois, a montadora ainda luta para receber o valor da indenização, mas encontrou apenas R$ 887,74 em contas bancárias do réu, quantia que já foi penhorada.

Réplica artesanal e paixão pela Ferrari

Siqueira, dentista e entusiasta de ciência e tecnologia, construiu o modelo de forma autodidata, utilizando materiais simples como chapas de metal adquiridas em lojas de construção. Ele afirmou que o projeto era um “sonho infantil”, iniciado em 2017, mas que acabou vendido para lidar com dificuldades financeiras após o furto de equipamentos de sua clínica odontológica.

“Era um desafio pessoal. Nunca imaginei que isso pudesse gerar problemas legais”, declarou Siqueira.

Contra-ataque judicial

Durante a batalha judicial, o dentista entrou com uma ação contra a Ferrari, pedindo uma indenização de R$ 100 mil por danos morais. Ele alegou que a exposição pública do caso comprometeu sua reputação e exigiu tratamento psicológico. No entanto, a Justiça negou seu pedido.

Riscos de reproduções não autorizadas

A Ferrari mantém um rigoroso controle sobre o uso de sua marca e design, sendo comum sua atuação contra réplicas ou usos não autorizados. No caso de Siqueira, a empresa argumentou que a reprodução do veículo tinha fins lucrativos, o que caracteriza infração de propriedade intelectual.

O caso destaca os riscos legais de criar e comercializar reproduções de marcas registradas sem autorização, um mercado que muitas vezes atrai entusiastas, mas pode resultar em sérias consequências jurídicas.

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